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Em MG, recall do Renault Kwid demora até 1 semana; conheça o caso

Ivan Vilhena de Vasconcelos comprou um Kwid para dividir com sua filha e está incomodado por não conseguir consertar seu carro - Arquivo pessoal
Ivan Vilhena de Vasconcelos comprou um Kwid para dividir com sua filha e está incomodado por não conseguir consertar seu carro
Imagem: Arquivo pessoal

Fernando Miragaya

Colaboração para o UOL

08/12/2017 16h46

Procedimento que envolve troca de até 10 peças deveria ser resolvido em 8 horas, segundo marca

O Kwid causou rebuliço quando foi lançado, em agosto, com direito a fila de espera para levá-lo para casa. Agora, a fila se estende para a oficina da Renault. Donos do hatch contatados por UOL Carros contam que as concessionárias da marca estão sem peças para o recall, convocado no fim de novembro. Em MG, há o caso de um comprador que terá de aguardar uma semana para ter a inspeção feita.

E você, que comprou o Renault Kwid e está lendo esse texto, já agendou seu recall? Como foi sua experiência? Conte nos comentários!

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Segundo clientes ouvidos pela reportagem, algumas lojas sequer estariam aceitando carros para reparo, alegando falta imediata de peças. Em outras, o prazo para execução do serviço pode passar de uma semana. É o que denuncia Ivan Vilhena de Vasconcelos, de Belo Horizonte (MG).

Segundo o servidor público, a concessionária Valence, da capital mineira, deu prazo de sete dias para fazer o conserto e aconselhou que ele deixasse o veículo por lá, uma vez que, se voltasse a agendar, correria o risco de ir para o fim da fila e ter de esperar ainda mais.

"É surreal, me pediram no mínimo uma semana para deixar o carro porque eles não têm todas as peças para o serviço. E ainda recomendaram que eu deixasse o carro lá porque a fila ia aumentar e demorar mais ainda. Me ofereceram um carro reserva, mas nem sei se vou pedir", afirmou.

Recall de 10 itens

Vasconcelos também reclama que o recall abrange uma quantidade muito grande de itens: são verificados dez componentes dos sistemas de freios e de abastecimento do Kwid, que podem ser afetados por falhas de fabricação.

"É bem vasto, vão trocar discos, tambores e pastilhas de freios, além da canalização de combustível. Segundo os profissionais da concessionária, são dez itens envolvidos", revela.

Falta de peças em revenda de SP

Mauro Barreto, de São Paulo, ainda não conseguiu deixar seu Kwid para fazer o recall. O consultor de comunicação entrou em contato com duas concessionárias na capital paulista, mas não teve sucesso.

A primeira tentativa foi com a Sinal France, no final de novembro. "Desde então, eles alegam ainda não terem as peças. Dizem que vão entrar em contato, mas não passam uma previsão. Recentemente fiz novo contato e a posição é a mesma", explicou.

Barreto então apelou para a R. Point. "Essa foi indicada pelo atendente do SAC da Renault como a única de São Paulo que teria as peças, segundo checagem que eles teriam feito", contou.

Mesmo assim, nada de agendamento, pelo mesmo motivo: falta de componentes. "No contato com a loja, a responsável pela área me informou que eles não têm as peças para pronto atendimento e que anotam o nome do cliente para, quando as peças chegarem, fazer o agendamento. Também sem previsão", lamentou.

O que diz a Renault

Procurada para falar a respeito do caso, a Renault garante que o prazo para execução do reparo não passa de um dia. "O tempo previsto é de até um dia (8h). Em função da agenda de trabalho de cada concessionária e visando garantir conforto ao cliente, em alguns casos são oferecidos carros reservas", explica a marca, em nota.

Sobre a história de Barreto, a Renault foi breve. "Temos disponibilidade de peças para atender o recall", afirmou, por meio de outro posicionamento oficial.

Indignação

"Acho que a Renault deveria ser mais transparente e dar uma contrapartida. Fiquei chateado, pela quantidade de peças que vão trocar e por ter que imobilizar o carro. Total desorganização", disse Ivan Vasconcelos.

"É muita informação desencontrada. Não entendo porque a Renault anunciou o recall se as peças não estão disponíveis", ponderou Mauro Barreto, que não pensou em desfazer o negócio por gostar do carro, mas afirmou estar preocupado.

"Acho que essa questão é muita séria e eles precisam dar maior atenção, pois o risco, segundo a própria Renault, é de trincar o freio ou estourar o tubo de combustível, e isso pode causar acidentes", queixou-se. 

Renault Kwid Intense - Divulgação - Divulgação
Kwid tem sido o centro das atenções em 2017: primeiro, pelos bons preços; segundo, pelo recall polêmico
Imagem: Divulgação