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Navegador eficiente usa "rede social do trânsito" e reduz tempo de viagem

Fernando Calmon

Colunista do UOL

24/01/2014 18h09

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Navegadores por GPS protagonizaram uma revolução no modo como os motoristas passaram a circular por ruas e estradas. Em passado não muito distante, mapas impressos e guias em formato de livro -- ambos de difícil consulta -- eram os únicos recursos disponíveis para se encontrar um destino desconhecido.

Fácil se perder, mesmo que o carona ajudasse a interpretar as melhores rotas. E se errasse o rumo, sobrava o consolo de apelar ao famoso lema dos desorientados: "Quem tem boca vai a Roma". Só restava mesmo parar e confiar nas orientações dos passantes dispostos a ajudar.

Os primeiros PND (sigla, em inglês, para dispositivo pessoal de navegação), com suas instruções por voz e mapas móveis nas telas, deixavam as pessoas embasbacadas com a força da tecnologia. As telas, no início, eram pequenas (três polegadas) e as rotas não tão precisas e nem muito abrangentes

ROTAS EFICIENTES
Mas aperfeiçoamentos chegaram rapidamente ao incluir novas cidades, estradas, pontos de interesse, roteiros de maior precisão e atualizados com frequência. Não tardou a chegada do conceito de rotas eficientes.

Por meio de estatísticas, o caminho pôde ser reorientado em função de históricos de trechos congestionados e de determinados dias da semana. O passo seguinte foi o surgimento dos mapas colaborativos, quando os próprios usuários inseriam informações online, ainda antes da difusão dos telefones inteligentes.

Aplicativos para telefones celulares inteligentes, como o Waze (que mistura conceitos de navegador por GPS e de rede social), já conquistaram muitos fãs no mundo. Ajudam a traçar rotas alternativas, embora dependam de adesão espontânea e não livrem do atraso quem já está no congestionamento.

A mais recente evolução integra rede mundial de informações entrelaçadas em tempo real. São centenas de milhões de dispositivos GPS de frotistas particulares e oficiais, além de usuários individuais, interligados via rede móvel GSM com outras fontes, desde informações de acidentes e obras reportados por agentes de trânsito e jornalistas até sensores de solo responsáveis pelo controle de semáforos.

O Brasil será o 33º país a participar da rede por meio da empresa holandesa TomTom e do sistema Traffic. Complexo e eficiente, ainda tem custo maior que a média. O navegador com tela de seis polegadas custará por volta de R$ 900, fora impostos.

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    Sistema Traffic, da TomTom, está em implantação no Brasil: navegador é integrado à rede global via sinal de celular (GSM) para atualizar rota com informação sobre trânsito.

TODOS AJUDAM
Estima-se que 100 milhões de pessoas no mundo deem sua contribuição diária de forma automática. Basta estar dirigindo. A partir disso é possível saber, pela velocidade média, os pontos exatos de lentidão e informar rotas alternativas, mesmo que aparentemente não sejam as naturais. Esse sistema integrado reduz o tempo médio de viagens em até 13% e, no caso de áreas congestionadas, até 30%.

Percurso que normalmente levaria uma hora diminuiria para cerca de 40 minutos.

Em cidades conurbadas, se apenas 10% dos motoristas usassem tal recurso o tempo de deslocamento poderia cair até 15% para usuários do sistema e 5% para os demais como beneficiários indiretos. Dessa maneira, o uso racional representaria alívio em investimentos públicos para ampliação da malha viária, sem contar a diminuição da poluição e a melhoria da qualidade de vida dos centros urbanos.