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BMW fura crise e garante cinco modelos "made in Brasil"; novo X1 é um deles

Placa de Araquari (SC), traseira mais robusta: eis o novo X1 circulando em SP - Antonio André Losi Pauperio/UOL
Placa de Araquari (SC), traseira mais robusta: eis o novo X1 circulando em SP Imagem: Antonio André Losi Pauperio/UOL

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

16/03/2015 20h24

Nada de chorar a crise, que de fato influencia pouco o rumo do segmento premium de automóveis. A BMW trata de reforçar sua estratégia para o Brasil e avisa: vai ampliar os setores de produção de sua fábrica em Araquari (SC) já em setembro deste ano, quando os setores de soldagem e pintura começam a operar.

BMW X1 - Divulgação - Divulgação
BMW X1 atual, com motor flex, já sai de Araquari, mas tudo vai mudar...
Imagem: Divulgação
Tudo faz parte do plano da marca alemã, já detalhado por UOL Carros, de entregar pelo menos cinco modelos "made in Brazil", com possibilidade de expansão. E de se manter à frente na batalha com as rivais Audi e Mercedes-Benz. A marca diz se beneficiar de dois detalhes interessantes: fez todo seu planejamento antes de 2012, usando o programa Inovar-Auto apenas como garantia do governo de que haveriam condições locais para o desenvolvimento; boa parte de seus contratos é fechado em euro, que embora tenha cotação relativa mais alta, tem histórico mais estável que o do dólar frente ao real.

"Além disso, com a abertura dos setores de pintura e soldagem e dois turnos de trabalho garantimos o cumprimento dos compromissos assumidos desde 2013, o que passa também pela entrega local de três modelos que já estamos fazendo", afirmou Vladimir Mello, gerente de comunicação corporativa da empresa.

Estes três modelos são o sedã Série 3 ActiveFlex e o crossover X1, produzidos desde outubro e novembro (respectivamente) pelo sistema de CKD (peças completas, importadas, são apenas montadas por aqui). Agora em março, foi a vez do hatch Série 1, também com motor bicombustível.

BMW Série 2 Active Tourer chega em 2015 para encarar o Mercedes-Benz Classe B - Wilson Capellini Netto/UOL - Wilson Capellini Netto/UOL
Plataforma de tração dianteira também origina o Série 2 Active Tourer, visto em janeiro
Imagem: Wilson Capellini Netto/UOL

Nova geração

Haverá um salto a partir do segundo semestre, porém. A imagem que abre a reportagem ilustra bem isso: trata-se da nova geração do X1, que sequer foi lançada no exterior, mas que já roda também por aqui. O carro foi flagrado em um dia chuvoso, na Zona Sul de São Paulo (SP), pelo leitor Antonio André Losi Pauperio.

Embora já seja visto em outras variantes na Europa -- ainda sob forte camuflagem, mas com lanternas mais horizontalizadas (não com peças formadas por LEDs em círculo, como no clique) -- o novo modelo se distancia do atual X1 não só pelo porte. Ele será montado sobre a novíssima plataforma de tração dianteira do grupo (internamente conhecida como UKL), que estreou com o novo Mini Cooper. É a mesma base do Série 2 Active Tourer, também flagrado no Brasil este ano.

Se está confuso, vamos explicar. A BMW está montando os atuais Série 1 e X1 no Brasil como forma de atender à demanda local imediata e "esquentar o forno" de Araquari. O foco mesmo será o uso da plataforma de tração dianteira e na entrega dos novos modelos do hatch e do crossover. O novo Série 1 foi mostrado na última semana, durante o Salão de Genebra. Já o novo X1 só deverá ser revelado ao mundo durante o Salão de Frankfurt, em setembro, como modelo 2016.

Na Europa, publicações como "Automotive News" apontam a chance de existirem versões de cinco e sete lugares, modularidade permitida pela nova plataforma (é o caso do Active Tourer, para cinco pessoas, e do Grand Tourer, para sete). E apesar da tração dianteira de série, haverá opção integral (chamada de xDrive pela BMW), além do compartilhamento de motorizações 3-cilindros de 1,5 litro e turbo com a familia Mini Cooper, bem como o 4-cilindros de 2 litros turboflex com a linha BMW. Como UOL Carros já havia adiantado no começo de 2014, o desenvolvimento interno da marca prevê que também o motor menor, de três cilindros, seja flex.

Afinal, esta motorização será uma opção para o Countryman, outro modelo a ser produzido por aqui até o final do ano. Falta colocar nesta conta o quinto elemento: trata-se do X3, também já anunciado dentro do planejamento da marca. A plataforma UKL permite fazer muito mais, porém: na Europa, espera-se um total de sete modelos até 2017. A chegada ao Brasil de todos é certa, via importação. Já a produção vai depender sempre da capacidade do mercado. A BMW avisou que espaço para crescer não falta em Araquari.

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