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Dono de Ferrari é acusado de adulterar hodômetro para faturar US$ 1 milhão

LaFerrari é o supercarro mais rápido, forte e potente de toda a história da Ferrari - Divulgação
LaFerrari é o supercarro mais rápido, forte e potente de toda a história da Ferrari Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

05/03/2017 08h00

Vendedor acusa o cliente de "pagar por fora" um dos mecânicos da loja

Uma Ferrari LaFerrari de US$ 1,5 milhão que teve o hodômetro zerado na concessionária da marca em Palm Beach, na Flórida (Estados Unidos) -- algo que valorizaria o preço do supercarro em mais US$ 1 milhão na hora da revenda --, motivou uma ação judicial e colocou em xeque a credibilidade da montadora.

A ação é movida por Robert Root, vendedor da autorizada, contra o cliente Charles Steven McMillan, que supostamente pagou "por fora" a um dos mecânicos, durante uma revisão de rotina, para adulterar a quilometragem original de sua LaFerrari 2015.

De acordo com o "Daily Mail", a administração da concessionária percebeu a fraude e confrontou o cliente, que, por sua vez, acusou Root de ter burlado o hodômetro -- foi ele quem vendeu o automóvel a McMillan, ainda zero-quilômetro, em maio de 2015.

Eu?

O vendedor afirmou ser inocente da acusação e decidiu processar o cliente. Mais que isso, nos autos do processo ele alega que a Ferrari seria conivente com a ilegalidade. O hodômetro teria sido zerado utilizando-se de uma ferramenta oficial de diagnóstico e programação da ECU (central de comando eletrônico), usada em toda Ferrari recente, na rede autorizada, desde a 599 GTB.

Ainda segundo a ação, esse equipamento se conecta diretamente a servidores da Ferrari na Itália para validar as informações e novas programações, como acontece em muitas outras marcas de automóvel. Porém, Robert Root alega que a marca não tem um controle estrito das reprogramações, como alteração do hodômetro, que deveriam ser autorizadas somente mediante situações que envolvam documentação do carro, como troca de motor ou troca do painel devido a um defeito de fábrica, por exemplo.

Essa suposta prática serviria para inflar os preços de modelos usados comercializados na sua própria rede de concessionárias -- afinal, quanto menos rodado for um veículo, mais valorizado ele é, inclusive de marcas como a Ferrari.

A filial norte-americana da empresa emitiu um comunicado dizendo que "não comenta" litígio judicial envolvendo uma autorizada, franqueada da marca italiana, e seus funcionários. A fabricante ainda disse que a ação "envolve terceiros" e que se reserva ao direito de tomar medidas judiciais caso sinta-se prejudicada.