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Fiat Toro com motor 2.4 flex fica mais forte e... gastona; leia impressões

André Deliberato

Do UOL, em Cabreúva (SP)

04/11/2016 08h00

Motor Tigershark Multiair 2, bicombustível, chega a 2,4 litros em nova versão da picape e pode render 186 cv e 24,9 kgfm de torque

A Fiat Toro passa a contar a partir deste mês com mais uma configuração flex entre sua gama de versões, que em geral tem vendido cerca de 4 mil carros por mês. A nova opção terá o mesmo preço que a versão turbodiesel de entrada, R$ 98.730. Com a novidade, a FCA espera que as vendas da picape cresçam de 5% a 7% -- atualmente, 70% do mix de vendas são de versões flexíveis.

O motor é da mesma família que aquela utilizado pelo recém-lançado Compass Flex, a Tigershark, importado do México e utilizado também pelo Dodge Dart nos Estados Unidos -- só que na picape ele tem cabeçote Multiair 2. Ele é produzido na mesma fábrica de onde o grupo produz os supermotores de oito cilindros Hemi e Hellcat, utilizados por Charger e Challenger, entre outros esportivos da América do Norte.

Só que na Toro, cilindrada, potência e torque aumentaram se comparados ao Compass: passou de 2 para 2,4 litros; potência cresceu de 159/166 cv para 174/186 cavalos e torque saltou de 19,9/20,5 kgfm para 23,6/24,9 kgfm (sempre com gasolina/etanol).

Também passa a ser oferecido na Toro flex o câmbio automático de nove marchas, até então exclusivo da versão Volcano a diesel. 

Desta forma, a gama da Toro fica da seguinte maneira:

+ Toro 1.8 Freedom Etorq Flex A/T6 4x2: R$ 82.930
+ Toro 2.4 Freedom Tigershark Flex A/T9 4x2: R$ 98.730 (nova versão)
+ Toro 2.0 Freedom Multijet turbodiesel M/T6 4x2: R$ 98.730
+ Toro 2.0 Freedom Multijet turbodiesel M/T6 4x4: R$ 107.150
+ Toro 2.0 Volcano Multijet turbodiesel A/T9 4x4: R$ 124.550

Segundo a Fiat, a nova oferta de motor e câmbio agrega desempenho "esportivo" à picape. Há um novo botão no painel, "Sport", que pode mudar o comportamento do conjunto motriz e da assistência da direção, mantendo o motor em rotações mais altas, marchas menores e a direção mais firme -- de acordo com a fabricante, a velocidade máxima (200 km/h) é alcançada em 6ª marcha e as outras (7ª, 8ª e 9ª) funcionam como overdrive para melhorar o consumo de combustível. O 0-100 km/h anunciado é de 9,9s.

Em seu pacote, a Toro 2.4 mantém os equipamentos da versão Freedom 1.8 e agrega itens como retrovisor com função tilt-down (que rebate o espelho em balizas para não raspar a roda na guia); sistema anticapotamento; iluminação do chão quando as portas estão abertas; capota marítima e sensores de monitoramento da pressão dos pneus, entre outros. A Fiat deve disponibilizar o catálogo completo da nova versão nos próximos dias em seu site oficial.

Está bebendo muito

Rodamos cerca de 180 quilômetros com a nova configuração da picape. Obviamente, pelo motor maior e o câmbio mais moderno, ela está mais forte, rápida e esperta que a versão 1.8 flex, mas falta torque em determinadas situações, principalmente em subidas -- é preciso afundar o pé no acelerador e esperar um pequeno delay para ela responder --, e somente depois de certo embalo a picape passa a utilizar as marchas maiores para economizar combustível.

Não tem como comparar o desempenho com o das versões a diesel, que não chegam a 200 km/h por ter menos potência (170 cv), mas têm quase 11 kgfm a mais de torque (35,7 kgfm). E é esse número que realmente importa em uma ultrapassagem ou saída rápida de farol, por exemplo.

Além disso, a diferença de consumo entre as configurações flex não é tão significativa quanto se esperava.

Segundo dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, a Toro 2.4 faz 8,6 km/l e 10,8 km/l em cidade e estrada, respectivamente, com gasolina; e 5,9 km/l e 7,4 km/l, nas mesmas condições, com etanol.

UOL Carros testou o modelo em duas condições, sempre com três pessoas a bordo e ar-condicionado ligado: com o pé mais leve, em estrada cuja velocidade média foi 50 km/h, computador de bordo apontou consumo de 7,4 km/l. Já a 120 km/h, o número caiu para 5,6 km/l, mesmo em nona marcha. O combustível utilizado foi o etanol.