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SUV que usa disfarce extravagante é chinês, não coreano; conheça o JAC T6

Claudio Luís de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/06/2014 19h27

Quando internautas nos enviam fotos de carros disfarçados, geralmente arriscam um palpite sobre marca e modelo. Muitas vezes, acertam na mosca. Mas não no caso de um certo "novo ix35".

Que, claro, não é o SUV da Hyundai, e sim o JAC T6, próximo lançamento da marca chinesa e seu primeiro utilitário esporte (SUV) no Brasil -- sua aparição oficial será no Salão de São Paulo, em outubro, para logo em seguida chegar às revendas. Enquanto isso não acontece, algumas unidades do modelo circulam pela capital paulista e arredores, geralmente sob camuflagem extravagante (naipes de baralho, por exemplo).

Obviamente, a JAC quer mais é que seu novo carro seja visto por aí -- é uma estratégia de marketing especialmente útil para montadoras menores. Mas apuramos que nem mesmo na empresa chinesa se esperava tamanha confusão com o ix35.

(Não custa lembrar que uma das metas da JAC é, um dia, chegar ao nível de qualidade da Hyundai.)

Reunimos alguns dos flagrantes enviados pelos leitores de UOL Carros num álbum especial, mas também fomos atrás do carro por inteiro. Por ora, a JAC dispõe de uma única unidade do T6 emplacada para uso geral no Brasil, e conseguimos dirigi-la por uma semana. (Sites parceiros de UOL Carros já haviam experimentado o SUV.)

Combo T6, ix35 e flagra - Arte/UOL Carros - Arte/UOL Carros
T6 camuflado (esq.), T6 sem camuflagem (no alto) e ix35: dá para confundir, claro
Imagem: Arte/UOL Carros
Visto sem camuflagem e de vários ângulos, fica evidente que o T6 (que na China é conhecido como S5) não é exatamente uma cópia do ix35, embora sua dianteira seja bastante -- digamos -- parecida com a do carro da marca coreana. Mas o JAC é mais alongado que o Hyundai, e sua traseira lembra SUVs/crossovers da Audi. O conjunto, apoiado em rodas de aro 17 e pneus de uso urbano, é harmonioso.

BOM RECHEIO
O melhor do T6 está dentro da cabine e sob o capô. O acabamento, os materiais e o estilo das partes e peças do interior do SUV são bem resolvidos; não há luxo, mas também não há mesquinharia nem preguiça. O nível de equipamentos é adequado (e admitimos nossa incapacidade de usar o sistema multimídia, todo em chinês).

O marrom escuro como segunda cor de bordo não combina com a iluminação azul, mas com ele os bancos e painéis sujam menos. Os assentos são firmes, e o espaço para quatro adultos é excelente.

Sobrealimentado com turbocompressor, o motor 2.0 a gasolina não será o usado no T6 a ser vendido no Brasil; segundo a JAC, o novo propulsor ainda não está definido.

Uma pena, pois o torque máximo desta unidade, de 26,9 kgfm, surge a meras 2.000 rpm, proporcionando aquela arrancada "nervosa" logo depois de engatar a segunda (o câmbio é manual de seis marchas) e fôlego de sobra para encarar aclives. Se vier com motores menores, de 1,5 ou 1,6 litro, ou mesmo 2 litros aspirado, o T6 ficará devendo em prazer ao dirigir.


Os chineses estão trocando os sedãs médios e grandes por SUVs cujo porte mínimo é o do T6 (4,47 metros); é uma tendência em que toda a indústria automotiva está apostando alto. Vale o mesmo, em escala menor, para o Brasil, onde as tradicionais peruas já foram sacrificadas no altar das minivans e dos utilitários compactos.

Se a JAC quiser, pode puxar essa fila -- basta "ter preço". O T6 poderia começar entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, combatendo o Ford EcoSport com mais tamanho e conteúdo. (O preço máximo poderia ser de uns R$ 75 mil -- mas atenção, esses valores são apenas palpites.) O ix35, que acaba de completar 10 mil unidades fabricadas no Brasil, continuará num outro andar. E outros SUV chineses, como o Chery Tiggo e o Lifan X60, devem seguir meio no limbo. 

Vídeo mostra o T6 em 90 segundos