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Vídeo: Logan fica mais econômico e vigoroso com motor 1.6 do Kicks

Motor do Renault Logan 1.6 SCe 2017 - Divulgação - Divulgação
Aqui a grande estrela do Logan 1.6 2017: o motor SCe, 4-cilindros de 16 válvulas e 118 cv
Imagem: Divulgação

Leonardo Felix

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/01/2017 12h34

UOL Carros rodou 2.000 quilômetros com o modelo 2017 do sedã

A Renault foi a mais recente fabricante estabelecida no Brasil a lançar uma nova linha de motores. Nada disso é coincidência: com os prazos da primeira fase do Inovar-Auto ficando cada vez mais apertados, foi preciso correr para adequar a gama aos novos patamares de eficiência em consumo e emissões.

No fim do ano passado, Logan e Sandero estrearam sob o capô a família SCe, munida de um inédito 1.0 3-cilindros -- que UOL Carros já avaliou -- e um 1.6 4-cilindros de 16 válvulas derivado da Nissan, que já o utiliza em March, Versa (111 cv) e Kicks (114 cv).

Com bloco de alumínio, comando variável para admissão no cabeçote, distribuição por corrente, regeneração de energia durante desacelerações para alimentar a bateria e óleo de viscosidade mais baixa, a unidade ficou 30 quilos mais leve (não, você não leu errado, são 30 kg!) do que o velho HiPower de 8V.

Foram aplicados ainda outros "truques" a fim de fazer hatch e sedã compactos consumirem menos combustível: pneus de baixa resistência ao rolamento; direção eletrohidráulica; start-stop (desliga o motor sozinho em paradas breves); câmbio manual de cinco marchas com relações mais curtas; e indicador de troca de marchas no quadro de instrumentos.

No caso do Logan, segundo o programa de etiquetagem do Inmetro, as modificações levaram aos seguintes dados oficiais de autonomia: 13/8,8 km/l na cidade e 13,8/9,5 km/l na estrada, respectivamente com gasolina/etanol.

Deu certo? Assista ao vídeo e confira. 

Como roda o Logan 2017

Sim, o Logan ficou mais econômico, conforme atestamos em teste de quase 2.000 quilômetros ao longo de 10 dias. UOL Carros rodou com a versão Expression, a mais barata da configuração 1.6 -- R$ 52.750 -- por ciclo misto que incluiu percursos urbanos, rodovias e estradas vicinais. Resultado final, com gasolina: 12,1 km/l,

É preciso destacar algumas peculiaridades. A primeira é que o propulsor surpreendeu na estrada: os 115/118 cv (gasolina/etanol) e 16 kgfm de torque (qualquer combustível) se mostraram suficientes para empurrá-lo a velocidades de cruzeiro abaixo de 3.000 rpm. Com isso o consumo se aproximou bastante dos números do Inmetro.

Não fosse a relação muito curta das marchas, o desempenho poderia ser ainda melhor.

Em trechos citadinos também houve evolução, mas somente com trânsito livre -- onde a média variava entre 10 e 12 km/l. No "anda e para" do tráfego pesado o excesso de peso da carroceria -- 1.062 kg em ordem de marcha, acima de todos os seus concorrentes -- e a altura acima da média -- 1,53 metro, o que limita o coeficiente aerodinâmico -- não permitiram que a autonomia passasse de 6 km/l nessas condições.

Elasticidade, ruído e vibração do SCe de 1,6 litro também agradaram bastante, assim como as mudanças feitas na caixa de transmissão manual de cinco velocidades: esta enfim teve os obsoletos varões substituídos por cabos, o que ajudou a deixar os engates mais precisos e firmes.

Direção ficou mais direta e sem folgas com a assistência eletrohidráulica, embora ainda demande esforço maior por parte do motorista do que uma puramente elétrica. Uma pena que as suspensões não sejam independentes no eixo traseiro nem contem com barra estabilizadora na frente, o que compromete rolamento e absorção de impactos.

Entra ano, sai ano...

De resto, o Logan continua a ser o velho Logan de sempre: visual acertado na atual geração; ótimo espaço interno e para bagagens; acabamento espartano, o que compromete conforto e ergonomia; e uma lista de equipamentos demasiadamente simples nesta versão.

De série a Expression 1.6 manual traz, além dos obrigatórios freios ABS e airbags frontais: alarme; travas elétricas com acionamento pela chave (que não é canivete, algo que qualquer 1.0 de entrada hoje já oferece); vidros dianteiros elétricos com função um-toque (funcionam muito bem, por sinal); ar-condicionado manual; painel de instrumentos com computador de bordo digital (monocromático); alerta visual de portas abertas e sonoro para faróis acesos; e rodas de aço com calota aro 15.

Vidros traseiros e retrovisores externos são arcaicamente manuais, e faltam equipamentos como encosto de cabeça e cintos de três pontos para todas as posições, ganchos Isofix para cadeirinhas infantis, monitoramento de pressão dos pneus e suporte para celular.

Sistema multimídia MediaNav, um dos melhores e mais intuitivos do segmento, embora ainda não ofereça projeção de smartphones, vem como opcional de R$ 1.300, em pacote junto com sensores traseiros de estacionamento.

Por falar em opcionais, uma das coisas mais bizarras do Logan 2017 é colocar alerta de cinto de segurança para o motorista como opcional... Sem custo adicional (?).