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Audi RS 3, agora com 400 cv, sai de traseira para atrair fã de BMW

Rodrigo Mora

Colaboração para o UOL, de Salalah (Omã)

25/08/2017 04h00

Esportivo da Audi quebra tradição interna para encantar novos condutores; vai conseguir?

Audi RS 3, Mercedes-AMG A 45 e BMW M2 são "foguetinhos" alemães que disputam quase no "braço-de-ferro" quem tira entrega mais potência. Com seu 2.0 turbo de 381 cavalos, o Mercedes levava vantagem ante os 370 cv do 3.0 turbo de seis-cilindros do BMW. Isso até a chegada do novo modelo da Audi.

Lançada no Salão de Genebra de 2016, a segunda geração do RS 3 já passa por uma atualização e está confirmada pela Audi do Brasil para desembarcar aqui no final do ano, ao lado do cupê S5 Sportback. O sedã S4 ainda é uma especulação. Preços ainda estão indefinidos.

Agora, a estrela é o novo motor 2.5 turbo de cinco cilindros: construído em alumínio, é 26 kg mais leve e gera agora 400 cv de potência. Outra importante mudança está no comportamento da tração Quattro.

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Na primeira geração, o RS 3 era alvo de críticas por ser muito preso ao chão e sufocar parte da diversão ao volante. A Audi se permitiu quebrar uma tradição interna para mudar esse comportamento: o sistema agora entende que o motorista está dirigindo esportivamente e regula a distribuição de torque, podendo joga-lo em maior quantidade para a traseira.

Na prática é como se o RS 3 ganhasse mais molejo. Se o modelo anterior parecia andar num trilho, neste o condutor vai precisar ter cuidado ao sair das curvas afundando o pé no acelerador. É exatamente isso que todo mundo quer ao sentar ao volante de um esportivo.

Só no automatizado

Isso porque o despejo de torque nas rodas de trás é violento, e exige um contra-esterço no volante. Aprumado na reta, o RS 3 dispara à medida que o câmbio automatizado de sete marchas troca cada uma delas rapidamente.

Falando em câmbio, transmissões manuais estão fora dos planos da Audi Sport. A "culpa" parece ser da falta de demanda, segundo a Audi.

"Aprendi a dirigir no Fiat Cinquecento da minha mãe, que era manual. Para mim é uma pena que esse tipo de transmissão não seja mais valorizada, já que me considerado um entusiasta. Mas quando cheguei à Lamborghini, dez anos atrás, os pedidos por câmbio manual não chegavam a 10%. Pouco antes de sair, pedi à minha equipe que todo pedido por um câmbio desse chegasse ao meu conhecimento, pois só poderia ser um engano do vendedor ou algo assim", justifica Stephan Winkelmann, ex-CEO da Lamborghini e hoje CEO da Audi Sport.

Com tudo isso, o motorista encontra um carro não só esportivo -- bancos mais avantajados nas laterais, volante com base achatada e revestido de couro Alcantara para absorver o suor produzido em momentos de adrenalina alta --, mas também luxuoso. Além do Sportback, há até uma versão com mais apelo de estilo, mas o espaço traseiro é limitado: com mais de 1,75 m de altura, o passageiro pode ser incomodado pelo teto.