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Volkswagen Golf híbrido já testa no Brasil; preço ainda pode chocar

Golf GTE: acerto de GTI, 204 cv e promessa de fazer de até 64 km por litro de gasolina - Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press
Golf GTE: acerto de GTI, 204 cv e promessa de fazer de até 64 km por litro de gasolina Imagem: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/01/2016 17h14

Ele já havia mostrado a cara no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014, mas ninguém deu muita bola. Agora, porém, tudo ficou mais sério: a Volkswagen já testa "algumas unidades" do híbrido esportivo Golf GTE no Brasil. Há previsão de um evento oficial à imprensa especializada em meados do primeiro semestre, ainda que não haja, porém, qualquer informação concreta sobre a chegada às lojas. O preço também é um complicador, já que o carro dificilmente custaria menos de R$ 140 mil iniciais, mais caro que o Golf GTI.

Além da típica adaptação ao asfalto brasileiro, o hatch passa por provas técnicas específicas, como tolerância ao calor em algumas regiões do país e até mesmo sobre qual padrão de plugues e tomadas deve ser usado no ara carregamento doméstico. O Golf GTE é uma variação do esportivo GTI, que troca o motor 2.0 turbo de 220 cavalos e 35,7 kgfm de torque (0-100 km/h em 6,5 segundos, máxima de 244 km/h) pelo 1.4 turbo de 150 cv associado ao gerador elétrico de 101 cv, com os mesmos 35,7 kgfm de torque. Há duas diferenças: a potência aplicada é de 204 cv e o câmbio DSG de seis marchas é modificado para melhor aproveitamento do torque repassado pelo sistema elétrico.

Com o sistema híbrido, as baterias podem ser carregadas em tomadas convencionais ou nos chamados wallbox (que aceleram a carga) em tempos de até três horas e meia. Carga completa, o Golf GTE promete rodar até 64 km com cada litro de gasolina ou por cerca de 50 km apenas no modo elétrico. O desempenho, porém, é típico de esportivo, quase como no GTI: o 0-100 oficial é de 7,6 s, com máxima limitada a 222 km/h.

Visualmente, o Golf GTE chama mais atenção que o GTI por conta de detalhes em azul na base dos faróis e grade frontal, bem como pelo para-choque modificado, com arestas aerodinâmicas nas tomadas laterais e LEDs em forma de gancho. Por dentro, o tradicional acabamento em tecido xadrez vermelho do Golf GTI dá lugar à variante em azul e cinza -- no caso do carro com revestimento de couro, há pespontos e detalhes em azul.

Volkswagen Golf GTE - Divulgação - Divulgação
Porta de caregamento das baterias do GTE fica oculta pelo escudo da Volks
Imagem: Divulgação

Hora certa

Fontes ligadas à Volkswagen afirmaram a UOL Carros que o carro também está sendo apresentado a clientes especiais, de forma estática, em eventos selecionados. Mesmo sem uma data de lançamento, é certo que o cenário está favorável à chegada de modelos elétricos e híbridos: desde o final de outubro há isenção da alíquota de 35% do chamado Imposto de Importação por parte do Governo Federal -- elétricos estão totalmente isentos, enquanto elétricos têm desconto (que pode ser integral) proporcional à eficiência energética. A cidade de São Paulo e o Estado do Rio de Janeiro ainda isentam modelos verdes de suas fatias de impostos. 

Com a medida, modelos como Nissan Leaf e BMW i3 já são beneficiados, enquanto outras marcas já manifestaram o interesse em ter modelos no país, caso da sul-coreana Kia e de seu Soul elétrico. Há ainda movimentação para trazer ou até mesmo fabricar localmente o quadriciclo urbano Renault Twizy.

Além disso, contar com um modelo verde na frota a partir de 2016 é uma ótima forma da marca apagar o rastro da irregularidade de 2015 com a fraude de emissões dos motores a diesel que afetou 11 milhões de carros no mundo e 17 mil Amarok no Brasil. A mesma estratégia está sendo vista com a entrega de modelos híbridos e elétricos em mercados da Europa, Japão e EUA (algo visto neste Salão de Detroit, por exemplo).

Preço é problema

Mesmo com a isenção, porém, o preço pode ser um problema para o GTE, que é sempre mais caro que o GTI, versão mais cara da gama atual do hatch no Brasil. Em média, o modelo híbrido acaba sendo 20% mais caro que o tradicional a gasolina.

Na Alemanha, enquanto o GTI é vendido por iniciais 29.2125 euros (cerca de R$ 130 mil na conversão direta), o GTE não sai por menos de 36.900 euros (R$ 163 mil, sem contar aí eventuais bônus que são oferecidos não pela fabricante, mas por governos locais). No Brasil, o Golf GTI parte de R$ 114.990 -- mantida a proporção, a etiqueta do GTE ficaria em torno dos R$ 140 mil.

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