Audi A4 e A5 trocam motor 2.0 por 1.8 para beber menos gasolina

"Audi A4 e A5 não têm nada a ver com o A3.  Eles são maiores e priorizam o conforto, por isso trocamos o antigo motor 2.0 por um 1.8 mais moderno, que consegue ser mais ágil e eficiente que o anterior, mesmo sendo menor. O câmbio CVT, que privilegia esse rodar mais suave, também foi mantido".

Esta é a descrição de um dos executivos da empresa alemã para a linha 2015 do A4 (disponível como sedã ou perua) e de seu irmão A5 Sportback -- espécie de "sedã-acupezado" (o Sport, cupê, ainda não muda) --, que também ganham sistema start-stop (que desliga o carro em paradas rápidas para poupar combustível) e leves alterações no pacote de série de equipamentos.

O novo motor 1.8, da família EA888, não é exatamente o mesmo utilizado por A3 e A3 Sedan no Brasil, mas divide diversas peças -- no caso de A4 e A5, o motor é montado longitudinalmente, enquanto na família A3 sua posição é tranversal.

Enquanto o antigo 2.0 rendia 180 cavalos e 32,6 kgfm de torque (entre 1.500 e 3.900 rpm), o novo gera 170 cv e os mesmos 32,6 kgfm, mas em rotações um pouco mais baixas (1.400 a 3.700), o que influencia diretamente no consumo de combustível -- segundo a Audi, a economia pode chegar a até 21%, dependendo dos modos de condução. O novo motor também é 3,5 kg mais leve que o anterior.

As principais diferenças entre o antigo e o novo propulsor estão no sistema de injeção de combustível. O 2.0 anterior utilizada a injeção direta FSI; o novo, 1.8, usa dois tipos de injeção, da mesma maneira que o motor da família A3: uma direta para quando o carro é exigido em situações mais fortes, podendo até executar duas injeções por ciclo (sem preocupação com o consumo de gasolina), e outra indireta -- feita através de um sistema multiponto (MPI) tradicional --, para condições mais "calmas", onde o consumo passa a ser prioridade.

CONSUMO
Em números práticos de desempenho, o comportamento dos dois modelos ficou praticamente igual, mesmo com 0,2 litro a menos de volume no motor para combustão. O A4 Sedan deixou de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,2 s e está 0,1 segundo mais lento: 8,3 s. A velocidade máxima é de 225 km/h. Em contrapartida, o consumo médio (cidade e estrada), com gasolina, passou de 14,1 para 17,24 km/l, de acordo com dados da fabricante.

O A5 Sportback, com a redução de peso proporcionada por peças mais leves utilizadas sob o capô, está mais rapido, mesmo com o motor menor: deixou de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos para percorrer a mesma distância em 8,4 s. A máxima é de 220 km/h. O consumo, novamente segundo a montadora, saltou de 13,9 para 16,9 km/lo, também com ajuda do sistema start-stop. E, sim, o A5 é mais lento que o A4, tanto em arrancadas quanto em velocidade final.

O câmbio que gerencia esse conjunto é o Multitronic CVT, que simula oito marchas. O S-tronic, elogiada transmissão de dupla embreagem e sete velocidades da empresa que equipa toda a linha A3, pode integrar o conjunto tanto do A4 como do A5, mas é preciso encomendar o pedido e esperar o carro vir da Alemanha -- o que pode demorar mais de seis meses, dependendo da configuração.

EQUIPAMENTOS
Ambos continuam sendo oferecidos em duas versões de acabamento, na ordem, Attraction e Ambiente (o A4 de entrada também pode ser vendido na configuração perua, chamada de Avant). A maior novidade está na integração do sistema de navegação (GPS) como item de série para a linha A5 -- no A4 ele continua como opcional. Pintura metálica é vendida separadamente. As diferenças de equipamentos entre as versões podem ser vistas aqui (A4) e aqui (A5). 

Estes são os preços:

• A4 Sedan 1.8 Attraction CVT -- R$ 138.990
• A4 Sedan 1.8 Ambiente CVT -- R$ 149.990
• A4 Avant 1.8 Ambiente CVT -- R$ 152.990
• A5 Sportback Attraction 1.8 CVT -- R$ 155.990
• A5 Sportback Ambiente 1.8 CVT -- R$ 167.990

IMPRESSÕES
UOL Carros teve a oportunidade de rodar cerca de 40 quilômetros com cada uma das novidades. Na prática, o desempenho de ambos não mudou, e isso é bom. O A5 oferece mais estabilidade que o A4, principalmente por ser mais pesado, e anda com fôlego de sobra na velocidade máxima de 120 km/h permitida pelas estradas brasileiras. O A4 consegue ser mais ligeiro graças ao peso menor (são 1.525 kg do A5 Ambiente contra 1.470 kg do A4 de mesmo sobrenome), na cidade e na estrada.

Em relação ao consumo, conseguimos registrar a média de 16 km/l com o A4 e 15,7 km/l com o A5, em percurso predominantemente rodoviário. Há pouco mais de dois anos, rodamos com um A5 Sportback 2.0 TFSI um pouco mais forte, alcançamos o número de 14,6 km/l.

Visualmente, por fora e por dentro, nenhum dos dois recebeu alterações. O interior mantém o bom nível de luxo que um carro de R$ 150 mil deve te e a posição de dirigir agrada. Para quem vai atrás, o espaço para pernas surpreende, mas no A5, pessoas com mais de 1,80 m vão se queixar do caimento da coluna C.