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Avaliação: Toyota RAV4 é um Corolla disfarçado de SUV para andar sem pressa

Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/01/2019 07h00

Modelo lançado em 2012 tem conforto e espaço interno, mas sofre por desempenho e peso da idade

A Toyota é uma das poucas marcas que (ainda) não investem pesado em utilitários esportivos. Enquanto não decide se traz o CH-R para brigar entre os SUVs compactos, a marca tem apenas mais um produto além do grandalhão SW4. É o RAV4, que já foi renovado lá fora mas no Brasil ainda está na quarta geração.

Enquanto não chega a hora da estreia, UOL Carros andou na versão mais cara do modelo, apropriadamente chamada de Top. Apesar de custar R$ 144.990, o carro não oferece itens presentes na maioria dos rivais.

O motor 2.0 16V entrega 145 cv e torque máximo de 19,1 kgfm a 3.600 rpm, associado à uma transmissão do tipo CVT que simula sete marchas. Este conjunto é o mesmo do Corolla, embora no sedã ele seja bicombustível e mais potente (154/144 cv).

É por isso que não adianta ter pressa dirigindo o RAV4. Embora não faça feio no uso urbano, o SUV perde fôlego nas viagens, principalmente em situações como retomadas e ultrapassagens. Até existe um botão "Sport", mas na prática o RAV4 ainda sofre para embalar. Um dos motivos está na diferença de peso, já que o RAV4 é 200 kg mais pesado que o Corolla: são 1.540 kg contra 1.340 kg do sedã. Em contrapartida, viajar com o RAV4 é garantia de uma jornada tranquila por conta do baixo nível de ruído.

Bom por dentro

Quem está habituado ao Corolla vai se sentir à vontade no RAV4. O interior exibe a típica discrição dos modelos da Toyota e o acabamento é de boa qualidade. Não há peças mal encaixadas e os plásticos são macios ao toque dos dedos. Uma faixa horizontal de couro denota o bom gosto na cabine, pouco abaixo da tela tátil de sete polegadas da central multimídia. Por falar nela, a navegabilidade pelos menus é o principal ponto positivo, mas não há suporte aos sistemas operacionais Android Auto e Apple CarPlay — seu principal diferencial é o GPS de fábrica.

O espaço interno é suficiente para acomodar cinco adultos. Há bom espaço para cabeça e pernas, estas beneficiadas pelo túnel central plano. O porta-malas é espaçoso, com 547 litros.

Segurança também é uma das virtudes do modelo, que traz sete airbags e controles de estabilidade e de tração. E já que falamos em equipamentos, o RAV4 Top vem com itens como ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, destravamento das portas sem chave, partida do motor por botão, rodas de liga leve de 17 polegadas, bancos do motorista com regulagens elétricas, volante com regulagem de altura e profundidade, revestimento interno em couro, câmera de ré e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.

Poderia ser melhor, porém: o RAV4 não oferece assistências eletrônicas de condução. Esqueça alerta de pontos cegos, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão e frenagem autônoma — itens presentes em alguns concorrentes e até em modelos de categoria inferior. Não poderia ser diferente para um carro lançado em 2012 e reestilizado três anos depois. Isso deve mudar com a estreia do novo RAV4, cuja versão mais luxuosa tem todos estes equipamentos mais alerta de colisão com identificação de pedestres, assistente de permanência em faixa, faróis com facho inteligente (que regulam a intensidade do facho de luz para não cegar outros motoristas) e leitura de placas de trânsito.

Olhe para a concorrência

Enquanto a nova geração do SUV não chega ao país (o que deve acontecer apenas no segundo semestre de 2019), o RAV4 se vira como pode. Quem aprecia as qualidades dos modelos da Toyota (como conforto e confiabilidade mecânica) pode ficar satisfeito com o SUV, mas é bom lembrar que existem opções mais atraentes nesta faixa de preço no mercado.

Três delas se destacam: Chevrolet Equinox LT (R$ 144.490), Jeep Compass Limited (R$ 142.990) e Volkswagen Tiguan Allspace Comfortline (R$ 149.990). Todos são mais modernos e bem equipados (e tem até sete lugares, no caso do Tiguan) do que o modelo da Toyota.