Motorista assume volante de Uber autônomo a cada 1,3 km, diz relatório
Empresa roda com 43 protótipos em três Estados dos EUA
Quem está antenado às novidades do setor automotivo já percebeu o quanto as montadoras estão tentando acelerar o processo de estabelecimento de automóveis 100% autônomos para até antes de 2020.
Muitos modelos, caso de Volvo XC90 e Mercedes-Benz Classe E, já são comercializados com recursos dotados de tecnologia parcialmente autônoma. No entanto, há indícios de que ainda resta certo chão para que a tecnologia seja confiável e os carros, capazes de rodar 100% do tempo sem intervenção humana.
É o que indica um relatório interno da divisão de automóveis autônomos da Uber, divulgado pelo site Recode.
A empresa de transporte individual por aplicativo está testando 43 protótipos autônomos nos Estados americanos da Pensilvânia, Arizona e Califórnia. As corridas são realizadas com clientes que solicitam o serviço normalmente, como se fossem ser atendidos com automóveis convencionais.
Algumas das corridas já terminaram em barbeiragem. E é justamente pela falta de funcionamento totalmente confiável do sistema é que, de acordo com o relatório, os motoristas desses autônomos precisam assumir o volante a cada 1,3 quilômetro, em média.
Intervenções de emergência
Segundo o estudo, os protótipos estão rodando quase 33 mil quilômetros por semana. As razões para a intervenção humana vão desde marcações de faixa apagadas e condições climáticas desfavoráveis (como chuva forte) até falhas de operação de sensores, câmeras e outros dispositivos que não funcionam conforme esperado.
O maior problema é que, em boa parte das vezes, a intervenção humana ocorrem quando o risco de acidente já está iminente, resultando em ações como frenagens bruscas, por exemplo. Nos Estados onde os testes são conduzidos, bater o protótipo autônomo em outro carro ou atropelar pedestre rende multa acima de US$ 5.000 (cerca de R$ 15 mil).
O resultado do relatório vai para a mídia durante uma batalha judicial entre a Uber e o Google, que acusa a primeira de "roubar" tecnologia de condução autônoma por meio de engenheiros que trabalhavam para o Google e foram contratados pela empresa de transporte por aplicativo.
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