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Alfa Romeo renasce com novo sedã médio e planos para o Brasil

Alfa Romeo Giulia 2016 - André Deliberato/UOL - André Deliberato/UOL
Traseira com difusor e quatro saídas de escapamento pertence à versão mais nervosa
Imagem: André Deliberato/UOL

André Deliberato

Do UOL, em Milão (Itália)

25/06/2015 08h00

Os 105 anos da italianíssima Alfa Romeo, submarca da Fiat, fundada em 24 de junho de 1910, não poderiam ser celebrados de forma diferente.

A data comemorativa contou com um emocionante show do tenor Andrea Bocelli (veja um trecho acima), reinauguração do museu da empresa em Milão (Itália) e apresentação de um carro completamente novo e desenvolvido para marcar justamente seu renascimento. Seu nome já é conhecido pelos fãs da marca: Giulia (mesmo nome de um esportivo de sucesso dos anos 1960 e 1970).

Segundo Sergio Marchionne, chefão mundial da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), o carro será "um Alfa puro e autêntico, suprassumo do que o mercado espera."

Em 2014 a Alfa traçou um plano de reestruturação que tem meta definida até 2018: encarar de igual para igual Audi, Mercedes e BMW no setor de esportivos de luxo e vender até 400 mil carros em todo o mundo (isso inclui o recém-lançado Giulia, 4C e 4C Spyder e mais sete novos modelos que ainda são sigilosos). Este relançamento da marca, como eles mesmos chamam, custou cerca de 5 bilhões de euros e envolve grandes mercados como o dos EUA, China e, claro, Brasil.

Planos da Alfa Romeo para todo o mundo até 2018 incluem até dois utilitários - Divulgação - Divulgação
Planos da Alfa Romeo para todo o mundo até 2018 incluem até dois utilitários (UVs)
Imagem: Divulgação

Alfa Romeo em Pernambuco?

"De jeito nenhum. Como o slogan diz, 'Italian Creation', nenhum Alfa Romeo será feito fora da Itália. Todos os carros sairão daqui para o mundo", revelou um executivo ligado à marca a UOL Carros. "O primeiro passo é reconquistar a Europa, para depois crescer em países como EUA e China. E a partir de então podemos pensar no Brasil", completou.

A FCA do Brasil afirma que ainda não há data confirmada para a estreia da submarca no país e que não há chances de os esportivos serem atendidos pela rede Jeep. "Quando chegar, haverá rede própria da Alfa Romeo", garantem.

Como é o Giulia?

O sedãzinho tem porte de um BMW Série 3, mas por ter sido apresentado em sua versão mais nervosa, quase um carro de corrida ("Quadrifoglio", por isso o trevo de quatro folhas verde gravado nos para-lamas), ele aparenta ser menor, do tamanho de um Série 2. As configurações mais "normais" devem chegar no decorrer de 2016, enquanto espera-se que o Giulia revelado nesta quarta chegue até o final deste ano nas lojas europeias.

O carro revelado, aliás, conta com nível de mecânica avançado, baseada em uma base totalmente nova e global, que pode criar modelos com tração traseira ou integral e com motores de quatro ou seis cilindros (em linha ou V6, respectivamente), que podem variar a potência de 180 a mais de 500 cavalos. O Giulia Quadrifoglio 2016 usa um V6 a gasolina biturbo com injeção direta, desenvolvido em aliança com a Ferrari, que rende 510 cavalos (o torque não foi revelado) que pode fazê-lo acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos.

O câmbio utilizado pela versão apimentada não foi revelado (e a empresa não permitiu que os jornalistas entrassem no carro), mas especula-se que serão duas opções, sendo uma manual de seis marchas e outra automatizada, de dupla embreagem. O maior barato nesta configuração seria o sistema de vetoreamento de torque com câmbio eletrônico, que permitiria que o diferencial traseiro controlasse a distribuição da força aplicada em cada roda separadamente -- é isso que manteria o Giulia firme em curvas extremas e de baixa aderência.

Outra recurso bacana do carro são os freios interligados, que combinam o controle eletrônico de estabilidade ao servofreio para melhorar a resposta do sistema de frenagem. A distribuição de peso, que liquida a fatura e torna o Giulia -- nas palavras da Alfa -- o "carro perfeito", é a distribuição de peso: 50% para cada eixo.

Há ainda um seletor de temperamento com quatro estilos diferentes de condução: racing, dinâmico, natural e eficiente. O interior não foi mostrado, mas há sistema de multimídia e é possível ajustar o carro inteiro por comandos no volante.

Quando chega ao Brasil?

Como antecipado por um informante da marca, todas as versões serão produzidas exclusivamente na Itália. Sua estreia "oficial" nos salões automotivos globais está prevista para acontecer no de Frankfurt, em setembro próximo.

O planejamento coloca EUA e China marcados para 2016. Consequentemente, o Brasil ficaria ao lado de outros países da América da Latina que também devem receber o retorno da Alfa Romeo em um processo de preparação (rede de concessionários; treinamento de técnicos e vendedores), permitindo-se prever que a chegada só aconteça lá para 2017. Enquanto isso, o foco é na Jeep.