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Híbridos "invisíveis" lideram economia; Clio, Smart, March e Up vêm depois

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/01/2014 17h11Atualizada em 20/01/2014 18h28

O programa Conpet, do Inmetro, que avalia o consumo de combustível de carros à venda no Brasil, mais uma vez consagrou dois modelos híbridos como os mais eficientes (ou seja, econômicos): Toyota Prius e Lexus CT200h. São carros que usam a mesma plataforma -- o CT200h é a variação de luxo do veterano japonês, o híbrido mais bem-sucedido do mundo em termos de vendas.

No Brasil, ambos são miragens: é até possível ver Prius rodando como táxis em cidades como São Paulo, mas clientes particulares não pagam os R$ 120.830 pedidos pelo modelo (frotista tem desconto). Em 2013, apenas 324 unidades foram emplacadas no país.

Já o hatch da Lexus (divisão de luxo da Toyota) é ainda mais caro: R$ 148.985, de acordo com a Tabela Fipe.

Além disso, é 100% "invisível" no Brasil: segundo dados do Renavam divulgados pela Fenabrave (federação das concessionárias), nenhuma unidade foi vendida em 2013 (ano em que ele já apareceu no estudo do Inmetro, diga-se).

O alto preço desses modelos se deve ao fato de pagarem todos os impostos de importação, sem qualquer incentivo fiscal oficial. Várias marcas (Toyota, Renault, Citroën etc.) vêm fazendo lobby junto ao governo federal para que os híbridos recebam tratamento diferenciado -- o que, ao menos em tese, resultaria em preços mais acessíveis.

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    Toyota Prius, o híbrido mais vendido do mundo, é campeão em consumo baixo, de novo

O Ford Fusion Hybrid sumiu do Conpet este ano (foi vice em 2013). A adesão das montadoras ao programa é voluntária. 

GASOLINA E FLEX
No mundo real, predominam os motores a combustão (somente a gasolina ou bicombustíveis), e nesse ponto o Renault Clio segue como o mais eficiente do Brasil (ou 3º lugar, considerando Prius e CT200h). Suas melhores marcas, de 9,5/10,7 km/l (etanol, cidade/estrada) e 14,3/15,8 (gasolina, cidade/estrada), foram cravadas pelas versões sem ar-condicionado e com direção mecânica (as versões do Clio com os dois itens de conforto ficaram em sétimo lugar (9,1/9,6 km/l e 13,1/14,3 km/l).

Smart Fortwo (71 cv, somente gasolina), Nissan March (flex, sem ar, com direção hidráulica) e Smart Fortwo Turbo (84 cv, gasolina, cupê ou conversível) vêm em seguida, em quarto, quinto e sexto lugares. A ressalva necessária é que o modelo da Smart é um minicarro de apenas dois lugares -- para ele, é obrigação ter nota boa num ranking como esse.

O ainda não lançado Volkswagen Up, que usa motor três-cilindros e câmbio manual ou automatizado de cinco marchas, é o carro seguinte no ranking. Os dados do Inmetro mostram que os manuais cravaram 9,1/9,9 km/l e 13,2/14,3 km/l (etanol e gasolina, cidade/estrada), enquanto os I-Motion fizeram 9/10 km/l e 13/14,4 km/l (idem), diferenças desprezíveis quanto à performance energética de cada tipo de transmissão. Todos estavam dotados de ar e direção elétrica.

Tiraram nota A: Fiat Uno 1.0, Fiat Uno 1.4, Fiat Uno Way 1.4,  Fiat Palio Fire 1.0, Nissan March 1.0 (com e sem ar-condicionado), Renault Clio 1.0 (com e ser ar-condicionado), Renault Sandero 1.0 (com e sem ar), Smart Fortwo (mhd e turbo), Toyota Etios 1.3 e 1.5, Volkswagen Fox BlueMotion 1.0, Volkswagen Gol 1.0, Volkswagen Up 1.0 (com câmbio manual ou automatizado); Fiat Siena EL 1.0, Nissan Versa 1.6, Renault Novo Logan 1.0, Toyota Etios Sedan 1.5, Volkswagen Voyage 1.0; Fiat Novo Fiorino 1.4, Volkswagen Saveiro 1.6; Citroën C3 1.5, Citroën DS3, Ford New Fiesta 1.6 (hatch e sedã, manual ou automatizado Powershift), Honda Fit 1.4, Hyundai HB20 1.0 (hatch e sedã), Peugeot 208 1.5, Volkswagen Polo BlueMotion 1.6; Ford Focus 1.6 (manual), Lexus CT200h, Toyota Prius, Volkswagen Novo Golf 1.4 TFSI (manual ou automatizado DSG), Honda Civic 1.8 (manual ou automático), Kia Cerato 1.6 (manual), Nissan Sentra 2.0 (manual), Renault Fluence 2.0 (manual), Toyota Corolla 1.8 (manual ou automático); Nissan Altima; Subaru Forester.

Por outro lado, ser novidade e tecnológico não é sinônimo de ser mais econômico: o novo Chery, já com motor 1.0 e que será fabricado no Brasil, foi avaliado com nota B na comparação geral. Os novos sedãs médios alemães escorregaram: Audi A3 Sedan foi C com os motores 1.4 turbo (o mesmo do novo Golf) e 1.8 turbo, enquanto o Mercedes-Benz CLA 1.6 turbo foi pior, com nota D. Lançados recentemente, Citroën C4 Lounge conseguiu apenas C com o motor 2.0 flex e câmbio manual ou com o motor THP, caindo para D com motor 2.0 flex e câmbio automático, mesma nota do hatch médio premium Volvo V40. Melhor foi o sedã Altima, nota B.

E não que seja novidade ou chocante, mas os esportivos seguem na rabeira do índice, ao lado de SUVs grandes: Ferrari F12 Berlinetta, Lamborghini Aventador, novo Hyundai Santa Fe e Range Rover Sport são todos nota E. O novo Porsche 911 turbo também tem conceito E, mas sua versão aspirada melhorou o consumo e conquistou um D.

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    Lexus CT200h é Prius de luxo e jamais vendeu sequer uma unidade no Brasil