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Toyota Corolla é um dos seminovos mais valorizados; veja dicas para comprar

Fernando Miragaya

Colaboração para o UOL

20/07/2017 06h00

Fama positiva da marca, boa liquidez e conforto do sedã fazem de sua 10ª geração um dos usados mais atraentes do mercado nacional

Você já deve ter ouvido de muito taxista que Corolla é "carro que não dá problema". Pois essa reputação do sedã médio da Toyota reflete no segmento de usados. São muitos os modelos seminovos, de diferentes anos, na maior parte das vezes valorizados e com boa liquidez. Entre tantas opções, chamamos a atenção para a décima geração do carro (a quarta feita no Brasil, que pode ser vista no álbum que abre esta reportagem).

Fabricada em Indaiatuba (SP) entre 2008 (já linha 2009) e 2013, este 10º Corolla surgiu com a missão de recuperar a liderança do segmento, perdida para o arquirrival Honda Civic -- que ganhou nova geração em 2006 conhecida como "New Civic". Com plataforma evoluída e visual discretamente mais moderno, o exemplar da Toyota adotou assistência elétrica na direção e acelerador eletrônico.

Mais novidades mecânicas ainda estavam por vir ao longo do ciclo de vida do sedã: em 2010, os mais caros (XEi e Altis, novo nome do antigo SE-G) passaram a ter o motor 2.0 flex de 142/153 cv, com comando variável de válvulas na admissão e no escape -- o 1.8 ficou reservado à versão de entrada (GLi); na linha 2012, esse motor de 1,8 litro teve a potência com etanol elevada de 140 cv para 144 cv (a gasolina, manteve os 139 cv), além de ganhar câmbio manual de seis marchas.

A não ser que você seja daqueles que gostam de "sentir o carro", prefira a caixa de câmbio automática, quase mandatória neste segmento. São modelos mais fáceis de achar e repassar. Apesar de a transmissão do Corolla, com apenas quatro marchas, não ser o suprassumo de modernidade.

+ Pontos positivos: Dirigibilidade, liquidez, acerto da suspensão e conforto no rodar.
+ Pontos negativos: Espaço no banco traseiro, caixa automática de quatro marchas e nível de equipamentos.
+ Atenção: Veja se o veículo atendeu a todos os recalls, especialmente o do deflagrador do airbag do motorista (2008 a 2014), do airbag do carona (2008 a 2012), o da bomba de combustível (2008 e 2009) e o do sistema de partida a frio (2008 a 2010).
+ Atenção 2: Aos barulhos no acabamento, principalmente no painel e nos encaixes de plásticos nas portas, descansa-braço e interruptores de vidros elétricos.
+ Atenção 3: A ruídos e vibrações estranhas ao frear o veículo, já que há relatos de desgaste prematuro do conjunto.

Toyota Corolla 2012 - Divulgação - Divulgação
Dirigibilidade, liquidez, acerto da suspensão, conforto no rodar e economia de combustível são pontos fortes
Imagem: Divulgação

Como ele anda

Lembre-se que o Corolla é o típico "pacato cidadão": tem ótima dirigibilidade, nível de conforto ao rodar exemplar e tanto o 1.8 e o 2.0 garantem desempenho competente para o dia dia na cidade e escapadas na estrada, além de ótima economia de combustível. Só que essa prioridade pelo prazer a bordo tira um pouco de sua emoção.

É um carro previsível em altas e baixas velocidades, retas ou curvas, mas com eficiente acerto de suspensão. O câmbio não ajuda a mudar essa percepção, porém, não chega a atrapalhar -- ela segura bem as primeiras relações e apresenta um leve buraco entre a terceira e a quarta, principalmente em subidas e retomadas.

Questão de costume e que fica em segundo plano com o conforto que o Corolla proporciona, além do custo de manutenção que não prega sustos. O kit dos dois amortecedores traseiros, por exemplo, é encontrado por menos de R$ 500. E o jogo de pastilhas dos freios dianteiros fica em torno de R$ 250.

A linha 2012 ainda reservou um discreto face-lift. Sempre criticado pela modéstia em equipamentos (não há opção de controle de estabilidade e tração, por exemplo), as configurações mais caras ganharam central multimídia na linha 2014, última do Corolla de décima geração.

Fique atento à lista de recalls e lembre-se que, em 2010, a marca teve de fazer um chamado devido à "polêmica do tapete", que escorregava com facilidade e podia atrapalhar na resposta dos pedais do freio e do acelerador.

Boas safras: 2010, 2012 e 2014
Melhores versões: XEi, SE-G e Altis, geralmente mais equipadas e com acabamento interno com dose extra de capricho.
Boa compra: XEi 2.0 16V automático 2012, com preços entre R$ 49 mil e R$ 55 mil.
Fuja: Da GLi 1.6, criada para ser a versão de entrada e crescer as vendas, tem liquidez ruim devido ao "preconceito" do mercado com o motor menor e a caixa manual.