GM é multada em US$ 35 milhões por adiar recall de ignições nos EUA
O Departamento de Transportes dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (16) que a General Motors terá de pagar multa de US$ 35 milhões (cerca de R$ 77 milhões pelo câmbio atual) pela demora em fazer recall de 2,6 milhões de carros com defeitos de ignição, falha ligada a pelo menos 13 mortes no país.
Além da multa, a GM se compromete a fazer alterações em seus procedimentos de segurança para evitar a repetição do caso, informa o jornal "The New York Times". No entanto, a montadora se vê envolta em novas falhas: na quinta-feira, a marca convocou mais 3 milhões de carros feitos nos Estados Unidos, Canadá e México e vendidos em todo o mundo, incluindo o sedã Malibu, por defeitos nos freios, nas luzes de freio e nos limpadores de parabrisa. Desde janeiro, foram 24 ocorrências, num total de 11,2 milhões de carros, segundo o jornal "Automotive News".
A GM anunciou o recall do miolo de ignição para modelos como o Saturn Ion e o Chevrolet Cobalt americano, a mais grave das ocorrências, apenas em deste fevereiro, apesar de ter tido conhecimento dos problemas com as peças em 2001 e ter emitido boletins de serviço a revendedores em 2005 sugerindo soluções. O caso se tranformou na pior crise da montadora desde a concordata de 2008/09 e fez com que a presidente da marca Mary Barra pedisse desculpas publicamente na televisão americana e fosse convocada a prestar depoimento em CPI no Congresso, em Washington.
Críticos afirmam que a decisão de adiar a convocação foi tomada durante a crise da empresa em 2008/09 para não derrubar ainda mais o valor das ações da montadora no mercado. A medida enfureceu consumidores e políticos, pois análises mostram que a GM desembolsaria apenas US$ 2 (menos de R$ 5) para trocar cada peça defeituosa.
SAIU BARATO
De toda forma, a multa imposta pelo governo dos Estados Unidos à fabricante está dentro do atual limite legal. Parlamentares do Partido Democrata tentavam elevar a punição para US$ 200 milhões (cerca de R$ 440 milhões), com necessidade de repasse de valores fixos por cada carro envolvido no recall para formação de um fundo nacional de reforço à segurança automotiva.
Durante o anúncio da multa, Anthony Foxx, secretário de Transportes, afirmou ser favorável à elevação do teto nestes casos para US$ 300 milhões (mais de R$ 660 milhões). "O anúncio de hoje coloca todas as montadoras de sobreaviso", afirmou. "Elas serão responsabilizadas e terão de pagar pela demora em alertar e resolver rapidamente casos ligados à segurança por defeito de seus produtos", concluiu Foxx.
De toda forma, a multa está bem abaixo do US$ 1,2 bilhão imposto à Toyota em março pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por omitir informações e retardar a resolução de dois problemas de segurança, cada um deles ligdo a um tipo de aceleração involuntária de modelos da marca. À ocasião, o procurador-geral dos Estados Unidos Eric Holder afirmou que a Toyota mentiu ao público sobre as falhas.
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