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Mercedes traz SUVs e se alia à Apple para tomar liderança da Audi

Mercedes-Benz Classe A 2016 munido de central multimídia com CarPlay - Divulgação - Divulgação
Parceria com a Apple espelha tela dos aparelhos... mas falta tela sensível ao toque
Imagem: Divulgação

Leonardo Felix

Do UOL, em Itu (SP)

02/02/2016 22h00Atualizada em 03/02/2016 18h24

Enquanto a fábrica de Iracemápolis (SP) não começa a entregar os primeiros Classe C e GLA turboflex nacionais, a Mercedes-Benz apostará em duas frentes para bater a Audi como marca premium mais vendida do Brasil em 2016: SUVs e conectividade com celulares Apple. Em 2015, a Audi (que usa Android) venceu a batalha por meras 14 unidades.

Mercedes-Benz GLC 2016 - Divulgação - Divulgação
Mercedes-Benz GLC 2016, 2.0 a gasolina, 211 cv: R$ 222.900; 215 quilômetros rodados; 7,8 km/l
Imagem: Divulgação
Para se colocar à frente da rival, a marca se rende à onda de espelhamento de celulares. A partir de março, a plataforma Apple CarPlay será usada no Classe A (que estreia novo visual por iniciais R

Mercedes-Benz GLC 2016 - Divulgação - Divulgação
Mercedes-Benz GLC 2016, 2.0 a gasolina, 211 cv: R$ 222.900; 215 quilômetros rodados; 7,8 km/l
Imagem: Divulgação
Para se colocar à frente da rival, a marca se rende à onda de espelhamento de celulares. A partir de março, a plataforma Apple CarPlay será usada no Classe A (que estreia novo visual por iniciais R$ 136.900) e no SUV pequeno GLA.

nbsp;136.900) e no SUV pequeno GLA.

Além deles, estará nos lançamentos GLC e GLE Coupé. Ainda não há confirmação, mas fontes deixaram escapar a UOL Carros que o Classe C também deve ter a função quando virar nacional. Com o CarPlay, a tela multimídia dos modelos pode reproduzir informações de aparelhos da Apple.

Mais à frente, os modelos ganharão suporte à interface MirrorLink, abrangente a diversos smartphones. Faltará só o Android Auto, interface com a qual os modelos jamais irão conversar. Por quê? "Temos uma parceria global firmada com a Apple", explicou Evandro Bastos, gerente de produtos da montadora. Isso significa que, mais uma vez, a Mercedes vai bater de frente com a Audi, que possui acordo semelhante com o Google (empresa criadora do Android Auto).

Reparou que, tirando o Classe A, somente SUVs irão ganhar o novo item? Tanto carinho tem uma explicação: sozinhos, os modelos tipo utilitário-esportivo são responsáveis por um terço de todas as vendas da fabricante no país atualmente.

Só faltou combinar com a Audi: a marca também reforça seus novos modelos com sistema de conectividade: o suvão Q7 foi apresentado no fim de janeiro com muita tecnologia a bordo e... espelhamento de smartphones.

 

Novos SUVs

Junto com o CarPlay, a fabricante apresentou a jornalistas nesta semana a segunda geração do GLC (utilitário médio derivado do Classe C, conhecido antes como GLK), que parte de R$ 222.900 na versão 250 4Matic e chega a R$ 264.900 na 250 4Matic Sport. Há ainda o inédito GLE Coupé, "leitura" do BMW X6 já avaliada por UOL Carros e que custa de R$ 415.900 a R$ 425.900 (configuração 4004 Matic, com motor V6 3.0 biturbo de 333 cv). Ambos chegam às lojas na segunda quinzena de fevereiro.

Para abril, a divisão brasileira já confirmou que também irá importar o GLS, "suvão" de sete lugares (antes chamado de GL) derivado do Classe S. Preço não foi confirmado, mas fica difícil imaginá-lo abaixo de R$ 500 mil. 

Como é o GLC

Rival de BMW X3, Audi Q5 e Porsche Macan, o GLC perdeu o jeito de jipe quadrado e adotou o atual padrão visual da marca: linhas musculosas e cheias de vincos, porém com arestas arredondadas, e teto levemente caído na traseira. O SUV também cresceu 11,8 cm no entre-eixos (para 2,87 metros) e 5 cm na largura (1,89 m sem contar os retrovisores), permitindo aumento de 3,4 cm no espaço para joelhos e de 80 litros no volume do porta-malas (para 580 litros).

Faróis full-LED, partida por botão com sistema start-stop, sensor de luminosidade e chuva, sete airbags, direção elétrica progressiva, abertura das portas e porta-malas por botão, assistente de frenagens em emergências, controle de estabilidade e tração, freio de estacionamento elétrico, tração integral com distribuição eletrônica de torque, bancos em couro Artico e revestimentos em alumínio, cromado, preto piano e borracha são alguns dos equipamentos de segurança e conforto.

O motor, 2.0 a gasolina, de 211 cv de potência e 35,7 kgfm de torque, também deriva das versões intermediárias do sedã, mas já vem acoplado à recém-lançada transmissão automática de nove velocidades (já presente na linha GLE). Segundo a montadora, o câmbio novo ajuda a aumentar em até 19% a eficiência em consumo de combustível. Chassi com partes em alumínio e suspensões com válvulas pneumáticas são outros itens de destaque. A versão Sport conta com elementos exclusivos como protetores de plástico nos para-choques, teto solar panorâmico e rodas de liga leve aro 19 da AMG.

Como anda

Se o GLA possui um compromisso um tanto confuso entre atributos de hatch e SUV, o GLC acertou "na veia" em sua proposta. Muito mais harmônico visualmente do que seu primo menor (confira detalhes no álbum), o modelo também tem força para andar a 120 km/h na estrada sem sofrimento, e ainda apresenta ótima estabilidade e rigidez nas curvas -- apesar do ponto H elevado. Direção elétrica progressiva firme, assento ergonômico e suspensões bem calibradas fazem aumentar a sensação de segurança ao volante.

Qualidade do som e dos acabamentos é primorosa (há um certo exagero no preto piano, é verdade, mas nada que comprometa sua elegância), e espaço interno ficou mais interessante com o aumento de largura e entre-eixos. Uma pena que o sistema multimídia continue pouco intuitivo, mesmo com o CarPlay (que não oferecerá tela tátil). O consumo também deixou a desejar: 7,8 km/l em trecho de 215 quilômetros, predominado por rodovias com longas retas e curvas abertas, sem tantas retomadas.