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Montadoras esperam queda de 10% na produção anual, a pior desde 1998

Do UOL, em São Paulo (SP)

07/07/2014 13h20

As montadoras derrubaram sua previsão para a produção de veículos neste ano. Se antes esperavam alta de 1,4%, agora falam em tombo de 10%, para 3,339 milhões de unidades. Se a projeção for confirmada, será a maior queda desde 1998.

Já a expectativa para as vendas foi revista de alta de 1,1% para queda de 5,4%, para 3,564 milhões de unidades. Se essa previsão for confirmada, será o segundo ano consecutivo de recuo nos licenciamentos de veículos no país, após nove anos de crescimento ininterrupto.

A revisão foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela associação que representa as fabricantes de veículos, a Anfavea. A entidade já tinha alertado que faria corte em suas projeções para 2014, com a piora nas expectativas de produção, vendas e exportações de veículos.

Produção cai 16,8% no semestre em relação a 2013

No primeiro semestre, a produção de veículos registrou 1,66 milhão de veículos montados, baixa de 16,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Somente em junho foram produzidos 263,6 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. Em relação a maio, isso representa queda de 23,3%. Já em relação ao mesmo mês de 2013, recuo de 33,3%.

Ainda segundo dados da Anfavea, a exportação de veículos e máquinas agrícolas em junho caiu 23,7% em relação a maio, e fechou o primeiro semestre com baixa de 23,1% se comparada com os seis primeiros meses de 2013.

Montadoras em crise

A venda de carros e veículos comerciais leves teve o pior primeiro semestre dos últimos três anos. Foram vendidas de janeiro a junho 1.583.066 unidades, contra 1.707.633 no mesmo período do ano passado, o que indica queda de 7,3%.

O desempenho do primeiro semestre só foi melhor que o resultado do mesmo período de 2010, quando foram vendidos 1.393.677 carros e comerciais leves.

As montadoras têm anunciado ajustes de produção, que incluem suspensão de contratos de trabalho, programas de demissão voluntária, antecipação de férias e semanas mais curtas de trabalho.

O segmento de veículos mostra queda de 3,5% no número de empregos em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Anfavea.

Governo adia alta do IPI

Por conta da crise nas montadoras e sob pressão das empresas, o governo decidiu adiar para o ano que vem a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos novos, que estava prevista para entrar em vigor a partir de 1º de julho. A decisão foi feita sob o compromisso do setor em manter o nível de emprego.

(Com Reuters)