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Placa do Mercosul: entenda como é o item que estará no seu carro até 2023

Placas do Mercosul estarão em carros 0km brasileiros já em 2018, e em toda a frota até 2023 - Murilo Góes/Arte UOL
Placas do Mercosul estarão em carros 0km brasileiros já em 2018, e em toda a frota até 2023
Imagem: Murilo Góes/Arte UOL

Leonardo Felix

Do UOL, em São Paulo (SP)

08/03/2018 11h33Atualizada em 14/03/2018 14h44

Novo sistema terá chip, código QR e promete padronizar a identificação de veículos entre todos os países do bloco

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou nesta quinta-feira (7) uma resolução determinando que, num prazo de 180 dias -- ou seja, até 1º de setembro de 2018 --, veículos zero-quilômetro licenciados no Brasil e também aqueles que tiverem mudança de registro estadual começarão a ser emplacados com identificação padrão Mercosul.

Ainda de acordo com o órgão, até 2023 todos os veículos motorizados circulantes em território nacional terão de usar a nova placa.

O anúncio chega com dois anos e meio de atraso, já que a proposta original era implantar o sistema no princípio de 2016. Posteriormente o prazo foi adiado para 2017 e, depois, suspenso sem apontamento de datas.

Mas, afinal, o que são as "placas padrão Mercosul"? Para que servem? Quais as diferenças e possíveis vantagens em relação ao modelo usado atualmente? UOL Carros explica abaixo os principais pontos sobre o modelo:

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O que é e quem vai usar

As novas placas do Mercosul são inspiradas no sistema integrado adotado já há vários anos pelos países da União Europeia. Eles serão aplicadas de maneira padronizada a aproximadamente 110 milhões de veículos de cinco países: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Intenção é, no futuro, criar um banco de dados único entre tais países, o que teoricamente facilitará o trânsito e também a fiscalização entre fronteiras. Por enquanto apenas Uruguai (desde março de 2015) e Argentina (abril de 2016) adotaram o novo sistema de identificação.

Fiat Cronos com placa do Mercosul - Marcelo Ferraz/UOL - Marcelo Ferraz/UOL
Na Argentina as placas padrão Mercosul estão sendo usadas desde abril de 2016
Imagem: Marcelo Ferraz/UOL

Como será

Quem viu a avaliação do Fiat Cronos produzida por UOL Carros produzida em Córdoba pôde reparar como são as placas. Todas possuirão fundo branco e sete caracteres, tendo quatro letras e três números. Na tarja superior azul constarão a bandeira e o nome do respectivo país.

Os números e letras poderão ser dispostos de maneira aleatória. Na Argentina, por exemplo, adotou-se um padrão "LL NNN LL" (sendo L para letras e N para números), a fim de se evitar formação de palavras. No caso do Brasil o padrão inicial será "LLL NL NN" para carros e "LLL NN LN" para motos. O último dígito provavelmente continuará a ser sempre um número, devido à aplicação do rodízio veicular na cidade de São Paulo (SP).

Diferentemente do que ocorre com nossas placas atuais, que sofrem alterações na pintura de fundo, as novas diferenciarão o tipo de veículo pela cor dos dígitos de identificação. As especificações serão as seguintes:

Placas do Mercosul cores - Divulgação - Divulgação
As cores das placas do Mercosul
Imagem: Divulgação
+Preto -- carro particular
+Cinza -- veículo antigo de coleção
+Vermelho -- comerciais ou de aprendizagem
+Amarelo -- diplomático ou consular
+Verde -- especial (como protótipos de testes)
+Azul -- veículos de órgãos oficiais

No caso específico do Brasil as peças terão 40 x 13 cm de comprimento e altura, respectivamente, nos automóveis, e 20 x 17 cm em motocicletas. Também levarão dois elementos extras de indicação de origem: a bandeira do Estado e o brasão do município.

Conterão ainda: uma tira holográfica e uma marca d'água, que servirão para dificultar falsificações e clonagens; um código QR bidimensional, que permitirá o acesso rápido aos dados de origem do veículo sem necessidade de documento físico (tal qual já começa a acontecer com a CNH digital); um chip para armanezar e compartilhamento de dados referentes a roubos, furtos e evasões de divisas entre órgãos como polícias Federal, Rodoviária Federal e estaduais, além de Receita Federal e receitas estaduais.

Reboques, semirreboques, triciclos, motonetas, ciclos elétricos, quadriciclos, ciclomotores e tratores poderão ser identificados apenas pela placa traseira.

Quem vai fazer e quanto vai custar

Será de responsabilidade do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) o credenciamento de empresas autorizadas a confeccionar as placas. No sistema atual a autorização é dada pelos Detran de cada Estado, o que gera diferenças de padrão entre uma unidade federativa e outra. Com a mudança, espera-se que as placas brasileiras se tornem uniformizadas.

Ainda de acordo com o Ministério das Cidades, órgão ao qual Denatran e Contran estão vinculados, o novo sistema dispensará o uso de lacres e terá custos de produção menores do que os praticados atualmente. Qual será o preço da troca? Isso os órgãos responsáveis ainda não divulgam. 

No total, serão 450 milhões de combinações alfanuméricas (a serem compartilhadas entre todos os países do Mercosul), bem mais do que as 175 milhões de possibilidades das atuais placas brasileiras, que utilizam um conjunto fixo de três letras seguidas por quatro números.

UOL Carros avaliou Fiat Cronos na Argentina com "placas Mercosul"; assista

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