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Museu do Automóvel de Bruxelas vira garagem para comemorar 100 anos da BMW

BMW Vision Next 100 Concept, exposto no museu, é a visão da marca para o futuro da mobilidade - Matthias Schrader/AP
BMW Vision Next 100 Concept, exposto no museu, é a visão da marca para o futuro da mobilidade Imagem: Matthias Schrader/AP

Da EFE, em Bruxelas (Bélgica)

30/12/2016 11h36

Conheça um pouco mais sobre a centenária história da marca alemã

O museu do automóvel de Bruxelas, chamado de Autoworld, reúne uma singular coleção de carros alemães para comemorar o centenário da BMW, incluindo, entre outras raridades, um modelo de competição decorado pelo artista australiano Ken Doe, avaliado em 5 milhões de euros (cerca de R$ 17 milhões).

Trata-se de um dos 17 "art cars" da marca, lançado em 1975 pelo piloto francês e colecionador Hervé Poulain. Essa série de 17 veículos é uma das coleções mais exclusivas do mundo por dar a artistas a tarefa de decorar um único BMW.

Entre os que já cederam seu talento à construtora alemã estão Alexander Calder, Roy Lichtenstein, Andy Warhol, César Manrique e Jeff Koons. Em Bruxelas, o carro exposto é um M3 decorado em 1989 por Doe.

"Pintei papagaios e peixes-papagaio. Os dois são formosos e podem se movimentar em velocidades inventadas", explicou o ilustrador australiano ao terminar sua colorida obra de arte, talvez a mais chamativa da mostra, que ficará aberta até dia 8 de janeiro e na qual serão exibidos 95 veículos, entre carros e motos.

BMW M1 E26 - Reprodução - Reprodução
BMW M1, feito em parceria com a italiana Lamborghini, também está exposto
Imagem: Reprodução

Origem: Munique

Algumas das peças expostas no Autoworld provêm do museu da fabricante em Munique, outras de concessionárias, clubes de motoristas e coleções privadas.

O passeio pela história da marca -- que explica pouco além do tipo de motor de cada modelo ao visitante --- serve para que os amantes de carros se deleitem admirando modelos como o Isetta, aquele microcarro fabricado nos anos 1950 com motor de 697 cc e porta frontal (inclusive no Brasil), e o esportivo M1, produzido entre 1979 e 1981 fruto de um projeto em parceria com a italiana Lamborghini.

O visitante também pode apreciar BMW 507, que antes da 2ª Guerra Mundial tinha já motor de seis cilindros e chegava aos 120 km/h.

Mas as principais atrações da mostra são os modelos de corridas que já participaram das 24 Horas de Le Mans e da Fórmula 1, como o exemplar conduzido Ralf Schumacher na temporada de 2000.

A história

A iniciativa visa contemplar a história da companhia que nasceu no dia 7 de março de 1916, a partir da fusão das fábricas de Gustav Otto e Karl Rapp, que colocaram à frente da engenharia dos motores o talentoso Max Friz. Foi ele quem desenhou um o motor de avião utilizado pelo exército alemão, com o qual a empresa decolou.

A hélice em movimento do logotipo, que começou a ser utilizado em 1917, quando a empresa passou a se chamar Bayerische Motoren Werke (BMW), lembra esse breve período na história da montadora, que terminou com assinatura do Tratado de Versalhes, ao fim da 1ª Guerra Mundial.

O acordo proibia a derrotada Alemanha de fabricar motores para aviões, levando a construtora a buscar outras saídas comerciais... primeiro com máquinas agrícolas, depois com de duas rodas. Assim, o primeiro BMW não foi um carro, mas uma moto.

Astro de cinema

A grande tela imortalizou algumas das motos mais célebres da montadora de Munique, como a BMW R71 com sidecar, na qual Harrison Ford levava Sean Connery em "Indiana Jones e a Última Cruzada", ou a BMW R 1200 C com a qual Pierce Brosnan derrapava na pele de James Bond em "007 - O Amanhã Nunca Morre".

A elas soma-se a BMW R80 na qual Michael Douglas passeava com Kathleen Turner em "A Joia do Nilo" e também os carros filmados na saga "Missão impossível" de Tom Cruise, nas perseguições de Robert De Niro em "Ronin" e nos passeios noturnos de Bruce Willis na série "A Gata e o Rato".

Não é do fabricante alemão o DeLorian de "De Volta Para o Futuro", como muitos pensam, e que praticamente todos consideram o carro mais famoso da história do cinema. No entanto, no segundo filme da saga, aparece um BMW 633 CSI tunado conduzido por Griff Tannen, neto de Biff Tannen e antagonista de George McFly, mítico personagem interpretado por Michael J. Fox.

Como aceno para o que há por vir, também está exposto o BMW Vision Next 100, veículo-conceito que a empresa espera lançar no mercado daqui a 25 anos -- o carro foi desenhado sem volante e será totalmente autônomo, revelando o que a companhia acredita que será o futuro da mobilidade.