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Tema de livro, Lamborghini com motor V12 está prestes a virar história

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/02/2014 19h42

Com sintetizar a essência de uma marca que produziu esportivos que um a um, década após década, durante os últimos 50 anos, se tornaram clássicos? O jornalista inglês Richard Dredge, especialista automotivo e ex-apresentador do programa "Top Gear", da BBC, topou o desafio com o livro "Lamborghini, uma lenda italiana" (R$ 75, 160 páginas), que chega ao Brasil com tradução de Luiz M. Leitão da Cunha pela editora Alaúde.

Sobre o livro

  • Divulgação

    Lamborghini, uma lenda italiana
    Miura, Countach, Diablo e Murciélago

    Autor: Richar Dredge
    Editora: Alaúde
    Tamanho: 160 páginas
    Preço: R$ 75
     

Dredge conta essa história a partir de informações, curiosidades, fotos e fichas técnicas de quatro modelos que têm em comum o uso do motor V12 e da configuração de dois lugares: Miura (1966-1972), Countach (1974-1990), Diablo (1990-2001) e Murciélago (2001-2010). São todos precursores do mais atual supercarro da marca, o Aventador LP 700-4 e suas derivações.

Em texto que corre fácil pelas páginas, apesar da apuração minuciosa, o jornalista descreve através da trajetória destes quatro modelos altos e baixos da marca que surgiu como provocação de Ferrucio Lamborghini aos desafetos da Ferrari, quase quebrou em diversas ocasiões e, mesmo sob controle de grupos tão diversos quanto a americana Chrysler (que curiosamente também acabou na mão de estrangeiros, primeiro a alemã Daimler, agora a italiana Fiat) e a alemã Audi (que por sua vez responde à Volkswagen) não perdeu sua identidade.

Mesmo que trabalhando com menos recursos que os rivais, a Lamborghini conseguiu, na opinião do autor, inovar ao lançar cada um desses modelos, seja pela mecânica desafiadora, a ousadia da paleta de cores (verde limão, amarelo, roxo, laranja foram tons que sempre fizeram parte da gama), pelo arrojo visual, pelos tradicionais nomes de touros famosos e até por transformar o carro em um caro objeto de desejo. 

Ainda que o caminho continue sendo trilhado, já há legado: cada um desses carros supera a ideia de modelos para se pisar fundo. Apesar do poderio, são carros mais para desfilar do que para acelerar. E parte de uma cultura cada vez mais distante da realidade atual: se os novos esportivos têm de ser como o Huracán (V10, 610 cv, linhas fluidas e eficiência de consumo aliada à performance), ter um motorzão V12 fornecendo centenas de cavalos para empurrar apenas duas pessoas parece ser ideia cada vez mais próxima dos livros de história.