Nissan cobra menor taxação para fazer motor eficiente no Brasil
Com a presença de seu chefão global, o brasileiro Carlos Ghosn, a Nissan anunciou, no começo da tarde desta segunda-feira (6), a construção de uma fábrica de motores ao lado da nova unidade de carros que está erguendo no município de Resende (RJ). Segundo o mega-executivo, que também dirige a Renault, o investimento no complexo será de R$ 140 milhões, valor incluso nos R$ 2,6 bilhões destinados à obra principal, que está em fase final e entregará os primeiros veículos em abril.
Segundo a Nissan, esta unidade terá capacidade para entregar 200 mil motores por ano. Não espere, porém, a entrega de uma família nova de propulsores, pelo menos inicialmente. A princípio, apenas o conhecido motor de 1,6 litro 16V flex (111 cv) será feito em Resende, para equipar os novos modelos dos compactos March (hatch) e Versa (sedã). O motor de 1 litro para o March seguirá sendo fornecido pela Renault, que o fabrica em São José dos Pinhais (PR).
Ghosn explicou porque a produção nacional de motores mais eficientes e modernos, como o três-cilindros de 1,2 litro que equipa os carros em outros mercados, está descartada por enquanto: "Há muitas taxações diferentes feita por parte do governo brasileiro em comparação com outros mercados mundiais. Se o governo mudar de postura e reduzir as taxas para motores maiores que os de 1 litro, podemos pensar na possibilidade", afirmou.
O anúncio de aumento do complexo de Resende, que adiciona a unidade de motores ao projeto inicial da fábrica de carros, é mais um dentre os divulgados por grandes fabricantes globais desde 2014, em função da exigência do governo de nacionalização de tecnologia em troco da redução de encargos como o IPI. Antes, Honda (nova fábrica), Land Rover e o trio de marcas premium alemãs (veja quadro ao lado) já haviam revelado seus projetos.
Fachada de um dos prédios da futura sede da Nissan em Resende (RJ): complexo terá fábrica de carros e de motores e primeiras unidades serão entregues a partir de abril.
Resende vai nacionalizar a produção de Nissan March e Versa para aumentar a competitividade da marca no principal segmento de carros do país, o de compactos. Atualmente, os dois modelos são importados do México em cota restrita por conta do acordo comercial.
NOTE, SÓ MEXICANO
Com a definição de fabricação local de March e Versa, a Nissan negou que planeje fabricar o monovolume Note, possível substituto para Livina, no Brasil. "Nós nunca cogitamos isso, apesar de vários fornecedores terem se manifestado a respeito", afirmou Carlos Ghosn.
"Com a nacionalização de March e Versa, nossas cotas de importação para produtos feitos no México aumentam para outros modelos". Em outras palavras, a Nissan terá a possibilidade de trazer maior volume do sedã médio Nissan Sentra, atualmente o único carro trazido do país latino, e o próprio Note ao país. O Tiida deixou de ser importado no meio de 2013.
A Datsun, submarca ressuscitada pela marca em 2013 para gerar carros de baixo custo, também está fora dos planos. "Vamos crescer muito no Brasil e esses dois carros da Nissan (March e Versa) são nossas prioridades", cravou Ghosn.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.