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Mercedes-Benz investiga fornecedores após denúncia de trabalho infantil

Daimler, marca alemã dona da Mercedes, pretende averiguar a procedência do cobalto e de outros materiais - Thomas Kienzle/AP
Daimler, marca alemã dona da Mercedes, pretende averiguar a procedência do cobalto e de outros materiais
Imagem: Thomas Kienzle/AP

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/05/2018 15h57

Exploração pode ocorrer em mineradoras de cobalto, material utilizado em carros elétricos da Mercedes-Benz

A Daimler, dona da Mercedes-Benz, afirmou que abrirá uma investigação para descobrir se algum de seus fornecedores utiliza mão de obra infantil. A suspeita surgiu após uma denúncia feita pela "CNN", que apontou a presença de crianças trabalhando em minas de cobalto no Congo. O minério é utilizado na produção de veículos elétricos da empresa alemã.

"Queremos impedir qualquer violação dos direitos humanos ainda nos estágios iniciais, e temos as ferramentas necessárias para realizar tal ação", afirmou Renata Jungo Brüngger, diretora de integração e assuntos legais da Daimler.

De acordo com a emissora, empresas estariam adquirindo cobalto diretamente das mineradoras sem verificar a procedência e seus processos de extração.

Há alguns anos a Daimler "proibiu veementemente" qualquer tipo de trabalho infantil em sua cadeia de fornecedores. Entretanto, a fabricante alega que é muito difícil verificar a procedência do cobalto -- minério presente nas baterias de íon-lítio dos veículos movidos a eletricidade.

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Outras montadoras endossam o discurso

A BMW afirmou à "CNN" que estuda adquirir cobalto diretamente dos mineradores para fugir de qualquer associação à trabalho infantil. A Volkswagen (que vai lançar vários modelos elétricos nos próximos anos) estabeleceu novas regras para sua cadeia de fornecedores com o intuito de impedir o mesmo problema.

Nesta quarta-feira (2), a Daimler afirmou que trabalhará em conjunto com 1.500 empresas parceiras pelo mundo para elevar os níveis de sustentabilidade em sua cadeia de fornecedores "a um novo patamar". A medida faz parte de uma campanha interna chamada "Sistema de Respeito aos Direitos Humanos", criada em 2013.

"Buscamos transparência máxima em nossa cadeia de fornecedores, indo até às minas se for necessário. Não é só o fornecedor principal que deve seguir estes parâmetros, mas sim toda nossa cadeia de parceiros", declarou Sabine Angermann, responsável pelas áreas de compras e qualidade de fornecedores da Mercedes-Benz.

Por ora, a Daimler pretende averiguar a procedência do cobalto e de outros materiais utilizados nas baterias, como aço e alumínio.