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Volkswagen anuncia fabricação do sedã Jetta em São Bernardo

Do UOL, em São Paulo (SP)

29/09/2014 14h52Atualizada em 30/09/2014 14h15

A Volkswagen do Brasil anunciou nesta segunda-feira (29) a produção nacional do sedã Jetta na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A produção nacional do modelo complementará a importação atual do México -- segundo a fabricante, há demanda suficiente para isso. A adaptação da linha de montagem faz parte do pacotão de R$ 10 bilhões que a empresa investir no Brasil até 2018.

Volkswagen Jetta com alterações visuais é visto em São Bernardo do Campo (SP), sede da marca - Diogo Dias/Car and Driver - Diogo Dias/Car and Driver
Jetta com alterações visuais é visto em São Bernardo do Campo (SP), sede da marca
Imagem: Diogo Dias/Car and Driver
A fabricação local do Jetta começa no primeiro semestre de 2015, com início das vendas no mesmo período. Questionada por UOL Carros, a marca tratou como "estratégicos" os detalhes sobre versões a serem nacionalizadas e data exata de chegada às lojas e afirmou que estes serão revelados em momento oportuno.

Este momento pode chegar logo: o modelo, já renovado com o facelift de meio de geração, será uma das atrações da Volks no Salão do Automóvel de São Paulo, no final de outubro.

Ao adotar o passaporte brasileiro, o Jetta vai dividir a linha de produção no ABC com a família Gol (hatch e picape Saveiro) e, por ora, com a linha Polo (hatch e sedã). Há também espaço vago com a aposentadoria da Kombi. O novo Fox e parte da linha SpaceFox vêm de São José dos Pinhais (PR), unidade que também vai entregar a sétima geração do Golf em breve (bom lembrar que complemento da linha SpaceFox é feito na Argentina). De Taubaté (SP), saem complemento da linha Gol, além do sedã Voyage e up!. As linhas de trem-de-força para os diferentes modelos, incluindo a família EA-211 (três-cilindros 1.0 e, em breve, 1.4 turbo bicombustível) são fabricados em São Carlos (SP).

HORA DE MUDAR
Como dito, parece haver demanda para uma nacionalização do Jetta, mas não apenas isso. A decisão de produzir o sedã localmente se mostra necessária por três motivos cruciais:

- Atender as imposições do programa automotivo nacional (Inovar-Auto);
- Estancar a perda de capacidade de entrega por conta do limite de cotas de importação;
- Recuperar o espaço perdido para rivais ao longo de 2014.

Lançada em 2011, a atual geração do Jetta fechou o ano de 2013 ocupando a quarta colocação em vendas, de acordo com dados da Fenabrave (que centraliza dados de concessionários): foram 14.350 unidades, atrás de Honda Civic, Toyota Corolla e Chevrolet Cruze, apenas.

Agora em 2014, a situação é mais... delicada: apenas 5.833 unidades foram emplacadas entre janeiro e agosto (último balanço fechado), fazendo o modelo despencar para oitavo lugar, atrás de Corolla, Civic e Cruze, mas também de Nissan Sentra, Citroën C4 Lounge e Ford Focus.

Repare que os líderes são todos fabricados no Brasil, enquanto o pelotão debaixo vem por importação do México (Jetta e Sentra) ou da Argentina (C4 e Focus). Assim, nacionalizar parece ser a única decisão acertada.

COMO SERÁ
Resta a dúvida sobre qual versão será feita. Flagra publicado recentemente pela revista Car and Driver Brasil mostra uma unidade vermelha do Jetta reestilizado circulando pela fábrica do ABC. Na imagem, é possível notar cobertura improvisada sobre os nichos dos faróis de neblina do novo para-choque, com filetes horizontalizados que alinham o carro maior ao visual atual dos menores Gol e Voyage.

Imagem traseira não deixa totalmente claro, mas é possível que outro disfarce cubra as lanternas mais inspiradas em modelos da Audi, mas também menos vistosas (mais comuns, se você preferir) que as do modelo atual.

Os faróis, porém, claramente deixam de lado os pontos de LED vistos no modelo apresentado no Salão de Nova York, no começo do ano. Esta simplificação pode indicar que o Brasil seria responsável por versões mais básicas -- despojadas, com preço menor e saída maior -- enquanto configurações superiores seguiriam vindo do México. Atualmente, a linha Jetta se divide entre o modelo 2.0 aspirado, na base do catálogo, e o 2.0 TSI (turbo, com câmbio automatizado de dupla embreagem), no topo. Vale lembrar, porém, que a Volkswagen já havia cravado planos de fabricar motores mais modernos localmente.