Chery Celer nacional, R$ 38.990, tem bom motor; acabamento lembra 2010
Quando os carros chineses começaram a chegar ao Brasil, ganharam espaço na mídia e nas garagens com a oferta de modelos "completões": ampla lista de equipamentos de série a preço acessível era o mote. O tempo passou, ajustes econômicos vieram e todos tiveram de se adaptar. Na atual realidade, marcas europeias e também chinesas estão abrindo fábricas no país.
Entre as asiáticas, a Chery é a primeira a tentar dar o salto ao lançar, nesta semana, a linha nacionalizada do compacto Celer, já disponível nas lojas a partir de R$ 38.990 (configuração hatch), ou R$ 39.990 (sedã). São duas versões para cada carroceria, sempre com quatro portas. Confira o cardápio de itens:
+Celer hatch FL -- R$ 38.990: direção hidráulica; vidros e travas elétricos; faróis com ajuste elétrico de altura; computador de bordo digital; para-choques, retrovisores externos e maçanetas na cor da carroceria; rodas de aço de 15 polegadas; chave canivete com trava remota das portas e porta-malas; cintos de segurança dianteiros e traseiros laterais de três pontos; sensor de estacionamento traseiro; aviso de revisão; sistema multimídia com rádio AM/FM, MP3, entrada USB e dois alto-falantes; encostos de cabeça dianteiros e traseiros; imobilizador de motor; alerta sonoro de porta aberta; ar-condicionado manual; além dos obrigatórios airbags frontais e freios com ABS e EBD (sistemas antitravamento e de distribuição eletrônica de frenagem).
+Celer hatch FL Act -- R$ 40.990: acrescenta faróis de neblina; alarme anti-furto nas chaves; sistema multimídia com CD Player e seis alto-falantes; rodas de 15 polegadas em liga leve.
+Celer sedã FL -- R$ 39.990: mesmo pacote do Celer hatch FL, menos limpador e desembaçador no vidro traseiro.
+Celer sedã FL Act -- R$ 39.990: mesmo pacote do Celer hatch FL Act, menos limpador e desembaçador traseiros.
Agora nacional, o Celer até cumpre o objetivo de oferecer um pacote, de fato, recheado e evoluído em alguns pontos. UOL Carros destacaria o vigor do propulsor 1.5 flex, 109/113 cavalos de potência, e 14,3/15,5 kgfm de torque (gasolina/etanol), muito bem acertado em baixas e médias rotações. Já a transmissão manual de cinco marchas, apesar de ter evoluído muito com a redução do curso e das folgas, continua com engates um tanto ruidosos e, por vezes, imprecisos.
Há bom espaço interno: são 2,53 metros de entre-eixos, 4 centímetros a mais do que o Ka, por exemplo.
Em outros aspectos, porém, tem-se a impressão de que a Chery parou no tempo e ainda está em 2010.
Que ano é hoje?
Nacionalizado, o Celer mantém praticamente a mesma lista de equipamentos do Celer chinês. O acabamento interno, com direito a iluminação no porta-malas e forro na parte interna do capô, é honesto, mas não chega a empolgar -- até porque abusa do plástico duro. Por outro lado, itens que eram atrativo antes tendem a ficar defasados frente a concorrentes cada vez mais globais.
Em vez de incluir conexão Bluetooth, a Chery acrescenta à tela central da versão mais cara um... CD Player. Há sistema multimídia bem atual, chamado i-Connect, com tela tátil, mas apenas como opcional de R$ 1.800 e apenas no final deste mês de abril. Computador de bordo no quadro de instrumentos com gráficos bastante simples, bem como lanternas traseiras com LED em ponto, lembram o de um veículo lançado do fim dos anos 2000, portanto desatualizados com as tendências do mercado.
Minúcias como câmera de ré e até opção de ar-condicionado digital fazem falta para um modelo que chega agora ao mercado.
Você pode argumentar que muitos dos concorrentes do Celer, como Ford Ka, Chevrolet Onix, Volkswagen Gol e Hyundai HB20, cobram caro para oferecer tecnologia mais avançada. O fato é que esta era justamente a vantagem dos modelos chineses. Outro ponto: independentemente do preço, são equipamentos que invadiram o segmento e se espalham pelos catálogos de forma veloz.
Tanto que até quem perdeu o fio da meada, caso do Gol, corre contra o tempo para se atualizar o quanto antes.
Enquanto dinossauros como Fiat Palio Fire e Renault Clio estiverem no mercado, a Chery poderá dizer que tem um produto mais moderno do que parte de sua concorrência, mas não dá para vacilar: projetos demasiadamente antigos devem deixar o mercado no máximo até o fim de 2016.
Se a Chery quiser cumprir a meta de produção da fábrica de Jacareí, estimada em 150 mil unidades/ano, terá evoluir em tecnologia e acabamento. O mundo mudou muito nos últimos anos, e o público já sabe que isso é fundamental. É a vez das montadoras virarem a página.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.