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Advogados de Carlos Ghosn criticam vazamentos na imprensa sobre processo

Kyodo/via REUTERS
Imagem: Kyodo/via REUTERS

Da EFE

Em Paris (França)

09/06/2019 19h06

Os advogados franceses do ex-presidente da Nissan e da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, criticaram hoje os vazamentos na imprensa sobre o processo em andamento e o fato de que seu cliente não tenha podido dar sua versão dos fatos.

Jean-Yves Le Borgne e François Zimeray afirmaram em comunicado que se informaram pelos meios de comunicação que o Conselho de Administração da Renault teria decidido empreender ações legais contra Ghosn por despesas suspeitas na RNBV, filial comum da Renault com a Nissan.

"(Ghosn) já transmitiu sua intenção de apresentar todos os esclarecimentos necessários sempre e quando se aceite o incômodo de permitir que se expresse", declararam os advogados.

A auditoria interna efetuada por ambas empresas revelou no último dia 4 de junho que o ex-presidente das montadoras pode ter utilizado para fins pessoais 11 milhões de euros da RNBV, domiciliada na Holanda.

Nesse sentido, Le Borgne e Zimeray criticaram que "há vários meses" a imprensa francesa publica elementos dessa auditoria e que tenha sido modificado de forma "precipitada" o encontro previsto para 20 de junho no Japão com os advogados holandeses da filial, "deixando-lhe na impossibilidade de dar seu ponto de vista".

Os dois advogados franceses destacaram que o atual processo "não responde em nada às exigências do rigor metodológico", como mostra o fato de que haja "declarações públicas que têm uma influência no Conselho de Administração".

Além disso, transmitiram suas reservas sobre as consequências que poderiam derivar "de uma situação que não está em conformidade com os princípios nos quais a nossa sociedade fundou sua justiça: a busca da verdade mediante o contraste dos fatos".

Ghosn, em liberdade sob fiança no Japão, foi detido em novembro do ano passado em Tóquio por supostas irregularidades fiscais. O escândalo fez com que primeiro fosse afastado como presidente da Nissan e da Mitsubishi e que posteriormente renunciasse como executivo-chefe da Renault.