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Com visual polêmico, Citroën C4 Cactus será vendido no Brasil

André Deliberato

Do UOL, em Genebra (Suíça)

07/03/2014 11h09

Uma das principais novidades da Citroën no Salão de Genebra 2014 ao lado do subcompacto C1, o crossover C4 Cactus (que mistura elementos de hatch e monovolume) será vendido no Brasil. De acordo com Yves Bonnefont, diretor-geral adjunto da marca, nosso país "é destino certo" para o modelo. Ainda não existe, porém, data marcada para seu lançamento.

Feito sobre a nova plataforma da PSA Peugeot Citroën, a EMP2 (sigla para "plataforma modular eficiente"), o C4 Cactus inicia uma família ambientalmente correta de modelos da Citroën, com uso de materiais reciclados e motores mais eficientes. Além da versão de produção, a marca também já apresentou no evento suíço sua variação Aventure (atenção, não é Adventure) do carro.

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    Uma característica do Cactus e de outros modelos "polêmicos" recentes, como o Juke e o novo Cherokee, é a organização diferente do conjunto óptico: o que é farol, o que é lanterna?

O Cactus começa a ser vendido na Europa até junho, a partir de 13.950 euros (cerca de R$ 44,5 mil, sem taxas). A produção será em Madri, na Espanha.

Esteticamente, o primeiro modelo da linha "verde" da Citroën manteve as características mostradas pelo protótipo Cactus Concept, mostrado no Salão de Frankfurt do ano passado (um primeiro esboço da gama, o C-Cactus, foi mostrado em 2007). Os bancos dianteiros inteiriços (em formato de sofá) e os para-choques com bolhas de ar (chamados de "airbumps") foram mantidos.

O C4 Cactus tem 4,16 metros de comprimento, 2,60 m de entre-eixos, 1,73 m de largura e 1,48 m de altura. Quase o mesmo tamanho do Nissan Juke. O porta-malas carrega até 358 litros.

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    A Citroën não perdeu tempo e já mostrou a versão cross do Cactus, a Aventure

Os motores serão de duas novas famílias, conforme já descrito por UOL Carros. O EB Pure Tech é a derivação de três cilindros e 1,2 litro do motor a gasolina, com turbo e injeção direta (THP), desenvolvido em conjunto com a BMW. Apesar do tamanho reduzido, é capaz de gerar entre 110 e 132 cavalos. Já o Blue HDi, a diesel, gera de 118 a 150 cv. O foco dos dois propulsores está na economia de combustível e na baixa emissão de poluentes. O câmbio é sempre automatizado de seis marchas.

A exemplo de outros modelos recentes, como o próprio Juke, o Jeep Cherokee e mesmo o novo C4 Picasso (veja álbuns dos três modelos ao final desta reportagem), o visual do C4 Cactus é polêmico. Alguns podem dizer que é estiloso e ousado. Outros, que é assustador.

A dianteira ainda é harmoniosa graças aos faróis afilados, mas a traseira é a parte que deve gerar mais discussão. As lanternas são pequenas demais para o tamanho do conjunto (parecem as de um Volkswagen Gol). A parte inferior da tampa do porta-malas, pintada na cor dos airbumps, só ajuda a piorar o conjunto.

POR DENTRO
Em contrapartida, o interior do C4 Cactus agrada. O banco dianteiro inteiriço, em que sentam motorista e passageiro (recurso comum em carros antes dos anos 1980), provoca curiosa sensação de aconchego e conforto.

O painel é simples e não há console central: apenas duas telas digitais de LCD, uma ao centro e uma atrás do volante, que fornecem as informações de que o motorista precisa. A economia nas linhas internas faz sentido: como será global, o C4 Cactus também precisa ter facilidade de adaptação à mão inglesa -- em que os comandos ficam do lado direito.