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Volkswagen da Europa aposta alto no renovado Polo

Do UOL, em São Paulo (SP)

31/01/2014 16h56Atualizada em 31/01/2014 19h58

O Volkswagen Polo europeu ganha reforma importante, que chegará às lojas ainda no primeiro semestre e vai apresentar novidades -- como outras motorizações -- até o final do ano. A aparição inicial deve ser no Salão de Genebra (março), com reforço no de Paris (outubro). Quatro anos depois da chegada da atual geração, o carro recebeu alterações visuais e robusta lista de equipamentos (alguns opcionais) que, a rigor, o aproximam do Golf 7, modelo imediatamente acima dele na gama da marca alemã.

As mudanças antecedem a adoção, pelo novo Polo, da plataforma modular MQB, a mesma do atual Golf. Sua estrutura tem alguns pontos fixos, como a posição de motor e transmissão, mas pode ser estendida para uso em carros de diversos portes. A expectativa é que o Polo europeu passe a ser feito sobre ela em 2015 ou 2016.

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Entre outras coisas, o novo Polo europeu passa a oferecer direção com assistência elétrica e, em algumas versões, faróis totalmente em LED. Os principais opcionais incluem sistema de frenagem autônomo (City Breaking, a menos de 30 km/h), controle de cruzeiro adaptativo (ACC), ajuste personalizado de suspensão (Sport Select) e alerta ao motorista por desatenção (Driver Alert, com avisos sonoro e no painel).

De acordo com a Volkswagen, os motores turbo a diesel (TDI) e a gasolina (TSI) ficaram mais econômicos; o segundo, o mesmo disponível no Golf Highline, já seria capaz de cravar cerca de 20 km/litro quando a bordo do Polo. Ambos recebem o apelido BlueMotion. Haverá ainda opção de propulsor três-cilindros, também sobrealimentada, com 90 cavalos de potência.

A gama do Polo europeu inclui as versões Trendline, Comfortline, Highline, a esportiva GTI, além de BlueGT, CrossPolo, BlueMotion (novo nome para o carro 1.4 TSI a gasolina) e a estreante Fresh, a mais equipada. Segundo informações da Volks europeia, o Polo 2014 chegará às lojas sem alterações de preço em relação à atual, ao menos na Alemanha -- onde parte de 12.450 euros (R$ 41 mil em conversão direta).

No ano passado, a chegada do Renault Clio 4 tirou uma posição do Polo no ranking de vendas de carros novos na Europa, derrubando-o do terceiro lugar em 2012 para o quarto em 2013 -- ainda assim, foram robustas 266.994 unidades emplacadas no ano passado, deixando para trás rivais como o Opel Corsa e o estreante Peugeot 208.

E NO BRASIL?
Lançado em nosso mercado no começo dos anos 2000, por um longo tempo o Volkswagen Polo hatch foi sinônimo de opção premium entre carros compactos. Acabamento caprichado, itens de série que normalmente seriam opcionais e dirigibilidade sofisticada eram alguns dos diferenciais do modelo. Pegou tão bem que ele mereceu até ganhar versão três-volumes, então inexistente em outros países, e que de certa forma antecipou a voga de sedãs-com-algo-mais que resultou no atual Renault Logan e no Chevrolet Cobalt.

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Ainda na década passada o Polo hatch ganhou concorrentes fortes no Brasil, como Fiat Punto e Citroën C3, e hoje em dia a melhor tradução desse nicho entre os compactos é o Ford New Fiesta, que é global -- ele é "igual no mundo todo". Por anos o Polo foi assim; houve até anúncio de TV do modelo da Volks que usava exatamente essa frase entre aspas como tema.

O aparente descuido da Volks com o Polo, que já leva a fortes especulações de que o modelo não chegará em linha até o final deste ano, teve o resultado esperado: o tapa no visual dado para o ano-modelo 2012, importado do Polo Vivo da África do Sul, piorou o carro, inclusive deixando-o desalinhado à family face da marca; basta notar suas lanternas traseiras, que não seguem os padrões tracejados de todo o resto da gama da Volks, para sacar que ninguém mais dá muita bola para ele.

As vendas despencaram: foram apenas 4.784 hatches emplacados em 2013 (ante 9.760 em 2012). O sedã, sempre melhor aceito, mesmo assim despencou de 14.240 carros em 2012 para 8.187 no ano passado.

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