Topo

Novo "suvão" da Volkswagen nasce em 2016 muito perto do Brasil

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Detroit (EUA)

16/01/2015 20h30

Logo após receber o prêmio pelo Golf 7, eleito "carro do ano" por especialistas americanos, a Volkswagen deixou nos jornalistas aquela sensação de déjà vu durante sua apresentação no Salão de Detroit 2015. Culpa do SUV conceitual Cross Coupé GTE: embora o espaço para cinco pessoas e a motorização híbrida entre motor V6 a gasolina e geradores elétricos (total de 360 cv) seja inédita, o carro em si não era novidade alguma. Mas agora vai, afirma a marca: o SUV será feitos nos EUA -- e também no México -- até o final de 2016.

Como o Brasil recebe Jetta e Novo Fusca de lá, esta é a chave para que o futuro modelo chegue também ao país.

Tóquio, no Japão, viu o Cross Coupé pela primeira vez em 2011: naquela ocasião, tratava-se de um crossover de quatro lugares individuais e grade frontal com três segmentos de arco moldado para encarar o inglês Range Rover Evoque. Em 2013, foi a vez desse mesmo Salão de Detroit receber o CrossBlue, releitura com a grade atual, mas espaço para sete pessoas e motorização a diesel combinado aos geradores elétricos. O prazo para construção do SUV era, então, de dois anos -- ou seja, terminaria agora em 2015.

Chegou 2015 e não chegou o SUV real, mas a Volkswagen crava: "O cinco-lugares ainda é um estudo, precisamos saber se o público se interessa, mas o de sete lugares terá muito do que vemos aqui e será a estreia da plataforma MQB para o mercado americano", explicou uma fonte a UOL Carros. "Além de Chatanooga, teremos a nova plataforma e o SUV disponíveis também para a América Latina", concluiu, fazendo referência à fábrica de Puebla, no México.

Volkswagen Cross Coupe GTE Concept interior - Mark Blinch/Reuters - Mark Blinch/Reuters
Cross Coupé prevê cabine mais atual da Volks: painel (12 polegadas) e tela central (10 polegadas) trazem informações configuráveis de acordo com vontade do motorista, são sensíveis ao toque e ainda controladas por gesto
Imagem: Mark Blinch/Reuters
ESCADINHA
Embora pareça contraditório, é uma estratégia inteligente ter SUVs fabricados localmente sobre a nova plataforma MQB. O mercado norte-americano sempre é mais receptivo a modelos nacionais. Já na América Latina e Brasil, seria a chance de ter modelos mais baratos e, portanto, com maior chance de encarar novos concorrentes, como o Land Rover Discovery Sport, que será feito em Resende (RJ) em cerca de dois anos.

Isso não significa que Tiguan e Touareg, europeus, irão desaparecer, apenas que deverão atuar em segmentos diferentes. O Tiguan atual tem 4,42 m de comprimento por 2,60 m de entre-eixos, dimensões que devem mudar em futura atualização. O Touareg tem 4,79 m por 2,89 m, mas isso não vai durar: o novo Q7 (também mostrado em Detroit e que chega no fim do ano ao Brasil) antecipa tanto o modelo da Volkswagen, quanto o novo Porsche Cayenne, e tem colossais 5,05 m por 2,99 m.

O Cross Coupé GTE tem 4,85 m por 2,63 m, intermediário aos modelos atuais, portanto. O CrossBlue (sete lugares) tinha o mesmo entre-eixos e 4,98 m de comprimento. Tudo faz bastante sentido, agora basta a Volks querer fazer.

Viagem a convite da Anfavea