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Chevrolet Tracker Premier anda mais que rivais, mas ainda falta conteúdo

Creta vs. Tracker: quem leva este duelo?

UOL Carros

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

07/11/2017 04h00

A Chevrolet anunciou na última semana a linha 2018 do Tracker com novidades: a partir de agora, o SUV compacto passa a contar com uma versão "completíssima", a Premier. Só ela traz o importantíssimo ESP (controle eletrônico de tração e estabilidade), item de segurança que será obrigatório em carros feitos no Brasil em 2022.

Esse sobrenome estreou com o grandalhão Equinox e foi incorporado na sequência ao Tracker, dando a impressão de que o modelo viria todo recheado de tecnologia e com acabamento mais estiloso. Mas isso não condiz com a realidade, apesar do preço de praticamente R$ 100 mil. 

UOL Carros andou com o modelo ao longo da última semana e diz o que viu: o nível do acabamento interno evoluiu se comparado à versão LTZ (a mais cara e completa da linha 2017). De fato, há costuras e materiais mais nobres na cabine. Também há o ESP já citado. Mas a estrutura geral do SUV ainda é a mesma.

Repare, por exemplo, que o volante do Tracker "Premier" é o mesmo que o da família Onix/Prisma/Cobalt/Spin, enquanto o Cruze LTZ e Equinox (dois exemplos de carros de passeio premium da marca) têm volante emborrachado, mais sofisticado. Além disso, ambos trazem painel com material mais agradável ao toque, algo também ausente no Tracker mostrado na última semana. No exterior, essa configuração costuma ter itens como painel em dois tons e automatização de diversos comandos.

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Falt tecnologia

Além de tudo isso, um sistema "semi-autônomo" de condução foi agregado ao Tracker Premier, mas não é o mesmo que conhecemos do Cruze: o assistente de saída de faixa, ao contrário do que acontece no sedã, não corrige a posição do volante caso o carro escape do traçado sem utilizar as setas -- ele apenas emite um alerta quando isso acontece.

Para completar, o novo Tracker mais completo segue tendo freios a tambor na roda traseira, nada de disco. Faltam ainda freio de estacionamento elétrico (rivais já têm); faróis automáticos tanto na troca entre luz alta e baixa, quanto na regulagem de altura do facho; sensores de chuva e de estacionamento dianteiro.

De toda forma, a câmera de ré e sensores traseiros estão lá e facilitam a tarefa de estacionar. A marca justifica a ausência dos demais equipamentos alegando que foram escolhas de clientes durante clínicas ["testes cegos" feitos com potenciais compradores] realizadas ao longo do ano.

Chevrolet Tracker Premier interior - Divulgação - Divulgação
Padrão de acabamento melhorou se comparado ao da versão LTZ, mas ainda não está no "nível Premier"
Imagem: Divulgação

Acelera bem

As críticas praticamente acabam quando o motor 1.4 turbo é colocado em ação junto ao câmbio automático de seis marchas -- trata-se do melhor conjunto flex do segmento, principalmente pelo uso do turbo de alta tecnologia.

O SUV compacto da Chevrolet é um dos únicos SUVs compactos a oferecer opção de motor turbo bicombustível na categoria, vale dizer, ao lado do esquecido Peugeot 2008, e isso também faz dele um dos mais econômicos: conseguimos manter uma média de 8 a 9 km/l de etanol na cidade, mesmo com duas pessoas a bordo e o ar-condicionado sempre ligado -- o carro pesa 1.413 kg.

Com isso, consegue proporcionar um rodar suave e preciso, mas também esperto quando necessário por conta do bom torque (24,5 kgfm) em apenas 2.000 rpm.

Outro ponto positivo vai para o baixo nível de ruído interno, justamente por rodar sempre em poucas rotações por conta do turbo. Essa acústica caprichada na versão Premier passa a sensação de estarmos em um carro de patamar superior. Só faltou equipamento para deixar de ser uma sensação e se tornar algo real.