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Duelo: Volkswagen Virtus quer roubar espaço do Chevrolet Cobalt; assista

Leonardo Felix e Vitor Matsubara

Do UOL, em São Paulo (SP)

11/04/2018 04h00

Sedã do Polo mal chegou e já figura como boa opção no segmento de compactos-médios; qual vai melhor?

Desde que chegou ao mercado brasileiro o Chevrolet Cobalt se tornou referência em espaço interno entre os sedãs compactos-médios. Afinal, são 2,63 metros de entre-eixos e excepcionais 563 litros de volume no porta-malas.

Só que o Volkswagen Virtus, com seus 2,65 metros e 521 litros, respectivamente, quer roubar do veterano o rótulo de "sedã compacto mais espaçoso", e de quebra se consolidar como líder de mercado.

Qual dos dois consegue transportar sua família com mais espaço, conforto, desempenho e segurança? Qual é o mais adequado para o seu serviço na praça? É o que vamos mostrar em mais uma edição do Duelo UOL Carros. Versões comparadas foram as de topo dos dois modelos, recheadas com quase todos os equipamentos.

O Virtus Highline 200 TSI automático (R$ 79.990) veio configurado com pintura cinza metálica (R$ 1.450), rodas de liga leve aro 17 (R$ 1.200) e pacote de opcionais "Tech High" (R$ 3.300). Total: R$ 85.940. Já o Cobalt Elite 1.8 automático (R$ 74.350) tem como único item pago à parte a carroceria cinza metálica (R$ 1.400), fechando o cheque em R$ 75.750.

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Virtus: projeto mais moderno

Quase não dá para comparar os dois carros quando se fala em modernidade de projeto. Enquanto o Virtus acabou de ganhar vida e é derivado do também recém-nascido Polo, que utiliza a matriz global MQB, a atual geração do Cobalt foi lançada há sete anos e é construída sobre a Gamma  II, plataforma que será substituída a partir de 2020 -- o sedã, aliás, deve ser um dos primeiros modelos a ganhar base nova.

É por isso que se percebe no três-volumes da Volkswagen um padrão mais elevado de segurança -- carroceria reforçada com aços de alta e ultra alta resistência, controle de estabilidade e tração, quatro airbags, luz diurna em LED etc -- e de dirigibilidade. Ponto H, conforto dos bancos e ergonomia são outros elementos mais bem arranjados em comparação com o concorrente.

Em desempenho o Virtus também está à frente. O motor 1.0 3-cilindros turboflex 12V de injeção direta, capaz de gerar 115/128 cv (gasolina/etanol) e 20,4 kgfm (qualquer combustível), mostra-se muito mais vigoroso e elástico do que o velho 1.8 SPE-4 (antigo EconoFlex), 4-cilindros 8V, de 106/111 cv e 16,8/17,7 kgfm.

A menor capacidade cúbica do tricilíndrico e o auxílio do turbo ajudam, ainda, o Volkswagen a ser mais econômico. Tudo bem que no programa de etiquetagem veicular as médias de ambos ficam bem próximas, mas na prática a elasticidade e o bom torque (100% a 1.500 rpm) do 1.0 TSI fazem com que seja mais fácil alcançar a autonomia prometida com o Virtus do que com o Cobalt.

Média do sedã derivado do Polo chega a 14,6 km/l na estrada com gasolina, de acordo com o Inmetro, enquanto o rival atinge 14,4 km/l nas mesmas condições.

Cobalt: pequenos trunfos

Apesar de ser quase sete anos mais velho do que o Virtus, o Cobalt consegue apresentar vantagens frente ao novíssimo adversário. A mais evidente delas, claro, é o preço. Na versão Elite, já com todos os equipamentos possíveis para ao modelo mais pintura metálica, o sedã da GM fica R$ 10 mil mais em conta do que o Virtus Highline completinho.

Em espaço de cabine ele também não deixa nada a desejar. Apesar dos cinco centímetros extras ofertados pelo concorrente em entre-eixos, a cabine do Cobalt transporta quatro adultos numa boa. Porta-malas faz inveja a muito SUV médio, oferecendo 50 litros de "bônus" ante o Virtus. Ok, há presença demasiada de chapas de aço o parafusos aparentes, mas o importante é que ali cabem muitas malas, e nesse quesito o veterano da GM ainda está no topo do segmento.

Quem acessar os dois habitáculos também perceberá um pouco mais de esmero na confecção do acabamento do Cobalt. Enquanto o Virtus abusa do plástico rígido e do tecido, algo que incomoda num carro de mais de R$ 80 mil -- vale lembrar que couro sintético é opcional de R$ 800 na versão Highline --, o Cobalt traz ao menos uma camada suave ao toque no apoio de braço das portas e bancos em couro sintético como itens de série.

Visual deixou de ser um "contra" o três-volumes desde a reestilização, aplicada no final de 2015. Não que tenha virado o sedã mais lindo do mundo, mas ao menos se tornou mais elegante e com linhas, digamos... proporcionais. Se é mais bonito que o Virtus? Aí é uma questão de gosto pessoal, mas não há disparidade entre eles nesse sentido.

Outro ponto de equilíbrio é o câmbio, igualmente automático de seis marchas. Embora de origens diferentes -- o do Virtus vem da Aisin e o do Cobalt é fabricado pela própria GM --, as duas caixas respondem com padrão similar de rapidez e estão adequadas às diferentes realidades dos motores que as acompanham.

Conclusão

Não há como negar a superioridade do Virtus em concepção de projeto, desempenho, segurança e estrutura do monobloco, sem deixar de lado o espaço interno, tão importante num sedã. É por isso que UOL Carros dá a vitória ao três-volumes da Volkswagen.

Só que há a ressalva: o consumidor terá de pagar R$ 10 mil a mais pelo ganho tecnológico que o Virtus Highline proporciona. Assim sendo, o Cobalt Elite segue como opção interessante a quem busca um carro automático com bom espaço para pernas e bagageiro e não quer sair da casa dos R$ 70 mil na hora de fechar a compra. E aí, qual a sua prioridade?