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Nova Toyota Hilux, que será flex em 2016, já se parece com sedã

Leonardo Felix

Do UOL, em Mendoza (Argentina)

06/11/2015 18h43

A Toyota apresentou, nesta quinta e sexta-feira (5 e 6), a oitava geração da Hilux, referência entre picapes médias e que disputa a liderança do segmento no Brasil com a Chevrolet S10. O utilitário chega às concessionárias em 18 de novembro, com versões custando entre R$ 114.860 (chassi, câmbio manual de seis marchas) e R$ 188.920 (Cabine Dupla SRX, automática de seis marchas). Em qualquer caso, o motor é 2.8 turbodiesel com tração 4x4, com mudança de proposta.

Produzida em Zárate (Argentina), a nova Hilux somente terá opção com tração traseira e motor flex no segundo semestre de 2016. Até lá, a Toyota fará um "bem bolado" ao vender também a atual geração para atender à demanda pelo motor bicombustível. Esta solução visa aumentar o tempo de desenvolvimento do motor, que continuará a ser o 4-cilindros aspirado de 2,7 litros, mas com potência (atualmente em 160 cv), torque e eficiência de consumo atualizados.

- ESPECIAL NOVAS PICAPES: ELAS VÃO MUDAR O SEGMENTO

"O lançamento fatiado não vai afetar as vendas, pois o diesel é responsável por 85% delas", calculou Evandro Maggio, diretor de marketing e produto da fabricante japonesa. O objetivo é seguir emplacando mais de 40 mil unidades ao ano, brigando carro a carro com a S10 pela liderança.

Já o SW4, SUV derivado da Hilux, mas que agora terá visual totalmente independente, começa a ser vendido no primeiro trimestre do ano que vem.

Na cabine da Hilux

UOL Carros pôde, finalmente, testar o novo conjunto da Hilux a bordo da própria Hilux, na versão SRX. O primeiro teste, no Japão, foi feito a bordo do SUV Land Cruiser, que divide plataforma com a picape. De toda forma, foi um trajeto curto, de apenas 30 quilômetros, entre trechos de terra e rodoviários no oeste da Argentina. 

Ainda assim, foi possível sentir grande evolução na dinâmica de condução da Hilux. Compará-la diretamente a um veículo de passeio soa como hipérbole, mas o utilitário apresenta ótimo desempenho: nível aceitável de vibração do motor, transmissão automática com trocas bastante suaves e volante (direção hidráulica progressiva) com assistência na medida certa, apresentando respostas mais precisas aos comandos. Os freios, cujos discos também foram aumentados, atuam muito bem. No Brasil, talvez só a Volkswagen Amarok (agora com a imagem arranhada pelo escândalo do motor a diesel alemão) ofereça experiência semelhante.

No percurso off-road, a eletrônica (que só existe na Hilux de topo) facilita a vida do condutor em trechos mais críticos: controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico de diferencial, relação reduzida de marchas e assistente de partida em subidas e descidas são facilmente acionáveis por comandos na parte central do painel. Resta ao motorista saber apenas quando é o momento adequado para usar cada assistência. Se é isso que isso ocorrerá.

O espaço no banco traseiro impressiona: não chega a ter o padrão de um SUV de mesmo porte, mas já começa a flertar com o nível de hatches e sedãs médios. O sistema multimídia agrada pelos comandos intuitivos e pela qualidade dos gráficos, mas ainda não espelha celulares. Ponto negativo: quem comprar uma Hilux Standard cabine dupla, de R$ 131 mil, ainda fechará os vidros na manivela. Comandos elétricos surgem na versão SR, de R$ 162 mil.

Na parte utilitária, as evoluções foram mais tímidas: mesmo com as longarinas alargadas e a caçamba maior em área total, a capacidade de carga segue em 1 tonelada, sendo 750 quilos de capacidade para reboque simples e 3,5 toneladas para reboques com freio. 

Com novíssima plataforma desenvolvida na Tailândia e Austrália, a nova Hilux quer dar sensação de carro de passeio, mas também segurança: unidades asiáticas foram testadas e avaliadas com cinco estrelas em segurança pelo Latin NCAP (programa de segurança veicular para veículos vendidos na América Latina), mas o teste será validado em breve com versões argentinas.

O que cada versão tem

De série, a Hilux traz até a versão Standard cabine dupla manual (R$ 130.960) nivelamento manual dos faróis, rodas de aço e airbag de joelhos para motorista. A SR automática (R$ 162.320) acrescenta chave canivete, compartimento refrigerado, mapeamento do motor com dois modos de condução, rodas de liga leve e sistema multimídia Toyota Play, com tela tátil de 7 polegadas.

A SRV (R$ 177.000) amplia a lista com alarme, controles eletrônicos de estabilidade, tração e reboque, assistente de subida em rampas e computador de bordo digital em tela TFT. A inédita SRX (R$ 188.120) inclui airbags laterais e de cortina, assistente de descida, desbloqueio das portas por sensor e partida por botão, faróis em LED com acionamento automático e luz diurna, e rodas aro 18. A paleta de cores inclui um novo tom de vermelho, que ilustra as fotos de divulgação, e a garantia será de três anos.

* Viagem a convite da Toyota