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No tribunal, Porsche culpa ator Paul Walker por acidente que o matou

Walker e o Porsche Carrera GT, supostamente poucos minutos antes do acidente fatal - Reprodução/Twitter
Walker e o Porsche Carrera GT, supostamente poucos minutos antes do acidente fatal Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/11/2015 15h04

Advogados da Porsche afirmaram que o ator Paul Walker, morto em 2013 em decorrência de um acidente de trânsito a bordo de um Porsche Carrera GT, sabia dos riscos de se guiar um carro esportivo em condições de rua, estava ciente das condições que levaram ao acidente e, por fim, foi culpado pela própria morte.

"A morte do senhor Walker, bem como todos os outros ferimentos e danos alegados, foram resultado também de sua própria culpa", apontam os representantes da fabricante em documentos entregues à Corte de Los Angeles na última terça-feira (17). Essa declaração faz parte da defesa da marca no processo movido pela filha do ator, Meadow Walker, que alega que a morte do pai poderia ter sido evitada, se o carro esportivo não tivesse "defeitos de fabricação". 

Walker, que ganhou popularidade graças à série de filmes "Velozes e Furiosos", era dono do Carrera GT, mas estava no banco do passageiro, enquanto o modelo era conduzido por seu amigo Roger Rodas, que perdeu o controle do veículo. O ator morreu aos 40 anos em consequência de "traumatismos e queimaduras", enquanto Rodas, de 38, morreu no impacto, segundo o relatório da autópsia publicado pelo Escritório do Legista do Condado de Los Angeles, que apontou "velocidade excessiva", não falha mecânica, como causa do acidente.

No processo movido contra a Porsche, Meadows Walker afirma que o ator sobreviveu à colisão do carro a 144 km/h, mas não conseguiu sair do carro por ter ossos da costela e pélvis quebrados pelo cinto de segurança, morrendo por aspiração de fumaça tóxica e queimaduras do incêndio decorrente. 

Segundo os advogados da empresa, o ator também sabia que o carro tinha modificações que poderiam comprometer sua performance. De acordo com a defesa da Porsche, Walker era "um usuário experiente e dedicado do Carrera GT 2005", que portanto sabia estar a bordo de um carro "modificado e alterado" e com equipamentos "mantidos de forma inadequada". Essa resposta da Porsche faz alusão ao fato levantado por investigadores de que o Carrera GT estaria equipado com pneus diferentes dos indicados pela empresa e com nove anos de uso.

Vendido entre 2004 e 2006, o Carrera GT é equipado com câmbio manual de seis marchas, motor V10 de 5,7 litros capaz de entregar 612 cavalos de potência e torque próximo de 60 kgfm; a arrancada de 0 a 100 km/h, segundo a fabricante, é cumprida em 3,9 segundos -- e a de 0 a 200 km/h em 9,9 s. Com projeto de modelo de competição homologado para uso em ruas, o modelo pode alcançar velocidade máxima de 330 km/h. A tração é traseira.