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Nova geração do Renault Logan parece outro carro e parte de R$ 28.990

Renault Logan Dynamique 1.6: visual aposenta realismo socialista tardio da geração anterior - Divulgação
Renault Logan Dynamique 1.6: visual aposenta realismo socialista tardio da geração anterior Imagem: Divulgação

Claudio Luís de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/11/2013 21h48

A Renault apresenta nesta segunda-feira (4) a nova geração do sedã Logan. O modelo segue oferecendo como atrativos o espaço interno, a robustez e o baixo custo de manutenção, mas agora com o bônus de um estilo mais agradável aos olhos, já vigente na Europa, onde é vendido com o emblema Dacia (marca romena controlada pela Renault).

A gama do Logan oferece três versões de conteúdo. Veja os preços:

+ Logan Authentique 1.0 -- R$ 28.990
Motor Hi-Power bicombustível de 1 litro (80 cv e 10,5 kgfm com etanol), 16 válvulas, e câmbio manual de cinco marchas; a versão é "peladaça", contando apenas com os obrigatórios airbags frontais e freios com ABS (antitravamento). Até direção hidráulica é opcional.

+ Logan Expression 1.0 -- R$ 33.390

+ Logan Expression 1.6 -- R$ 39.440
Versão de volume do modelo. O motor 1.6 é o Hi-Power flex (106 cv e 15,5 kgfm), oito válvulas, e câmbio manual de cinco marchas; no conteúdo, traz de série itens como direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, computador de bordo e sistema de som. A 1.6 vem com ar-condicionado, mas na 1.0 é preciso pagar mais R$ 2.600 pelo equipamento.  

+ Logan Dynamique 1.6 -- R$ 42.100
Versão completa do sedã, com os itens da Expression 1.6 e mais faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, computador de bordo e rodas de liga leve de 15 polegadas. Por mais R$ 1.100, o ar passa a ser automático e entra em cena o sistema Media NAV, que inclui navegação por GPS e uma espécie de econômetro digital, que dá nota de 0 a 100 para o modo de dirigir menos ou mais eficiente/ecológico.

Na versão Expression, o Media NAV, que utliza tela tátil, custa R$ 850 e vem acompanhado de sensor de estacionamento traseiro. A versão Authentique não pode receber o mimo. Por ora, a Renault não oferece câmbio automático em nenhuma configuração do Logan. A opção deve ficar para o primeiro semestre do ano que vem, talvez com uma caixa diferente da A/T de quatro marchas usada atualmente nos carros compactos da Renault (a versão do Logan antigo com ela custava R$ 42.090).

Mas não deixa de ser um risco abrir as vendas do novo Logan sem essa opção -- os principais rivais, Fiat Grand Siena, Chevrolet Cobalt (não mencionado pela marca francesa devido ao volume de vendas menor) e Volkswagen Voyage oferecem trocas sem pedal de embreagem.

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    Acima, a versão de entrada Authentique, megabásica, por R$ 28.990; abaixo, o sistema
    MediaNAV, que por R$ 850 agrega funções como o GPS às versões Expression e Dynamique

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ESQUEÇAM O QUE EU FABRIQUEI
A tática de mercado da Renault para o novo Logan passa por renegar a aparência do produto anterior. O mote da campanha publicitária, aliás, declara: "Acredite, é o Logan", o que é o mesmo que dizer "O Logan antigo era horrível".

De fato, era. Por isso, na nova geração a principal medida de estilo foi aproximar o visual do sedã à Renault (tendo como matriz o Clio IV, o que se vê na grade frontal) e, consequentemente, afastá-lo da esteticamente confusa (e terceiro-mundista) Dacia. E o resultado dá razão ao marqueteiro: parece outro carro.  

Para frisar o upgrade de imagem, que passa também por uma (suposta) pitada de requinte na receita do carro, executivos da fabricante chegaram a lembrar, durante a apresentação à imprensa na noite desta segunda, que em 2007 (quando o Logan foi lançado no Brasil, meses antes do Sandero) o público-alvo era um cliente que "gostava de ver TV, mas não tinha TV por assinatura"; e que gostava de viajar "para Porto Seguro". Agora, o alvo é um cliente que "tem TV por assinatura e internet", e que já planeja suas viagens "para a Disney". Passou de remediado para classe média, talvez...

Após resolver a questão do visual, surge a dúvida: o Logan ficou mais bonito, mas será que manteve as caraterísticas básicas -- especialmente a robustez, uma certa percepção de "carro sem frescura", e espaço real para cinco pessoas -- que fizeram da geração de 2007 um sucesso de vendas, com mais de 210 mil emplacamentos só no Brasil?

O test-drive será nesta terça-feira (5), e depois dele UOL Carros poderá oferecer esta resposta. Mas a Renault garante que o novo Logan, apesar de 72% de renovação em peças e partes (a rigor, somente o trem-de-força é o mesmo de antes), ainda é sólido e confiável. Bom espaço, certamente ele continua a ter, porque o entre-eixos é de amplos 2,63 metros, aproveitando o comprimento total de 4,35 metros. Já o porta-malas de 510 litros, enorme, já foi superado em dez litros pelo do Grand Siena.

A garantia total é de três anos, e a Renault promete: pacotes de financiamento camaradas, valorizando o Logan usado na parcela de entrada; o menor seguro entre os concorrentes; e as três primeras revisões custando menos que R$ 1.000 no total (tanto para o 1.0 quanto para o 1.6).