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Audi quer tomar liderança global da BMW com novo Q7 e R8 elétrico

Novo Q7 está mais leve, econômico e maior, com espaço para até 7 pessoas - Divulgação
Novo Q7 está mais leve, econômico e maior, com espaço para até 7 pessoas Imagem: Divulgação

<br>Christoph Rauwald

Da Bloomberg, em Frankfurt (Alemanha)

09/01/2015 16h18

A Audi dará início a um dos mais agressivos períodos de incremento no portfólio já visto no segmento de carros de luxo, a partir deste Salão do Automóvel de Detroit.

Após diminuir a diferença para a líder BMW no ano passado, a Audi terá como alvo os compradores de carros grandes, com a nova geração do Q7, seu SUV de US$ 48.300 -- a geração atual parte de R$ 330 mil no Brasil. Também chega este ano o primeiro esportivo elétrico da Audi, uma atualização do R8, para os fãs de tecnologia e velocidade.

"O mais impressionante cronograma de lançamentos dos próximos dois anos provavelmente será o da Audi", disse Jochen Gehrke, analista do Deutsche Bank em Frankfurt (Alemanha), em uma nota.

COMO É O NOVO Q7
"O Q7 da segunda geração é, claramente, um modelo enormemente importante em termos de estratégia da Audi para o segmento de SUVs -- com o modelo competindo ombro a ombro com o BMW X5 e com o Mercedes-Benz Classe M", disse Tim Urquhart, analista da IHS Automotive em Londres. "O novo carro parece muito mais afiado".

Empurrado por 333 cavalos, o Q7 atualizado pode atingir 100 km/h em apenas 6,1 segundos. O carro será até 325 quilos mais leve que o modelo atual, reduzindo em 1/4 o consumo de combustível. O interior oferece mais espaço, com a opção de adicionar dois assentos dobráveis para crianças em uma terceira fileira para acomodar até sete passageiros.

O novo SUV da Audi disputará as atenções no Salão de Detroit com dezenas de novos carros de marcas de luxo e populares. Entre os destaques deste ano estarão reformulações da picape média Toyota Tacoma, do truck Nissan Titan e do híbrido plug-in Chevrolet Volt. A Mercedes exibirá uma versão plug-in de seu Classe C popular e a Hyundai fará o mesmo com seu sedã Sonata.

Audi R8 e-tron - Adriano Vizoni/Folhapress - Adriano Vizoni/Folhapress
O R8 elétrico (e-tron) já foi pensado, mostrado e cancelado. Mas avanço de rivais fez Audi revisar os planos e retomar projeto, agora com atualização total do modelo
Imagem: Adriano Vizoni/Folhapress
ELETRICIDADE
Para manter seu prestígio de fabricante de esportivos ao mesmo tempo em que expande seu leque de SUVs, a Audi retomou o desenvolvimento de um carro esportivo elétrico em 2014. A resposta da Audi, que deverá ser lançada no final deste ano, fez parte de uma reformulação do R8, seu cupê e roadster de dois lugares. 

A empresa alemã precisa recuperar o tempo perdido depois que uma nova concorrente, a Tesla, conquistou o mercado de carros elétricos de luxo com seu Model S e que uma rival tradicional, a BMW, lançou o esportivo híbrido plug-in i8 no ano passado. Isso provocou preocupações na VW de que a expansão global da Audi pode perder força.

O R8 elétrico terá uma nova tecnologia de bateria. O alcance do carro será de "significativamente mais que o dobro" dos 214 quilômetros do protótipo, disse Markus Enzinger, chefe de desenvolvimento do sistema de transmissão elétrico da Audi, na Dialoge, a revista interna da empresa. Poderá superar o alcance de 424 quilômetros do Model S, da Tesla.

TODAS QUEREM LIDERAR
A Audi afirmou, em dezembro, que investirá 24 bilhões de euros (US$ 28,3 bilhões) em tecnologia e produção nos próximos cinco anos. A maior parte do dinheiro será destinada à expansão de sua capcidade de montagem dos atuais 50 para 60 modelos e variantes. O objetivo da Audi é tirar a liderança do mercado de carros de luxo da BMW até 2020, em uma disputa que também inclui a Mercedes-Benz, outra marca alemã que declarou a mesma ambição.

A concorrência surge em meio a um período positivo para as marcas de luxo. A Porsche e a Bentley, irmãs mais caras da Audi que também são unidades do grupo Volkswagen, viram as vendas alcançarem altas históricas no ano passado. A Rolls-Royce, uma unidade da BMW, também registrou recorde.

O impulso da Audi pode não ser suficiente para roubar o posto da BMW. A marca sediada em Munique provavelmente venderá 2,22 milhões de carros em 2020, contra 2,1 milhões da Audi e 1,95 milhão da Mercedes, segundo estimativas da IHS Automotive.

A BMW vendeu 42.600 veículos a mais que a Audi nos 11 primeiros meses de 2014, contra 54.600 a mais um ano antes.