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Land Rover faz 70 anos de luxo e lama; relembre trajetória da marca

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/04/2018 17h54

Com serviços prestados à coroa britânica (e ao público off-road) desde 1948, desafio da marca é evoluir sem perder essência

Nesta segunda-feira, 30 de abril, a Land Rover chega aos 70 anos de história carregada de luxo e lama. Como toda longa história, tem polêmicas desde o começo: apesar de a origem datar de 1948, os primeiros modelos surgiram um ano antes e com viés totalmente rural e baixo custo. Seguindo a letra oficial, porém, tudo se iniciou na Inglaterra do primeiro-ministro inglês Winston Churchill, nos anos do pós-guerra e visando a grande demanda por utilitários 4x4, com o Land Rover Série 1.

Depois do início da produção do Série 1, o utilitário ainda ganhou mais três gerações. O Série 2 sucedeu o pioneiro entre 1958 e 1961. Em seguida, veio o "quase idêntico" Série 2A, que trazia um novo propulsor. Um 2.25 diesel foi agregado à linha, que já contava com um 2.0 a diesel e a gasolina e o 2.25 a gasolina. O Série 3, último da "dinastia", foi o mais comercializado da Land Rover, com mais de 440 mil unidades construídas em 14 anos de produção. Em 1983, deu lugar ao Defender -- no total, entre todas as séries, o modelo pioneiro da Land  Rover entregou mais de 7 milhões de unidades.

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Toda lama começou a ser trocada pelo luxo nos anos 1970, com o lançamento da Range Rover, submarca que deu nome também ao primeiro primeiro utilitário de alto luxo. O conceito foi aprimorado e tardiamente copiado por modelos como BMW X5, Mercedes-Benz ML, Audi Q7 e Porsche Cayenne.

Agregado à gama de luxo dos Range Rover, o Discovery foi uma saída mais barata para atrair mais consumidores. Desde que foi lançado, em 1989, o automóvel já passou por cinco gerações, a última tão luxuosa quanto um Range Rover, mas querendo mostrar que ainda é versátil.

Essa "popularização", porém, ficou a cargo do Freelander, lançado em 1996, mas que só durou duas gerações. Foi o primeiro SUV da Land Rover a ser construído em estrutura de monobloco, por imposição da BMW, controladora da marca inglesa, então. O Freelander acabou sendo substituído pelo Discovery Sport.

Em 2007, a Land Rover "chocou" a indústria com o conceito LRX, que quebrava diversos padrões para o segmento de SUV/Crossovers; mas nada foi tão avassalador quanto transformar este conceito em carro real, quase sem modificações; o Range Rover Evoque apareceu em 2010 e estabeleceu marcas para o segmento de entrada dos SUVs de luxo, inclusive no Brasil.

Quarenta anos após o surgimento da Range Rover, a Land Rover reformulou seu auge com um novo modelo, o Velar. Inédito e totalmente voltado ao mercado de luxo, o crossover/SUV médio parte inaugurou globalmente uma linha em que o comprador escolhe como quer montar seu veículo, independentemente das versões de fábrica.

No Brasil

Em 1998 o Defender começou a ser construído no Brasil, na fábrica da Karmann-Ghia, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, sete anos após o início das importações da Land  Rover para o país.

Desde 2016, a Land Rover monta dois de seus modelos mais acessíveis no Brasil: Evoque e Discovery Sport são entregues pela unidade de Itatiaia (RJ), inaugurada dentro do regime do "Inovar-Auto".

Diferentes mãos

Como toda longa história, a da Land Rover também tem diversos momentos de luta pela sobrevivência e trocas de comando. Entre as mais notáveis, a Rover dominou a marca de 1986 a 1988, enquanto a British Aerospace comandou tudo de 1988 a 1994. A partir 1994, a alemã BMW controlou a marca de 1994 até 2000, seguida pela Ford, entre 2000 e 2008.

Em março, a indiana Tata Motors comprou a Land Rover e a Jaguar, por valor baixo: US$ 2,3 bilhões (atualmente, R$ 8 bilhões). E, diferentemente do que muitos esperavam, fez com que o grupo britânico entrasse em seu período mais criativo e lucrativo.

Mas também um momento que cultiva um dilema: a marca se volta cada vez mais para o luxo tecnológico, se distanciando da capacidade off-road mais purista. Tanto é assim que, desde 2011, a marca tenta encontrar um substituto para o Defender, sem sucesso. Indícios dão conta de que dois substitutos "espirituais" do Defender podem surgir em 2019, um deles sendo um novo modelo de entrada da gama Range Rover (abaixo do Evoque), ou seja, puxando mais para o lado de potência e estilo; e outro para a gama Land Rover, que teria mais relação com a faceta "lameira".

A questão, porém, é que ter um modelo tão voltado a este nicho pode não devolver a lucratividade esperada de qualquer projeto automotivo atual.  

Com ou sem esse tipo de polêmica, o CEO da Jaguar Land Rover afirma que "a Land Rover nasceu com o lançamento de um único veículo. Hoje, toda a nossa família de SUVs é a prova do espírito de inovação que caracterizou a Rover ao longo de 70 anos. A Land Rover é mais do que apenas os veículos todo-terreno mais capazes do mundo. A Land Rover conecta as pessoas por meio de uma paixão por aventura, pessoas que querem fazer mais do seu mundo".