Topo

Surpresa: Citröen Aircross automático é mais econômico do que você imagina

Citroën Aircross automático 2018 - Divulgação - Divulgação
SUV? Aventureiro? Para UOL Carros, Aircross deveria era mostrar como ficou bom de consumo
Imagem: Divulgação

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/10/2017 04h00

Todo mundo sabe que, desde junho, os principais modelos de Citroën e Peugeot passaram a ser vendidos com opção de câmbio automático de seis marchas. Era atualização esperada há muito tempo, mas que sempre esbarrava em alguma limitação técnica por parte do Grupo PSA, até finalmente ser entregue pela fabricante japonesa Aisin. UOL Carros já mostrou como hatch Citröen C3 e o crossover Peugeot 2008 mudaram com novo câmbio. Agora é a vez do aventureiro Citröen Aircross e já vamos cravar: ele está muito econômico!

Quebrar a surpresa logo de cara é algo necessário, uma vez que nossa decepção com o consumo do Aircross era enorme e histórica: lançado em 2010 no Brasil, o modelo sempre foi beberrão em nossos testes, seja com a configuração manual, seja (e de forma intensificada) com a opção equipada com a antiga caixa automática de quatro marchas. Era normal obter média de 3,5 km/l de etanol ou inferior.

Desta vez, testando a versão topo de gama Aircross Auto Shine (com o conjunto 1.6 VTI flex EAT6) chegamos às médias de 11,6/14,2 km/l de gasolina, 7/8,5 km/l de etanol (cidade/estrada). No total, guiamos o modelo por 1.300 quilômetros. São números próximos aos oficiais citados pela Citroën com certificação do Inmetro e que rendem média A na categoria e C no geral. Mas, longe da frieza dos dados, representam um avanço enorme no desempenho do Aircross.

+ Negocie seu aventureiro ou SUV novo e usado usando a Tabela Fipe
+ Inscreva-se no canal de UOL Carros no Youtube: https://goo.gl/B4mHyi
+ Instagram de UOL Carros: https://www.instagram.com/uolcarros/

O que ele já tem (e o que deveria ter)

Uma coisa é certa: o Citroën Aircross é pouco lembrado pelo comprador, embora a Citröen se esforce para tê-lo como segundo modelo mais importante da linha nacional. No último levantamento da Agência AutoInforme (sobre o mês de setembro), não surge sequer entre os 50 mais vendidos do país.

E não é por falta de marketing ou predicados. A Citroën sempre alardeou o Aircross como o SUV que a marca não tem de fato no país -- e isso muito antes de Honda WR-V e Renault Kwid chegarem usando o rótulo de "mini-SUV". Da mesma forma, o aventureiro sempre trouxe itens do agrado do brasileiro.

Atualmente, isso significa ter não só o câmbio automático de seis marchas, mas também central multimídia sensível ao toque, compatível com Android Auto e Apple Carplay e com processamento mais rápido que a do modelo anterior; controle de cruzeiro e limitador de velocidade; câmera de ré; ar-condicionado automático (com uma só zona de resfriamento); bancos e volante revestidos parcialmente de couro; faróis e limpadores de para-brisa automáticos; vidros com sistema anti-esmagamento. Além disso, há LEDs diurnos de série e ganchos Isofix para cadeirinhas infantis, reforçando a segurança. No exterior, adereços plásticos reforçando o visual e o estepe pendurado na traseira, mas com operação fácil e travamento mais seguro que o do Ford EcoSport, por exemplo.

Claro, a lista de itens já deveria incluir controles de tração e estabilidade, mais airbags e acabamento mais refinado, mas ainda assim é bem interessante pelo preço de R$ 76.700 da versão -- isso na comparação com alguns rivais, claro.

Se o espaço entre-eixos não é tão amplo (2,54 m), o Aircross ainda oferece bom espaço para até quatro adultos e uma criança, porta-malas com 403 litros (que poderia até ser mais amplo, sim) e ótima visibilidade graças à ampla área envidraçada.

Fica devendo, porém, uma suspensão um pouco mais adequada ao atribulado asfalto brasileiro e um pouco de potência, sobretudo em retomadas com o carro cheio. O motor 1.6 perdeu um pouco de potência para casar com o câmbio de seis marchas sem poluir mais, mas isso é notado apenas com o etanol no tanque e significa apenas menor elasticidade. São 115/118 cv (gasolina/etanol, ante 115/122 cavalos do pareamento anterior), com torque de 16,10 kgfm.

Assim, o que ainda falta à Citroën e seu Aircross é desenvolver uma melhor relação com o comprador e com o mercado, algo que a marca tem feito esforço para fazer nos últimos anos, a ponto de oferecer "vantagens" como preços menores que os dos rivais e programas como o de revisão com preço pré-fixado. E escancarar as vantagens do câmbio automático novo, que sequer tem emblema descritivo na carroceria. O público precisa saber que o Aircross (assim como o C3) melhorou.