Peugeot quer pedágio mais barato para nova van e ameaça sair de Portugal
Para franceses, atual regra de pedágios pode prejudicar vendas da nova geração dos utilitários Berlingo e Partner, que sai em outubro
O governo de Portugal está renegociando os contratos de concessão das rodovias expressas do país com uma empresa chamada "Brisa" desde o final do ano passado para salvar 700 postos de trabalho de uma fábrica da PSA Peugeot-Citroën em Mangualde, região central daquele país. A informação é do jornal "Diário de Notícias" e foi confirmada por UOL Carros.
A fabricante já vinha pressionando o governo. Nesta quinta-feira (9), Alfredo Amaral, responsável comercial pela PSA de Portugal, afirmou que o investimento na unidade está em risco porque seu novo modelo -- que começará a ser produzido em outubro -- foi classificado como veículo de classe 2 em portagens (como são chamados os pedágios em Portugal) por ter mais de 1,10 metros de altura no eixo dianteiro.
Chamado provisoriamente de "K9", este novo veículo comercial substituirá Citroën Berlingo e Peugeot Partner no início do próximo ano e será apresentado oficialmente no próximo Salão de Genebra.
O plano inicial do grupo era produzir 100 mil unidades em Mangualde durante 2019. Se a Lei não for alterada, a PSA pode reduzir esse número para 80 mil e o terceiro turno, que começa em abril para garantir o final da produção de Partner e Berlingo, poderá durar apenas seis meses. O fechamento da fábrica em médio prazo não estaria descartado.
"Não queremos nenhuma exceção, queremos que a regulamentação mude", disse Amaral, em coletiva. O grupo espera uma resposta até junho.
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Categoria do pedágio impacta vendas
Em Portugal a chamada classe das portagens pode ser determinante para o sucesso das vendas de um veículo. Na A1, principal rodovia do país, um veículo classe 1 paga 22,15 euros por cerca de 280 km. Um veículo classe 2 paga quase o dobro pelo mesmo percurso -- são 38,45 euros.
Executivos da PSA afirmaram na imprensa portuguesa há alguns meses que o SUV Mokka, da Opel, marca comprada pelo grupo, "é um dos mais vendidos na Europa, mas não vende em Portugal por ter mais de 1,10 m no eixo dianteiro". Para a produção do "K9", Mangualde recebeu cerca de 50 milhões de euros. O investimento do grupo é apoiado por fundos e incentivos, como o programa Portugal 2020.
A negociação dos contratos é de responsabilidade do Ministério do Planejamento e das Infraestruturas. Montadoras em Portugal defendem que as classes passem a ser determinadas pelo peso dos veículos.
A "Brisa" é a maior gestora privada de rodovias de Portugal. Em nota ao Diário de Notícias, a concessionária afirma que "o Estado tem a prerrogativa de rever o contrato de concessão" e que "a revisão é feita nos termos definidos pelo contrato de concessão".
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