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Chrysler Pacifica renega clichê do "carro de mãe" e diversifica família

André Deliberato<br>Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Detroit (EUA), São Paulo (SP)

19/01/2016 08h00

Pacifica é o nome da sucessora da tradicional minivan Town&Country (e de seu rebadge Dodge Grand Caravan). A estratégia da Fiat-Chrysler, porém, é bastante ousada: revelado neste Salão de Detroit 2016, o modelo chega quebrando paradigmas mecânicos e também mercadológicos. Com oito lugares (e não sete) e possibilidade de motorização híbrida (primeira no segmento), a nova minivan renega a noção de ser um "carro de mãe", ao mesmo tempo em que famílias multi-étnicas estrelam suas peças comerciais.

Nas fotos oficiais, feitas pela Chrysler para divulgar a Pacifica pelo mundo, a principal família é formada por atores negros. No primeiro vídeo comercial do modelo, feito para a TV americana, as três primeiras cenas mostram pais (e não mães) brincando seus filhos; novamente, há ideia de diversidade, com modelos brancos e negros se alternando, padrão dos dois minutos de ação.

Chrysler Pacifica - Divulgação - Divulgação
Propaganda da Pacifica mostra diversidade rara em comerciais de automóveis
Imagem: Divulgação

Para alguns, vai parecer exagero enaltecer este detalhe, mas trata-se de fortalecer o que deveria ser óbvio, sem ser: o consumidor tem diferentes perfis. Procure um comercial semelhante no Brasil e compartilhe no campo de comentários -- UOL Carros agradece. No caso da nova minivan da Chrysler, faltou apenas ilustrar com uma família de pais homossexuais...

De toda forma, é um avanço grande para a antiga geração da própria Pacifica: no comercial para TV de 2006, a noção multicultural já estava presente, com mulheres de diversas etnias a bordo do carro. Mas perceba que eram todas mães, público imposto como padrão deste tipo de carro até então.

Equipamentos

Apenas marketing não basta, claro. Para realmente mudar o que se espera de modelos tradicionais, a Fiat-Chrysler impôs novo projeto e equipamentos que parecem atender a novos padrões de uso dos consumidores. O visual está longe de ser considerado conservador e a Pacifica já é um dos modelos mais interessantes do Salão de Detroit.

Além disso, há mimos que a transformam em sala de estar sobre rodas: bancos para até oito passageiros são configuráveis e removíveis; a central multimídia tem Blu-Ray e imagem para todas as fileiras de assentos garantindo a diversão de quem viaja, mas também se conecta a smartphones através das interfaces Android Auto e Apple Carplay, com ícones e funções customizáveis; as portas laterais e do porta-malas têm abertura elétrica automática (sensores captam a ação das pernas e acionam as travas -- é preciso fazer um movimento de chute em direção ao carro); há ainda auxiliar de estacionamento com visão 360º; e até um aspirador de pó embutido no encosto de braço dianteiro.

De acordo com a atual estratégia global da Fiat-Chrysler, a minivan estreia neste primeiro semestre nos Estados Unidos e deve ser mostrada ao público brasileiro durante o Salão de São Paulo, em novembro. Os preços nos EUA devem ser divulgados nas próximas semanas e só o câmbio dirá quais serão os valores no Brasil.

V6 ou híbrida

Em todas as configurações "civis" a Pacifica carrega sob o capô o motor Pentastar V6 de 3,6 litros, 291 cavalos e 36,2 kgfm de torque, sempre acompanhado de uma caixa de câmbio automática de nove marchas.

Ainda há a versão híbrida plug-in (recarregável na tomada), que soma ao conjunto dois motores elétricos e uma bateria de íons-de-lítio capaz de fazê-la rodar cerca de 50 quilômetros apenas no modo elétrico ou quase 30 quilômetros com cada litro de gasolina, na promessa da marca. Nessa configuração, porém, o V6 despeja somente 248 cv e 21,8 kgfm de torque sobre as rodas. (Com Auto+)