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Simples na terra, nova Chevrolet S10 passeia em tecnologia

Sai bem na foto, mas High Country é feita para conforto e não aventura - Divulgação
Sai bem na foto, mas High Country é feita para conforto e não aventura Imagem: Divulgação

André Deliberato<br>Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

16/05/2016 08h00

Apresentada na última semana, a Chevrolet S10 2017 traz mudanças de estilo e equipamentos para ficar mais atraente e tecnológica. Mas como anda a nova linha da picape média que por muito tempo foi líder de mercado, mas agora luta para retomar da Toyota Hilux esta posição?

Se o preço mudou pouco em relação ao modelo atual -- pacotes foram extintos, enquanto as opções restantes mantiveram valores iniciais (de R$ 97.890 a R$ 167.490) --, a sensação de guiar agrada se comparada à anterior. E isso era uma das promessas da Chevrolet -- e obrigação frente ao oferecido pelas rivais. 

UOL Carros avaliou uma S10 High Country, configuração mais completa, arrojada e tecnológica, com tração integral e motor diesel, por cerca de 500 quilômetros entre a capital e o interior de São Paulo.

Em todo o trajeto, o motor turbodiesel faz bom par com a caixa de transmissão automática de seis marchas. Sensivelmente mais leve, a direção com assistência elétrica deixa o conjunto ágil na cidade e na estrada. 

Por dentro, apesar de manter a estrutura de painel do modelo 2015, a sensação de refino melhorou, principalmente por causa do acabamento mais esmerado.

Na High Country, predominam enxertos cromados, mas são os detalhes em preto brilhante e as texturas nos painéis central e de porta que passam agradável sensação de luxo.

Apesar disso, ela ainda é... uma picape a diesel tradicional. Isso significa suspensão mais macia do que esperado no asfalto, justamente prevendo o uso em terrenos menos lisos. Há ainda torque abundante demais para saídas de farol, mas que vai dar conta do recado em situações mais bruscas.

Só que o ruído a bordo ainda é exagerado. Segundo a GM, o capricho no espaçamento entre as peças, entre chapas externas e carroceira e detalhes internos, foi retrabalhado para diminuir esta percepção -- melhorou, mas não a ponto de poder comparar o silêncio a bordo com o de um sedã, por exemplo.

Ou com o ambiente da nova Hilux, onde o fator silêncio foi tomado como questão de honra.

Um passeio em eletrônica

A central multimídia MyLink2 é fácil de mexer e muito intuitiva -- de longe, é o sistema mais acertado considerando as principais picapes do mercado.

Assim também é o comando da central OnStar acondicionado na base do retrovisor interno. Como no Cruze, a operação é simples, rápida e com poucas palavras trocadas com a central de atendimento, dicas, roteiros e até rastreamento são acionados e sinalizados na tela central.

Há ainda aviso de mudança de faixa e alertas sonoros para eventuais colisões -- a S10 avisa quando se aproxima rápido demais de um carro à frente, mas não freia o carro de maneira independente. Ainda assim, o auxílio é ponto forte se comparado ao da Hilux: além de câmera de ré, traz ainda sensores de estacionamento.

Fora-da-estrada padrão

No 4x4, a S10 Diesel tem boa desenvoltura, mas nada que rivais como Toyota Hilux e Ford Ranger não façam. A picape permite que o motorista escolha a tração (4x2, 4x4 e 4x4 com marcha reduzida) por meio de um seletor eletrônico ao lado do freio de mão, praticidade que já é praxe no segmento.

Importante é a escolha dos pneus -- a Chevrolet escolheu bons Bridgestone Dueler H/T aro 18, que não comprometem, mas que poderiam fazer da picape uma opção melhor para o fora de estrada se fossem substituídos por pneus mais adequados.

Fica clara a ideia de que, de fato, este segmento está mirando mais as esquinas da cidade e menos as trilhas da mata.