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Mercedes terá CLA e GLA em 2014, mas só vai acelerar com tudo em 2016

Sedã compacto foi flagrado nesta sexta-feira (13) pelo leitor Lucas Nabarrette em Limeira (SP) - Lucas Nabarrette/UOL
Sedã compacto foi flagrado nesta sexta-feira (13) pelo leitor Lucas Nabarrette em Limeira (SP) Imagem: Lucas Nabarrette/UOL

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

13/12/2013 15h37

Após o anúncio da construção de fábrica de R$ 510 milhões em Iracemápolis (SP), feito em outubro, e dos planos de produção inicial de dois modelos no Brasil -- a nova geração do sedã Classe C e o novíssimo SUV/crossover compacto GLA -- entre o final de 2015 e o começo de 2016, conforme antecipado por UOL Carros durante o Salão de Frankfurt, cresceu a expectativa por um 2014 em ritmo acelerado para a Mercedes-Benz. Mas os executivos da marca "tiraram o pé", durante o evento de balanço anual realizado esta semana, em São Paulo (SP).

  • Divulgação

    Novo diretor de comunicação e relações institucionais da Mercedes do Brasil, Luiz Carlos Moraes tratou de usar algum humor para espantar a pressa sobre nova fábrica da marca, durante seu discurso de apresentação à imprensa especializada:

    "Os carros nacionais só surgem em 2016, mas antes disso talvez tenhamos nosso próximo encontro nas instalações de Iracemápolis".

"Teremos lançamentos e novidades em 2014, mas este será sobretudo um ano de transição para a Mercedes do Brasil. O foco é o complemento do processo de renovação total da linha, que vem acontecendo desde o último ano e que estará completo até 2015. E aí, com linha renovada, teremos força total com a nova fábrica e os modelos locais no começo de 2016", afirmou um dos executivos da montadora.

Entenda-se por "transição" um cenário similar ao atual: apresentação paulatina de novos modelos, mas volume de vendas moderado. A primeira atração será o sedã acupezado CLA, derivação de três-volumes do Classe A, que estreia logo no começo de 2014, por volta do dia 20 de janeiro. O próximo inédito será o GLA, que acaba de entrar em produção em Rastatt (Alemanha) e promete chegar por importação ao Brasil em algum momento do segundo semestre.

Há ainda a possibilidade de chegada da nova geração do sedã Classe C, carro-chefe da marca e que passará a contar com equipamentos herdados do luxuoso e tecnológico Classe S, ainda em 2014. Mas este é um cenário menos provável, uma vez que o carro sequer foi apresentado globalmente, algo que só vai ocorrer no começo de janeiro, no Salão de Detroit (EUA). O mais correto é pensá-lo como modelo para 2015.

A conta é básica e vale ser lembrada: segundo e mais marcante modelo feito sobre a nova plataforma da Mercedes, o hatch Classe A foi revelado globalmente em março de 2012, ganhou vida em setembro e chegou ao Brasil apenas em março deste ano -- um ano após o primeiro anúncio; o CLA foi revelado em janeiro deste ano, antes do Salão de Detroit 2013, e só deve chegar ao Brasil... doze meses depois; em abril, foi a vez do conceito do GLA, que ganhou vida de fato em setembro, no Salão de Frankfurt, e desembarca em nossas terras apenas na segunda metade de 2014, provavelmente respeitando este ciclo.  

E O NOVO CLASSE C?

  • Garoto-propaganda da Mercedes, Michael Schumacher aparece novamente acelerando um dos modelos da marca em nova propaganda. Ou quase isso.

    Neste vídeo, o ex-piloto de F-1 lida com os sistemas de auxílio ao condutor que a nova geração do Classe C deve herdar do luxuoso Classe S: controles adaptativos de distância e aceleração e até de detecção de outros carros e de obstáculos vão rechar o modelo e garantir a segurança.

RENOVAR SEM PRESSA
É raro encontrar um novo Classe B pela ruas e missão quase impossível dar de cara com o novo Classe A rodando por aí. Ainda assim, a Mercedes afirma estar tudo certo. "A procura pelos modelos da NGCC [ou Nova Geração de Carros Compactos, como são conhecidos internamente os novos modelos feitos sobre a menor plataforma da marca, considerada compacta nos mercados desenvolvidos] tem sido grande e o Brasil ainda recebe poucas unidades, já que é preciso abastecer mercados de maior público, como a própria Europa e os Estados Unidos", confirmam pessoas ligadas à marca.

Mesmo com baixo volume de entregas, a marca crê estar seguindo corretamente a cartilha, uma vez que emplacou pouco mais de 11 mil unidades até novembro (segundo dados da Fenabrave), bem à frente da Audi (pouco mais de 6 mil carros) e colada na traseira da BMW (quase 13 mil. As arquirrivais também têm fábricas anunciadas para o Brasil, mas a BMW larga à frente por estar (um pouco) adiantada em termos fabris e já ter até versão do Série 3 com motor bicombustível à venda.

Com a proporção de vendas equilibradas, executivos apontam que o importante é manter o calendário de novidades -- fundamental para prender o interesse do potencial comprador -- e "limpar a pista" para o momento de acelerar. Apesar de buscar novo perfil de consumidores com seus novos carros, a Mercedes seguirá a tocada conservadora enquanto sonda novos redutos.

Este compasso moderado permite também que a marca verifique a real aceitação dos novos modelos e defina qual deles tem o melhor perfil para o Brasil. "Faremos o novo Classe C no Brasil por se tratar de nosso carro-chefe, um modelo de aceitação garantida. Depois, optamos pelo GLA por ser um modelo que achamos adequado à aspiração do brasileiro", explicou o mesmo executivo da marca. "Poderíamos afirmar de cara que vamos fazer também o CLA, mas preferimos aguardar a estreia por importação, estabilizar o processo de entrega, que ainda é restrito por conta da demanda global, estudar a aceitação do público e só então bater o martelo", concluiu. Devagar e sempre.

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