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Lexus NX 200t, R$ 216.300, quer ser o Evoque da Toyota

Leonardo Felix

Colaboração para o UOL, em Indaiatuba (SP)

13/03/2015 21h22

Depois que a Land Rover mostrou o caminho das pedras com o Range Rover Evoque, outras marcas de luxo tentaram emplacar crossovers com apelo visual excêntrico e bons itens de conforto e estilo. No caso da Lexus, divisão de luxo da Toyota, a aposta é o NX 200t, mostrado pela primeira vez no Salão de Frankfurt 2013 e que foi a grande estrela da marca no Salão de São Paulo 2015.

O SUV premium chega ao mercado brasileiro a partir deste mês, por R$ 216.300, na cola do Evoque. Traz de série, entre outros itens: motor 2.0 turboalimentado; transmissão automática de seis velocidades com controle de torque por demanda (de 100% para o eixo dianteiro até 50/50); três modos de direção (Eco, Comfort e Sport); sistema multimídia com navegação GPS, Bluetooth, rádio, DVD Player e TV digital; partida por botão; ar-condicionado digital de duas zonas; assistente de subida e descida em rampas; conjunto óptico em full LED; teto solar elétrico; bancos dianteiros com ajustes elétricos e função memória para até três posições; controle de cruzeiro adaptativo; e retrovisores externos com ajuste elétrico e função tilt down (o retrovisor direito mira o meio-fio em manobras).

Há ainda o pacote F-Sport (R$ 236.900), que agrega: rodas de 18 polegadas em alumínio; acabamento interno com aço escovado no painel, couro microperfurado e faixas vermelhas nos bancos; head-up display; e modo de condução Sport+, com suspensões firmes e medidores de aceleração e pressão do turbo.

Questionada sobre por que os preços ficaram acima do prometido no Anhembi (entre R$ 200 mil e R$ 230 mil), a Toyota culpou aumento do IPI e alta do dólar. A meta é, até o fim do ano, chegar a médias entre 40 e 60 unidades vendidas mensalmente, tornando-o o carro-chefe da marca no país.

É pouco comparado ao Evoque, que emplaca quase 400 unidades/mês, até porque as limitações logísticas (apenas duas lojas próprias, mais 13 compartilhadas com concessionárias da Toyota) não permitem ambições maiores em curto prazo. 

Primeiras impressões

O visual do NX 200t deixa clara a intenção da Lexus em criar um SUV ainda mais arrojado que o Evoque. A grade com o tradicional formato de carretel (na versão F-Sport, as divisórias formam colmeias, destacando ainda mais os traços), a estrutura musculosa e cheia de vincos, os faróis afilados e as lanternas traseiras saltadas dão ar exótico ao crossover, assim como acontece no rival da Land Rover.

Conforto é um ponto forte do modelo japonês: o espaço interno é maior (são 4 cm de vantagem e entre-eixos) e o acabamento, mesclando partes emborrachadas, em couro e plástico, agrada. No NX de topo, o assento do motorista chega a incluir oito opções de ajuste para a lombar.

Embora com índices semelhantes de desempenho -- são 238 cv de potência (a 5.600 rpm) e 35,7 kgfm (entre 1.650 e 4.000 giros), contra  240 cv e 34 kgfm do Evoque) --, o Lexus parece um pouco mais amarrado nas retomadas. E o câmbio automático de seis marchas, por mais acertado que seja, não consegue ter a versatilidade da caixa ZF de nove velocidades do rival.

Como o Evoque, o NX 200t tem porte compacto e a opção por mais espaço na cabine limita o porta-malas: são 480 litros. E ao retirar a capa que esconde o estepe, todo o luxo dos materiais nobres usados no habitáculo vai embora: o pneu descansa sobre uma estranha peça de isopor, demonstrando uma adaptação feita para cumprir a lei brasileira.

Por fim -- e o mais importante --, fica difícil acreditar que, usando uma sigla alfanumérica como nome, o Lexus NX 200t consiga cair na voz popular como "Evoque", que já se tornou uma grife.