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Novo Tracker usa cara de Cruze e até Wi-Fi para não ser esquecido

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/02/2016 14h20

Honda HR-V, Jeep Renegade, Renault Duster, Ford EcoSport, Peugeot 2008... Estes certamente foram os SUVs compactos mais comentados no Brasil em 2015. Dentro do segmento que mais cresce atualmente no país, a GM ficou para trás ao não apostar mais alto em seu produto, o Tracker. Quem admitiu o erro foi o então presidente do grupo para a América Latina, Jaime Ardilla, durante o Salão de Detroit 2015.

Resultado: enquanto HR-V bateu 50 mil emplacamentos e o Renegade chegou a quase 40 mil no ano passado, o Tracker caiu no esquecimento e ficou limitado a 11.031 unidades vendidas (segundo a Fenabrave, associação dos concessionários). Isso mesmo tendo um bom pacote, conforme UOL Carrosatestou há alguns meses

Nesta segunda-feira (10), a GM dos Estados Unidos divulgou as primeiras imagens do Tracker 2017 (conhecido por lá como Trax), cuja apresentação está marcada para o Salão de Chicago, ainda este mês. As vendas na América do Norte começam só em meados do segundo semestre, com produção em San Luís Potosí (México).

Reestilizado, embora ainda construído sobre a plataforma GSV Gamma II, de Onix, Prisma, Cobalt e Spin, o suvinho ganhará a nova identidade visual da Chevrolet -- inaugurada pela nova geração do Cruze e já presente no Brasil com o facelift do Cobalt --, escorando-se justamente em Cruze e Cobalt para ganhar sobrevida em nosso mercado e não acabar descontinuado, como ocorreu com o primo Sonic. 

Como ficou

Visualmente, a principal mudança está na dianteira: faróis extremamente afilados se integram à parte superior da grade bipartida, esta alargada e remodelada em um desenho mais arrojado. Nichos das luzes de neblina estão maiores e o conjunto óptico dianteiro ganhou assinatura em LED nas versões de topo. Inspiração veio do Cruze, claro, mas é preciso ressaltar o quanto o modelo está parecido com o Ford Kuga, modelo referência do segmento nos EUA. A traseira tem mudanças mais sutis, resumidas a elementos rearranjados no interior das lanternas -- LEDs também passam a marcar presença ali -- e a um novo desenho do para-choque, que inclui refletores maiores.

Por dentro, o painel passou a ser dividido em camadas e a contar com nova disposição das saídas centrais de ar, ao estilo coreano. Tudo isso para integrar a última geração da central multimídia MyLink (também debutada no Brasil pelo Cobalt), que espelha celulares a partir das interfaces Apple CarPlay e Android Auto. No Tracker ela será ainda mais completa, servindo até para virar ponto de conexão à internet sem fio (via 4G).

Para o mercado americano, o modelo será comercializado em três versões (LS, LT e Premier) e ganhará ainda chave inteligente, partida do motor por botão, novos itens de segurança (sensores laterais de ponto cego e de tráfego cruzado na traseira; alertas anticolisão frontal e de mudança involuntária de faixa; câmera de ré de série em todas as versões; e até 10 airbags) e rodas de liga leve aro 18 para a versão mais cara. Por lá, o motor 1.4 Ecotec turbo, de 140 cv e 22 kgfm, e a transmissão automática de seis marchas continuam a compor a gama. 

Chevrolet Tracker 2017 - Divulgação - Divulgação
Interior ganha novos revestimentos e painel muito mais harmonioso, munido de saídas de ar centrais ao estilo coreano e central MyLink com tela tátil de 7 polegadas
Imagem: Divulgação

E o Brasil?

As chances de produção local do Tracker no Brasil, neste momento, são ínfimas, apesar de o jipinho compartilhar base com outros modelos feitos por aqui. Quando a GM anunciou o investimento de R$ 13 bilhões para renovar a operação brasileira até 2019, deixou claro que só vai mexer na linha atual quando tirar do forno sua nova plataforma para veículos compactos.

Ter um SUV pequeno nacional certamente faz parte dos planos da empresa (especialmente porque o segmento continua em franca expansão), mas é muito provável que isso aconteça só quando aparecer o substituto ou a próxima geração do Tracker, lá por 2018 ou 2019. Até lá, não há confirmação sobre se esta reestilização será vendida em nosso mercado, mesmo importada. Uma coisa é óbvia: a GM dificilmente aceitaria descontinuar sua participação em um nicho cada vez mais importante.

De qualquer forma, o novo Tracker só deve chegar ao país em 2017. A presença (ou não) do facelift no Salão de São Paulo, em novembro, vai evidenciar quais são os planos futuros da marca para ele. Até lá, a linha 2016 segue vendida com os traços atuais e em versão única, a LTZ, com motor 1.8 e câmbio automático, por R$ 83.890.