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Novo VW Gol respira com versões mais equipadas; saiba como anda

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/02/2016 08h00

A Volkswagen escolheu três pilares para construir o Novo Gol, modelo que chega às lojas como linha 2017: design, motor e conectividade. Com as atualizações, a montadora espera fazer o carro recuperar o sucesso de outros tempos e e vê-lo figurar novamente entre os modelos mais vendidos do Brasil. Será o bastante? UOL Carros avaliou a configuração Comfortline com motor 1.0 (3-cilindros), intermediária e que parte de R$ 42.690, para responder.

A primeira "fundação" é sutil: novos faróis, para-choques e grade dianteiros; vincos laterais mais acentuados e traseira mais achatada, que traz lanternas maiores com efeitos 3D (esquisitas). Tudo muito leve e que o deixa ainda mais parecido com o Polo europeu -- sem jamais ser. As novidades foram antecipadas por UOL Carros em abril de 2015.

Motor eficiente

O segundo passo foi trocar o antigo motor EA111 1.0 de quatro cilindros pelo moderno EA211 1.0 de três cilindros utilizado pelo up! e pelo Fox. São 82 cv com etanol (6 cv a mais que o propulsor aposentado e ganho de eficiência energética de 11%). Apesar da novidade, as versões mais caras continuam utilizando o antiquado motor 1.6 de 8V e 104 cv. Por que não adotar de vez o 1.6 MSI, de 120 cv?

Volkswagen Gol Comfortline - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Volkswagen Gol Comfortline, 1.0 3-cilindros, 82 cv, R$ 42.690 iniciais. Consumo médio: 21 km/l com gasolina na cidade
Imagem: Murilo Góes/UOL
Apesar de maior e mais pesado que o up!, o Novo Gol está mais ligeiro que seu antecessor, tanto em aceleração quanto em retomadas de velocidade (mesmo com as relações de marcha alongadas para maior economia de combustível). Só que vai sofrer um pouco -- e gastar mais -- quanto mais exigido: no teste, o modelo registrou 21 km/litro de gasolina na cidade (trânsito livre, 5ª marcha, 70 km/h), índice similar ao obtido com o up!. Puxando mais, porém, na estrada (120 km/h, 5ª marcha, com ar-condicionado ligado), o consumo piorou bem, embora ainda permaneça bem interessante: 15 km/l. 

É importante destacar, porém: ruídos e vibrações internas aumentaram e às vezes incomodam os passageiros menos acostumados. Isso é normal em carros equipados com motor de três cilindros, mas poderia ser um efeito colateral suavizado com o uso de revestimento acústico de qualidade.

Ligado

Tornar o Gol um carro conectado foi outra base de construção do carro, a principal, até, já que os jovens compradores (base desse mercado) pedem cada vez mais recursos de interatividade. Até por conta disso, a Volks diz que começou a desenhar o novo modelo de dentro para fora.

Há um painel totalmente renovado, mais horizontal e bem-acabado, ainda que com plástico duro. Elementos vindos do Golf e depois adotados pelo Fox estão presentes. Isso, claro, é perceptível nas versões intermediária e topo de gama. Na base, o Gol segue sem ter sequer ajuste de altura ou profundidade no volante, que também só tem direção hidráulica disponível (rivais já partem para a assistência elétrica).

Na versão Comfortline, vemos novo quadro de instrumentos e quatro opções de sistema multimídia. Desde o Gol mais básico, equipado com o padrão de interatividade "Media", é possível fazer conexão via Bluetooth e se conectar via entrada auxiliar ou USB. Acima deste, há conjunto mais elaborado, chamado "Discover Media", como opcional: tem tela sensível ao toque colorida de 6,33 polegadas e até sensor de aproximação, capaz de reconhecer a mão do motorista e antecipar opções do sistema.

Mais gostoso de dirigir e conectado, este Gol mais equipado não deve mais nada ao líder Onix, por exemplo, que agora tem motor ultrapassado se comparado ao carro da Volks. Mas é pouco frente ao HB20, ainda que este seja mais caro em alguns pacotes. O volante emprestado do Golf é a cereja do bolo.