Mesmo com IPI maior, Sentra de R$ 62.190 é opção mais em conta
Lançada em novembro de 2013 no Brasil, a nova geração do Sentra já está até R$ 1.500 mais cara, em decorrência do aumento do IPI -- o imposto voltou a subir este ano e será incrementado de forma progressiva até julho. A versão de entrada, S, saltou de R$ 60.990 para R$ 62.190; a SV, intermediária, pulou de R$ 65.990 para R$ 67.390; e a SL, topo de gama, subiu de R$ 70.990 para R$ 73.490.
O rival mais barato com configuração similar ao Sentra S é o Corolla GLi 1.8, que custa R$ 64.860. São R$ 2.670 de vantagem para o Nissan.
Assim, apesar do aumento de preço por conta do IPI -- que vale para todos --, o bom pacote de série faz com que o modelo da Nissan siga atraente. O Sentra S oferece faróis e lanternas com LEDs, luzes de neblina, cintos de três pontos traseiros, fixadores para cadeirinhas infantis do tipo Isofix, ignição por botão, piloto automático, rádio CD-Player com MP3 e conexão por Bluetooth, volante multifuncional, além de itens básicos desta categoria, como alarme, vidros elétricos e direção assistida e mais airbag duplo e freios com sistema ABS obrigatórios.
Há uma única bola fora do sedã: não disponibilizar, em nenhuma das versões, controles de tração e estabilidade, algo praticamente obrigatório em sedãs médios atuais -- Honda Civic e Chevrolet Cruze, por exemplo, têm. O Sentra também não conta com assistente de partida em rampa (que segura o carro por alguns instantes, até que o motorista tenha tempo de pisar no acelerador), já presente em rivais.
Não há opcionais na lista do Sentra. A garantia é de três anos e o sistema de revisão conta com preços fixos até os 60 mil quilômetros. Para consultar a lista completa de equipamentos, clique aqui.
NO MERCADO
"As vendas vão bem, obrigado", diria a Nissan. A meta, de acordo com estimativas da marca durante o período de lançamento, era vender as cerca de 1.400 unidades que seriam importadas por mês (cerca de 8% do mercado de sedãs médios no país). Em dezembro o carro emplacou 1.073 unidades (2,92% do segmento), enquanto em janeiro deste ano o número subiu para 1.086 carros (6,21%).
Note que apenas 13 veículos fizeram o Sentra saltar na participação de um mês para outro. A explicação é simples: em dezembro de 2013, a categoria de sedãs médios registrou 22.799 carros vendidos; em janeiro esse número caiu para 17.501. Ou seja, apesar da queda de mais de cinco mil carros do segmento, o modelo da Nissan conseguiu praticamente manter o nível de vendas do mês anterior -- e com isso saltar da nona para a quarta posição.
Compare os relatórios da Fenabrave, de dezembro e janeiro, e veja como o Sentra se manteve firme na disputa. UOL Carros não considera o Ford Fusion como sedã médio, já que seu comprimento (e entre-eixos) o classificam como sedã grande.
NA PRÁTICA
UOL Carros avaliou por uma semana a versão S, de entrada, equipado com o mesmo motor de 2 litros das configurações mais caras, mas com câmbio manual de seis marchas. O carro está mais gostoso de dirigir na comparação com a geração anterior.
O espaço interno é o mesmo que o do Sentra SL, avaliado em 2013: ótimo para três ocupantes traseiros sem comprometer a capacidade do porta-malas, que leva até 503 litros (um Honda Civic 2014, como exemplo, carrega 449 l).
O câmbio manual tem engates precisos, mas com relação alongada. Agrada a quem gosta de fazer reduções para ultrapassagens e incomoda no trânsito caótico, quando o ideal seria ter câmbio automático.
O motor é progressivo e tem força e potência suficientes tanto para a cidade como para a estrada, além de ser econômico: em percurso predominantemente urbano, alcançamos a média de 10,9 km/litro de gasolina. Segundo o Inmetro, o sedã na configuração S tem nota A e é capaz de fazer 7,2 km/l na cidade e 8,7 km/l na estrada com etanol; e 10,5 km/l e 12,9 km/l com gasolina nas mesmas condições.
O valor mais salgado em 2014, portanto, não serve de justificativa para o consumidor fugir do Sentra, já que todos os sedãs médios passaram por aumento de preços. O modelo da Nissan está longe de ser o mais bonito e não é o mais moderno, mas, considerando as opções disponíveis, é o que continua oferecendo o melhor custo-benefício.
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