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Lifan X80 quer ser opção "SUV de luxo" chinês por R$ 130 mil; saiba mais

Alessandro Reis

Colaboração para o UOL, em Campos do Jordão (SP)

18/06/2018 19h30Atualizada em 18/06/2018 20h51

Marca aposta na ousadia de ter modelo chinês mais caro do Brasil: "não é um carro mais ou menos"

ATUALIZADO COM PREÇO OFICIAL DO SUV


Com representação oficial no Brasil desde 2012, a Lifan é a primeira marca chinesa no país a se aventurar no segmento de SUVs de grande porte com o X80, utilitário esportivo de sete lugares que já está disponível nas concessionárias da marca por R$ 129.777 -- a marca oriental anunciou o preço oficial há pouco, rebaixando em algumas dezenas de reais o valor indicado pelas lojas da marca.

Haverá configuração única de acabamento, chamada de "Vip". Como o nome aponta, e também segundo fontes ouvidas, a ideia é "ousar" com uma proposta de amplo espaço, bons equipamentos e visual interessante, servindo de degrau para o segmento premium.

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Com isso, o X80 se torna o carro de marca chinesa mais caro à disposição no país e, e até agora, o único com espaço para até sete ocupantes. Parece desmedido, mas nesse segmento terá como rivais Toyota Hilux  SW4, Mitsubishi Outlander, Hyundai Santa Fe, Chevrolet Trailblazer e Kia  Sorento, SUVs com preço inicial na faixa dos R$ 180 mil ou mais.

Por outro lado, encara crossovers renovados como o Volkswagen Tiguan e Peugeot 5008, que partem de R$ 150 mil nas configurações para sete pessoas.

Qualquer que seja o lado a se mirar, há uma vantagem de pelo menos R$ 30 mil no preço do Lifan para os concorrentes e é com isso que a marca vai jogar. 

Nada de carro "mais ou menos"

O X80 da Lifan traz um conjunto mecânico atualizado e inédito para carros chineses em nosso mercado: 2.0 com injeção direta de combustível (no caso, apenas gasolina) e turbinado, capaz de render 184 cavalos de potência e 28,6 kgfm de torque a apenas 1.600 rpm, acoplado à transmissão automática de seis marchas da DSI, com opção de trocas sequenciais na alavanca (o lançamento não conta com borboletas no volante para cambiar manualmente).

Tração é dianteira, evidenciando a vocação urbana do modelo.

Para conquistar clientes de marcas tradicionais, em uma faixa de preço mais alta, na qual o nível de exigência é maior, a Lifan busca ir além da fórmula "preço acessível e muitos itens de série", típica de carros chineses. De acordo com Johnny Fang, diretor presidente da Lifan no Brasil, o lançamento tem a ambição de "mudar completamente a opinião sobre a marca", "trazendo novo nível de performance, design e qualidade".

"Não vamos seguir fazendo carros baratos e de qualidade 'mais ou menos'", disse o executivo durante evento de apresentação do X80 para a imprensa especializada.

"Nossa intenção é fixar a Lifan em um degrau acima do atual, buscando também mais rentabilidade, que não é possível em modelos de maior volume", explica Jair de Oliveira Leite, diretor comercial da Lifan. O executivo espera vender 120 unidades por mês do X80, volume que poderá ser ajustado de acordo com a demanda. 

"Com o dólar a R$ 3,80, tivemos audácia ao entrar nesse segmento de mercado, mas estamos muito confiantes no X80,  que na minha opinião é hoje o melhor chinês do mercado brasileiro, e no posicionamento de preço. Esperamos conquistar clientes de diferentes segmentos na mesma faixa de preço, não somente outros SUVs de sete lugares. Hoje tem sedã médio custando a mesma coisa e potenciais compradores podem optar pelo Lifan", analisa Leite.

Com porte parecido ao do Hilux SW4, medindo 4,82 m de comprimento e bons 2,79 m de distância entre-eixos, o X80 garante bom espaço para as pernas na segunda fileira e não torna algo claustrofóbico andar na terceira fileira -- dois adultos podem viajar ali por algum tempo.

Por fora, o X80 tem visual harmonioso e lembra bastante, especialmente na coluna traseira e no perfil lateral, o Hyundai Santa Fe -- as lanternas de trás lembram modelos recentes da BMW e também o Dodge Durango. A frente, com faróis halógenos e DRLs de LED, traz grade cromada com filetes integrados ao conjunto óptico que lembra modelos recentes da Volkswagen.

Por dentro, acabamento correto na cabine, apesar de ainda exibir muitos plásticos duros. As peças são bem encaixadas e trazem revestimento macio, imitando couro, na parte superior do painel. Os encaixes são corretos, sem rebarbas ou folgas aparentes. Os bancos, painéis das portas, volante a manopla do câmbio têm acabamento de couro sintético -- no geral, o padrão de acabamento é bom.

O grande destaque fica por conta do painel de instrumentos totalmente digital, em tela colorida de alta resolução, e da central multimídia com Apple CarPlay, Android Auto e função de espelhamento de celulares Android, em tela tátil de oito polegadas e comandos integrados ao volante. Não há navegador GPS integrado, mas usuários de smartphones Android podem usar o Waze, entre outros apps.

Os bancos dianteiros têm controles elétricos tanto para o motorista, que conta com dez ajustes, quanto para o passageiro, que têm à disposição quatro regulagens. O ar-condicionado, por sua vez, é digital e tem ajustes e saídas de ar independentes para a segunda fileira de bancos. A segurança traz seis airbags e controles de tração e estabilidade com assistentes de descida e subida em rampas, mais reforço na pressão dos freios em frenagens de emergência -- como ao pisar fortemente no pedal, o que também aciona automaticamente o pisca-alerta.

A lista de itens de série inclui teto solar elétrico, sensor crepuscular, câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, controle de velocidade de cruzeiro, partida do motor por botão, sensor de chave, retrovisores aquecíveis e rebatíveis, ganchos Isofix, freio de estacionamento eletrônico e modo Sport para o câmbio, que eleva as rotações do motor em cerca de 500 rpm e "estica" mais as marchas.

Há espaço para mais

O SUV de sete lugares é montado no Uruguai em regime CKD, com a maioria dos componentes importada da China, inclusive peças de estamparia. Com o "irmão menor" X60, fará a linha de frente da Lifan no país. Há ainda o sedã 530. 

Em 2017, a marca emplacou aqui cerca de 3,2 mil veículos, dos quais 2,5 mil corresponderam ao X60. No auge, em 2014, emplacou 5,6 mil, sendo 4,5 mil do X60.

De acordo com Leite, a fabricante tem planos de lançar no país pelo menos outros três modelos, mas somente baterá o martelo quando o "Rota 2030" for anunciado e o dólar se estabilizar. "Estamos esperando as eleições, acredito que a alta do dólar tem sido influenciada por isso. Temos planos de trazer o X70, SUV de cinco lugares posicionado acima do X60, e o X7, utilitário para sete com tração traseira e pegada mais robusta, que custaria abaixo do X80. Também avaliamos a importação da minivan M7", relata Leite.