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Anfavea diz que segundo semestre será de retomada e crescimento

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Produção caiu 16,8% no semestre em comparação com o mesmo período de 2013
Imagem: Antonio Scorza/AFP

Do UOL, em São Paulo (SP)

07/07/2014 13h33

Após divulgar os dados de produção de veículos do primeiro semestre, que apresentaram queda e forte retração se comparados aos do mesmo período de 2013, a Anfavea afirmou que o desempenho da indústria automobilística no segundo semestre será de retomada e crescimento.

Segundo Luiz Moan, presidente da entidade, a justificativa para esta alteração de viés está no fato de que os "desafios do primeiro semestre" foram superados. "As turbulências que pairaram sobre o setor neste primeiro semestre estão superadas e o viés agora é de crescimento. As questões de financiamento pelo PSI, que travaram a comercialização de veículos pesados e máquinas autopropulsadas no início do ano, foram resolvidas. O acordo com a Argentina foi assinado e já está em vigor. As alíquotas do IPI foram mantidas até o fim do ano. São fatores que nos fazem ter a convicção que o segundo semestre será melhor que o primeiro", disse o executivo, que aposta em cenário ainda melhor se houver maior oferta de crédito: “Ainda há um cenário de forte restrição ao crédito, que se for minimizado poderá funcionar como catalisador do desempenho".

Para Moan, se o IPI fosse elevado em julho, o panorama previsto para o segundo semestre poderia ser comprometido, pois cada ponto porcentual de aumento do imposto incidiria um aumento no preço de 1,1% e impacto de 2,6% de queda no mercado. "Além disso, a carga tributária, que já é uma das mais altas do mundo, seria ainda maior", revela.

SEM TANTO IMPOSTO NÚMEROS SERIAM MELHORES...

Carga tributária de acordo com estudo da Anfavea - Divulgação - Divulgação
Carga tributária da indústria automobilística brasileira segundo estudo da Anfavea
Imagem: Divulgação
Depois do discurso otimista de Moan, a Anfavea revelou um estudo que mostra por que a carga tributária é uma das maiores do mundo.

Esse estudo aponta que 28,1% do preço de um automóvel flex, com motorização entre 1.000 cc e 2.000 cc, são de impostos. Esse número é maior, por exemplo, do que os 18% de um veículo similar na Itália, 7% nos Estados Unidos e 9,9% no Japão.

Essa comparação é feita com base na participação dos impostos no preço final ao consumidor, critério diferente daqueles utilizados em outros países, que indicam qual é a carga tributária adicionada ao preço do veículo sem impostos. Neste critério, proposto pelo estudo, a totalidade da carga adicionada a esse mesmo automóvel no Brasil é de 54,2%.

A carga tributária neste patamar, considerando não só o veículo em si mas também a cadeia produtiva e pós produtiva, coloca a indústria automobilística como uma das mais importantes para a economia do país: mesmo com o IPI reduzido em 2013 a geração de tributos do setor naquele ano, segundo estimativas da Anfavea, foi de R$ 178,5 bilhões, o que representa cerca de 12% do total de tributos considerados.