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Internet já dita 94% das decisões de compra do carro novo

Uso da internet e dispositivos móveis substitui importância de conselhos de família e amigos - Divulgação
Uso da internet e dispositivos móveis substitui importância de conselhos de família e amigos Imagem: Divulgação

Fernando Calmon

Colunista do UOL

02/12/2013 14h04

Analisar o comportamento atual dos compradores de veículos já não é tão simples como no passado graças às ferramentas eletrônicas disponíveis atualmente. Antes, grande parte das análises e decisões de compra era tomada durante a visita tradicional aos salões das concessionárias. Agora, essa visita ainda é indispensável, mas o poder de decisão mudou de eixo e, frequentemente, o consumidor já chega à loja com a "cabeça feita".

AGORA É ASSIM

  • 94% das compras

    começam na (ou são influenciadas pela) internet

     

  • 74% dos pesquisados

    se queixam da demora de contato de marcas e lojas após cadastro na internet

     

  • 50% dos brasileiros

    estariam dispostos a comprar o carro novo apenas pela internet

     

  • 8.000 pessoas

    participaram da pesquisa em oito países, inclusive no Brasil

     

    Para entender melhor essa reviravolta, a consultoria internacional Capgemini pesquisou 8 mil consumidores de oito países -- Brasil, Alemanha, China, Estados Unidos, França, Índia, Reino Unido, Rússia -- que representam cerca de dois terços das vendas mundiais de veículos. Seu relatório anual "Carros on line" apontou mudanças de comportamento na experiência de compra e de uso.

    Nada menos de 94% de todas as vendas nesses países começam por pesquisas na internet, dos buscadores de Google e Yahoo até sites de fabricantes, concessionárias e especializados no comércio virtual. Redes sociais, blogs e fóruns cresceram de importância no processo de escolha: 69% se dizem influenciados ao ler postagens positivas e 57%, por postagens negativas, principalmente entre o público mais jovem.

    Isso muda, porém, em função da região. Nos países de maior poder aquisitivo, por razões de histórico prévio e cultura automotiva enraizada, essas opiniões são menos consideradas. Outra tendência é a menor importância de conselhos e palpites de familiares e amigos.

    TUDO ONLINE
    Concessionárias estão mais convencidas da importância dos testes de direção. E os clientes em potencial gostariam de poder agendar esses testes a partir do site, ao lado da ferramenta de configuração do automóvel desejado, que consideram primordial. Essa ferramenta também deve estar disponível na loja em totens com telas táteis, fáceis de operar. São bem-vindos aplicativos para smartphones e tabletes.

    Outra curiosa constatação: enquanto apenas 35% dos alemães considerariam completar todo o processo de compra online, 50% de brasileiros, chineses e indianos admitiram que, um dia, aceitariam iniciar e terminar o ciclo comercial apenas pela internet. Quando perguntados sobre encomendas de peças e acessórios, dois terços dos alemães topariam as compras eletrônicas, alinhados aos interessados de países emergentes.

    Dentro dessa guinada em direção ao ambiente virtual, os participantes da pesquisa esperam veículos cada vez mais conectados. Aplicativos devem destacar características de direção e segurança, diagnósticos a bordo, serviços como aviso automático em caso de acidente e, claro, o melhor possível em termos de infotenimento (combinação de informação e entretenimento). No futuro não muito distante, navegadores poderiam ser itens de série na maioria dos modelos.

    Finalmente, na média mundial, a pesquisa captou aumento de fidelização de 16% para marcas e 11% para concessionárias, em relação ao ano anterior, em decorrência dos esforços de entender e atender bem os consumidores. Entretanto, 74% dos entrevistados se queixaram sobre a demora de resposta ao primeiro contato, tanto em sites de fabricantes como das lojas.