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BMW 320i ActiveFlex perde eficiência com etanol; luxo permanece

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/03/2014 22h58Atualizada em 03/04/2014 19h30

Existem algumas certezas sobre o BMW Série 3: o sedã médio-grande premium é referência no segmento de luxo, seja em porte, em equipamentos ou em performance. Também é fato consumado que o modelo bávaro está, atualmente, alguns quilômetros à frente dos rivais Mercedes-Benz Classe C (a atual geração, em fim de carreira, ficou quase "popular", enquanto a nova ainda é um amontoado de promessas) e Audi A4 (perdido na reformulação da marca de luxo da Volkswagen). Maior que as certezas, porém, é a dúvida: como ele anda com etanol?

Ainda que a configuração bicombustível exista desde outubro de 2013 (as entregas começaram  em dezembro), a BMW é quase omissa ao detalhar o Série 3 em sua configuração flex, a 320i. Falar ao futuro motorista somente o indispensável é a premissa para seguir bem no segmento de luxo, apesar do pioneirismo. A marca diz que conforto e acabamento seguem intocados. Diz também que potência (186 cavalos) e torque (27,6 kgfm) são os mesmos, use gasolina ou álcool no tanque. O caráter "bi" só está no emblema mínimo na traseira: ActiveFlex.

Os preços também são similares aos praticados quando o carro era movido apenas a gasolina, só com ajustes de câmbio e IPI. São eles:

- BMW 320i ActiveFlex -- R$ 133.950
- BMW 320i GP ActiveFlex -- R$ 143.950
- BMW 320i GP Sport ActiveFlex -- R$ 158.950

Veja também a ficha técnica e lista de equipamentos do 320i ActiveFlex.

NADA MUDA AO ANDAR?
Acontece que todo mundo sabe que brasileiro, mesmo endinheirado, tem fetiche pelo motor flex: pode até não usar uma gota de etanol, mas vai querer deixar isso claro no momento da revenda -- sim, o brasileiro é conservador e ainda compra carro pensando em se desfazer dele um ou dois anos depois. E, neste momento, precisa ter os detalhes na ponta da língua. Quer um? A parceira Fullpower já demonstrou -- no dinamômetro -- que o uso de etanol pode entregar até 20 cv de vantagem na ponta do acelerador.

Outro detalhe, este importantíssimo, UOL Carros diz agora: se rodar só com etanol (100% no tanque, sem gasolina), o 320i também perde a característica da eficiência. "Auf Wiedersehen, Efficient Dynamics" e nada de desligar o motor em paradas rápidas (semáforo, trânsito) para poupar combustível. A BMW confirmou nossa descoberta por e-mail: "o sistema start/stop é desativado quando identifica a quantidade menor que 30% de gasolina (...) em função do etanol não queimado. Estratégia relacionada ao comportamento do combustível durante as partidas". 

CONTA FINAL
UOL Carros usou um tanque de gasolina e outro só de etanol com o ActiveFlex. Na ponta do lápis e no computador de bordo, o consumo caiu de quase 11 km/l de gasolina para 6,5 km/l de etanol. Fica o consolo de que o carro também ficou mais "vivo", arisco em saídas -- algo bom para quem gosta de esportividade. Se não for o seu caso, basta seguir usando só gasolina para curtir o 320i com todo conforto, praticidade e tecnologia -- e a mesma tocada -- de sempre.