Carro clássico rende mais que obras de arte; Ferrari bate recorde de preço
O mercado de carros clássicos e valiosos explodiu. Modelos remanescentes de séries especiais, com unidades raras e/ou de produção artesanal abandonam o simples rótulo de usados e se tornam preciosidades que batem recordes sem fim em leilões na Europa e Estados Unidos. Segundo algumas publicações, o fenômeno mostra que investir em carros deste tipo já é melhor negócio que apostar em ativos mais tradicionais.
O site Gizmag.com aponta a ascensão financeira de quem aposta na categoria: de acordo com o índice Hagi (sigla inglesa para o Grupo Automobilístico Histórico Internacional), publicado pelo "Financial Times", a negociação em leilão de carros raros de marcas como Ferrari, Mercedes-Benz, Porsche, Bentley e até mesmo Ford valorizou até 28% no último ano, enquanto artes e móveis (mercadorias que são a base deste setor) perderam o encanto (quedas de 3 e 2%, respectivamente).
Nos últimos dez anos, a alta nos valores para arrematar carros clássicos foi de 456%, enquanto selos, a segunda categoria de itens mais valorizados, subiu "apenas" 250% (apenas 5% de ganho nos últimos 12 anos). De 2009 para cá, é recorde atrás de recorde, com o topo sendo ocupado atualmente pela Ferrari 250 GTO Berlinetta 1962, angariada no último mês de agosto por US$ 38,1 milhões (R$ 98 milhões), durante o Concurso de Elegância de Pebble Beach, nos Estados Unidos.
Essa percepção ganhou espaço até mesmo nas telas dos cinemas: no filme "Boyhood" -- que estreou no Brasil na última semana e mostra o cotidiano (filmado por 12 anos) do garoto Mason, da infância até o começo da juventude --, o pai vivido pelo ator Etan Hawke é dono de um Pontiac GTO e acaba protagonizando um episódio ligado à valorização do pony car. Assista no cinema e confira -- não faremos spoiler aqui.
LISTA
Com base neste boom do mercado de clássicos, a Gizmag listou os 100 modelos mais valiosos: ter ligação com o cinema (estrelar um filme ou ter pertencido a algum ator) ajuda a elevar o valor do lance, ainda que ser americano não conte muito: a lista é dominada pelos modelos da Ferrari, com um ou outro Mercedes-Benz roubando a cena, às vezes.
Dos 100 carros mais caros em leilões, 72 estão nos Estados Unidos, 12 no Reino Unido, oito na Itália, quatro na França, três em Mônaco e um na Alemanha. Considerando ainda outros mercados aquecidos e seus consumidores, Japoneses e chineses devem entrar no mapa em breve. O Brasil sequer figura no radar.
Desta relação global, UOL Carros resolveu ressaltar os 20 mais valiosos para ter um levantamento um pouquinho mais... variado: entre os 10 mais, apenas a segunda posição é ocupado por um modelo feito fora de Maranello -- o Mercedes de Fórmula 1 pilotado por Juan Manuel Fangio, em 1954). Considerando as duas dezenas, é possível encontrar também o Ford GT40 do filme "Le Mans", bem como um Bugatti e até um cupê luxuoso contemporâneo de Al Capone, o Duesenberg Model J. De resto, é certo: para ser valioso, tem de ser Ferrari.
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